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Diversão

Do chuveiro para o palco: quem gosta, mas não sabe, arrisca cantar no Karaokê

Anny Malagolini | 29/07/2013 07:22
Do chuveiro para os palcos do karaokê, que de terça a domingo recebem quem tem, ou não, talento para soltar a voz. (Fotos: Marcos Ermínio)
Do chuveiro para os palcos do karaokê, que de terça a domingo recebem quem tem, ou não, talento para soltar a voz. (Fotos: Marcos Ermínio)

Para ser cantor basicamente é preciso ter uma boa voz. No entanto, aqueles que são cientes da "falta" dela e querem cantar, os famosos "cantores de chuveiro", se arriscam nos palcos dos karaokês, embalando o público com o mais variado repertório, mas o melhor, sem o olhar repressor de quem está assistindo a falta de talento.

Ser cantor profissional nunca foi um sonho, mas o palco, mesmo que de um karaôke, sempre trouxe fascínio para Junior Araújo, de 43 anos, que em novembro do ano passado, resolveu abrir seu próprio espaço, para aqueles que assim como ele querem cantar, mesmo fora do tom.

O campo-grandense já deve ter ouvido falar do "fervo" do Karaokê da rua Brilhante, e para fugir da agitação, Júnior abriu um na avenida Bandeirantes, com a promessa de um ambiente familiar. Quem frequenta o karaokê sabe, os fins de noite são do proprietário, que sobe ao palco e arrisca cantar até em japonês, mas conta que a preferência passa longe do oriente. "A minha favorita é do Sandy e Júnior", confessa.

A casa funciona de terça-feira a domingo, a partir das 20 horas, mas o movimento intenso dos "cantores" começa depois da meia-noite. A explicação para isso é a bebida, segundo uma das frequentadoras, a corretora de imóveis Maria Alves Braga, 45 anos. "As pessoas já chegam de outras festas, estão desinibidas e conseguem subir no palco para cantar", justifica.

O palco de um karaokê sempre foi fascínio para ele que resolveu fazer da brincadeira profissão.
O palco de um karaokê sempre foi fascínio para ele que resolveu fazer da brincadeira profissão.

Maria é fã de karaokê e os finais de semana tem lugar garantido. "Venho e canto desvairadamente sem julgamentos, tem coisa melhor que isso?". Ela ainda brinca com a pontuação do aparelho, "a máquina é mulher, só da boa pontuação aos homens".

A voz não ajudou a perpetuar o sonho de ser um cantor famoso, então Sergio Brum, de 30 anos, se tornou pedreiro, mas aos fim de semana, nos descansos das construções, quem quiser encontra-lo é só ir ao karaokê. "Eu canto de tudo, é o jeito de ter descanso na vida. Tenho uma semana dura", lamenta.

No repertório tem 6.700 músicas, mas se o cliente quiser trazer seu próprio repertório, em um pendrive, também pode. E quem quiser gravar em um cd a performance a gravação custa 30 reais. 

Uma das gravações da casa mais tocadas é de uma das clientes mais cativas, a estudante de direito Paola Chaia, de 25 anos, que apesar do talento, aplaudido e reconhecido por quem a ouve cantar, leva, por enquanto, a música como hobby, mas tomar rumos profissionais. "Às vezes vou sozinha e chego a cantar 20 músicas por noite, sou apaixonada pelo palco", afirma.

No mês de agosto, a casa vai promover o concurso para eleger o melhor cantor de karaokês da Capital. A valor da premiação e a data do evento ainda não foram definidas, mas quem quiser participar é só acompanhar as atualizações pelo Facebook da casa aqui.

Além da variedade de músicas, cliente também pode levar o próprio repertório em pen drive.
Além da variedade de músicas, cliente também pode levar o próprio repertório em pen drive.
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