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Diversão

Em esquenta de festival, público mostra que usar dread vai além da personalidade

Na prévia do Dread Day Festival, a festa teve cara de reunião na casa de amigos, com música ao vivo e labradores recebendo quem chegava

Kimberly Teodoro | 24/09/2018 07:53
Dreadlocks vão além da personalidade, são uma extensão do próprio corpo (Foto: Kimberly Teodoro)
Dreadlocks vão além da personalidade, são uma extensão do próprio corpo (Foto: Kimberly Teodoro)

Entrando no clima para o 2º Dread Day Festival, o esquenta teve entrada gratuita para quem chegou a caráter e reuniu no sábado (22), não só a galera dos dreadlocks, aquele penteado feito com fios de cabelo emaranhados, mas também a galera que curte arte e natureza. 

Em um imóvel quase de esquina, na Rua Joaquim Murtinho, em frente a Praça dos Imigrantes, o esquenta teve cara de festa na casa de amigos, dessas feitas no quintal mesmo e a céu aberto para garantir as boas energias, com direito a dois labradores fazendo a recepção.

Com cara de festa na casa de amigos, tinha até dois labradores simpáticos recepcionando quem chegava (Foto: Kimberly Teodoro)
Com cara de festa na casa de amigos, tinha até dois labradores simpáticos recepcionando quem chegava (Foto: Kimberly Teodoro)
A banda Cachorro de Lua abriu a noite com sucessos do reagge (Foto: Kimberly Teodoro)
A banda Cachorro de Lua abriu a noite com sucessos do reagge (Foto: Kimberly Teodoro)

A noite teve a banda Cachorro de Lua, que tocou desde clássicos do reggae a Charlie Brown Jr., seguidos pela DJ Ana Cayres, pelo músico e organizador do evento Patrik Sandim.

Também rolou sorteio de um passaporte completo para DreadDay Festival, que será no Sítio Passarim em Rio Verde MS nos dias 12, 13 e 14 de Outubro. Na programação do festival estão confirmados Marina Peralta, André Stabile, RockersSound, Patrik Sandim, Tribo de Aruanda, Hall Fya Seletor, Canaroots, Dubmistah, Casa Dub, DJ Keertana, Renatto Jackson, Zero Bala Sounds e Meditasom.

Como o nome já diz, a festa foi um esquenta para o Dread Day Festival em Outubro (Foto: Kimberly Teodoro)
Como o nome já diz, a festa foi um esquenta para o Dread Day Festival em Outubro (Foto: Kimberly Teodoro)

Estão previstas intervenções artísticas de capoeira, swing flag, tecido acrobático, nayambing, maculele, pirofagia, oficinas de mandalas, ervas medicinais, bioconstrução, bance hall, malabares e filtros dos sonhos. Com direito a banho de rio, e atividades como yoga, além de profissionais fazendo dreads, reike, cone hindu, tatuagem, leitura de tarô, trilhas, pintura corporal e artesanatos. Quem for ficar os três dias de festa vai poder acampar no local.

Idealizador do Dread Day, o músico Patrik Sandim conta que a ideia surgiu depois da primeiro Encontro das Cacheadas, e pouco depois, do Encontro das Ruivas no Parque das Nações Indígenas, em 2016, que ainda reúne mulheres com o propósito de discutir empoderamento representado pelo cabelo. O sucesso dos encontros fez Patrick imaginar em um outro estilo de cabelos, dos dreadlocks.

A artista de rua Regina Gavilan, hoje com 28 anos, usa dreads desde os 17 anos, tanto tempo que as tranças feitas na agulha de crochê já são mais que uma questão de personalidade, são uma extensão do próprio corpo.

 

Esquenta para o Dread Day Festival tinha entrada gratuita para quem usa dreads (Foto: Kimberly Teodoro)
Esquenta para o Dread Day Festival tinha entrada gratuita para quem usa dreads (Foto: Kimberly Teodoro)

Quando mais nova, Regina conta que já pensou em tirar os dreads por causa do preconceito, dos olhares estranhos que atrai na rua somados ao estereótipo de que artistas de rua são sem-teto. Hoje ela lida muito melhor com isso e faz graça de situações constrangedoras como ser seguida dentro dos mercados pelos seguranças por “ter um perfil suspeito”.

A manutenção dos dreads é feita só na raiz, quando bem feitas e bem cuidadas as tranças não desmancham, não fedem ou apodrecem como muita gente diz por aí. Regina recomenda o uso de produtos de coco para uma limpeza mais profunda, mas atenção, o ideal é usar só shampoo, o condicionador amacia os fios e pode soltar os emaranhados. Também é importante esperar secar bem depois de lavar antes de prender o cabelo, para evitar que a umidade crie fungos.

Para combinar com o clima good vibes a festa foi a céu aberto (Foto: Kimberly Teodoro)
Para combinar com o clima good vibes a festa foi a céu aberto (Foto: Kimberly Teodoro)
O estilo Dreadlocks não foi o único da festa, ali as pessoas apareceram como se sentiam mais à vontade para curtir o som (Foto: Kimberly Teodoro)
O estilo Dreadlocks não foi o único da festa, ali as pessoas apareceram como se sentiam mais à vontade para curtir o som (Foto: Kimberly Teodoro)

Naiara Barros não é da turma do dread porque gosta dos cachos volumosos no cabelo. A administradora, que foge do padrão das roupas sociais e ambientes formais, diz que combina mais  com música tranquila e lugares com pouca gente. Para ela, o grande atrativo é a facilidade como as pessoas interagem nesse tipo de festa.

“Aqui você pode vir sem conhecer ninguém e mesmo assim sair cheia de amigos, não é como essas festas grandes em que ninguém se conhece e as pessoas interagem só entre o grupinho de amigos. Estou sempre por aqui, primeiro porque sou amiga dos meninos da organização, segundo porque é importante fortalecer o rolê para que continue acontecendo, ainda mais quando a maioria das casas mais alternativas estão fechando e as opções culturais diminuindo”, conta.

Os ingressos para o Dread Day Festival estão já venda pelo site clicando aqui, ou nos pontos de venda físicos, Dona Nega, Brava, Maktub. Acompanhe as atualizações do evento na página do facebook

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