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Diversão

Encontro de Chamamezeiros começa na Feira Central com música e dança

Evento foi aberto nesta sexta-feira e segue com apresentações musicais na Feira Central até domingo

Jéssica Fernandes | 04/06/2022 07:56
Jakeline Sanfoneira realizou show de abertura na noite de sexta-feira. (Foto: Paulo Francis)
Jakeline Sanfoneira realizou show de abertura na noite de sexta-feira. (Foto: Paulo Francis)

Com abertura oficial na noite de ontem (03), o 2º Encontro de Chamamezeiros de Mato Grosso do Sul reuniu casais, famílias e cantores do gênero no estacionamento da Feira Central, em Campo Grande. O evento gratuito, que visa fortalecer e fomentar a cultura do chamamé no Estado, segue até a noite de domingo.

A abertura oficial começou às 19h40 com palavras de agradecimento do presidente de honra do Instituto Cultural Chamamé MS, o jornalista Bosco Martins e o produtor e apresentador do programa ‘A Hora do Chamamé’, Orivaldo Mengual, que também organiza o evento.

O musicista Marcelo Loureiro fez um discurso de agradecimento para representar os artistas que irão animar a festa pelos próximos dias. Na ocasião, ele citou o remake da novela Pantanal para falar sobre a representação da cultura do Estado. “Esse é um momento que estamos vivendo onde Mato Grosso do Sul está em alta. A gente vê na novela o que se fala dos nossos costumes, a nossa cultura e o rasqueado. A gente precisa ter festivais que valorizam a cultura, o momento é agora e devemos aproveitar que somos a Capital nacional do chamamé”, frisou.

Marcelo Loureiro fez discurso em nome da classe artística. (Foto: Paulo Francis)
Marcelo Loureiro fez discurso em nome da classe artística. (Foto: Paulo Francis)

Após os discursos, a festa teve início com a apresentação da Jakeline Sanfoneira. Durante o repertório, ela interpretou algumas canções em homenagem à Dama do Rasqueado, a Delinha, e músicas autorais inéditas. Ao Lado B, a cantora falou sobre a alegria de abrir a festa e a paixão das pessoas pelo chamamé.

Hoje, eu tô amando fazer a primeira abertura, tô gostando muito e surpresa com o público. Eu costumo viajar e tocar para fora do Estado e o pessoal ama o nosso chamamé de verdade”, afirma.

Enquanto Jakeline tocava sanfona, alguns casais fizeram uma apresentação de dança do chamamé correntino. Entre os dançarinos, estavam o casal Maria Ilda e Peralta. Juntos há 16 anos, Maria explica que conheceu o marido graças ao ritmo musical. “Eu fiquei viúva, ia nos bailes da melhor idade, lá achei ele e ele me levou na dança”, lembra.

Maria Ilda e Peralta se conheceram através da cultura do chamamé. (Foto: Paulo Francis)
Maria Ilda e Peralta se conheceram através da cultura do chamamé. (Foto: Paulo Francis)

Para ela, o chamamé é algo essencial. “Para mim, é essência, é vida”, reforça. Peralta compartilha o sentimento da companheira. “Representa tudo, o chamamé é uma coisa que fortalece a nossa mente e saúde. Aprender a dança dá saúde", destaca.

Passeando pela Feira Central, Dora Lucia de Almeida, de 68 anos, não sabia sobre o evento. "Eu estava aqui comprando umas coisinhas com a minha neta e vi", explica. Apaixonada pela cultura, ela aproveitou para prestigiar a festa. Na juventude, ela curtia o gênero ao lado das amigas e nunca deixou de ser fã. “Eu tinha um monte de discos e CDs das duplas”, recorda. Alegre com o evento, ela fala que o encontro poderia acontecer mais vezes. “Poderia ter mais e fazer também para as festas juninas”, expõe.

Keila Artigas Deiss e Fabiano Deiss aproveitaram a passagem pelo local para prestigiar a festa com a filha Alice, de 11 anos. Segundo Fabiano, o Encontro dos Chamamezeiros é essencial para manter viva a cultura. “É importante, porque resgata a cultura, porque nessa geração digital toda hora tem Tik Tok, mas isso (chamamé) é raiz”, comenta.

Fã do gênero, Keila aprovou a segunda edição do evento dos chamamezeiros. (Foto: Paulo Francis)
Fã do gênero, Keila aprovou a segunda edição do evento dos chamamezeiros. (Foto: Paulo Francis)

Keila relata que o evento também é importante após os dois anos que impossibilitaram qualquer atividade cultural. “Depois da pandemia, acho que as pessoas precisam voltar a socializar”, opina. Legítima fã de chamamé, ela aprovou a festa e o som. “Tá muito bom e bacana. É legal homenagearem a Delinha”, expressa.

O idealizador do 2º Encontro dos Chamamezeiros, Orivaldo Mengual, fala sobre o envolvimento dele com o gênero. “No início da minha vida, eu cresci ouvindo Zé Corrêa e Jandira e Benites. Então, comecei a gostar desse ritmo através das músicas, costumes e gastronomia”, lembra.

Em relação ao evento, ele conta que a principal proposta é resgatar a tradição do Mato Grosso do Sul com o gênero. "Estamos fazendo um trabalho de resgatar nossa identidade musical e a nossa tradição, porque perdemos muito. Queremos trazer os jovens para gostarem do chamamé e terem o hábito de participarem dos eventos. O público do chamamé está ficando velho e precisamos de renovação", justifica.

O 2º Encontro dos Chamamezeiros de Mato Grosso do Sul continua neste sábado (03) e segue até domingo (04). O evento está sendo transmitido através do site e Facebook. Quem quiser acompanhar a festa pessoalmente, o evento é gratuito e aberto a todos os públicos.

Público prestigia a abertura do 2º Encontro dos Chamamezeiros. (Foto: Paulo Francis)
Público prestigia a abertura do 2º Encontro dos Chamamezeiros. (Foto: Paulo Francis)

Confira a programação:

Sábado (04)

Abertura (14h55)

Apresentação Dr. Ramão Martins (15h)

Apresentação Roaldo Alexandre (16h)

Apresentação Chama Campeira (17h)

Apresentação Grupo Surungo Bueno (18h)

Apresentação Castelo & Grupo (19h)

Apresentação Caio Escobar (20h)

Apresentação Marcelo Loureiro (21h)

Apresentação Alcir Rodrigues (22h)

Domingo (05)

Abertura (15h55)

Apresentação Renato Martins (16h)

Apresentação Moacir Chamamezeiro (17h)

Apresentação Rivair, Rivamar Guerreiro & Grupo Desparramo (18h)

Apresentação Dom Ramón Sanfoneiro (19h)

Apresentação  Desidério Souza (20h)

Apresentação Marlon Maciel (21h)

Apresentação Gabriél Flores (22h)

Encerramento (23h)

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