Futura advogada, rainha da Catedráticos também vai lançar livro de poemas
Experiência na dança a bela Gennevyeve Aquino Neto, de 25 anos, tem desde a adolescência. Primeiro no balé clássico e depois até como dançarina de música sertaneja em programa de televisão. Mas foi no samba que a morena se encontrou. Não só como passista, mas também como escritora.
Na última reportagem com a musas do Carnaval de Campo Grande, o Lado B apresenta hoje a rainha da Escola Catedráticos do Samba.
A estreia dela nos desfiles foi em 2013, depois de ter participado do concurso Beleza Negra em Campo Grande. Na época, ainda muito jovem e aos 22 anos, ela conta que sentia na pele os reflexos dos estereótipos que perseguem diariamente qualquer mulher. A processo foi de autoaceitação.
“Eu estava passando por uma fase critica em termos de autoestima. Eu ainda tinha um preconceito comigo mesma, de me aceitar e me expor como uma dançarina e mulher negra, de cabelo crespo. Com o concurso, eu enxerguei completamente o oposto: passei a ter mais segurança, me aceitar e me produzir”, diz.
O convite para conhecer uma escola de samba surgiu após a participação no concurso por meio de uma colega de curso. Por um ano ela foi musa da escola de samba Deixa Falar, período em que também passou a se apresentar com a bateria show da escola e desfilar para as escolas de samba de Corumbá.
Depois desse período, por mais de dois anos, ela foi passista na Vila Carvalho, até ser convidada em outubro do ano passado para ser rainha da Catedráticos. Além do título de rainha, é madrinha da escola Gaviões da Fiel em Fátima do Sul e é a atual musa destaque da “A Pesada”, em Corumbá.
Mas Gennevyeve esclarece que apesar da experiência, a rotina no samba exige comprometimento e dedicação diária. “Eu gosto de estudar cada movimento, cada gesto, porque além da dedicação com a escola, tem também os eventos, durante o ano todo. Exige a consciência de se valorizar como mulher, mas também saber dos limites da exposição como rainha”, comenta.
Simpática, a morena que também é estudante de Direito dá uma aula de emponderamento quando o assunto é respeito à figura da mulher no Carnaval.
“Uma mulher que é passista, musa ou até a própria rainha, tem que saber se entender, conhecer seu próprio corpo e a mensagem que ela quer passar, sem medo. As pessoas ainda nos veem de forma pejorativa, por ser mulher, por ser Carnaval e por estar expondo o corpo”, comenta.
Além dos ensaios como rainha da Catedráticos e o trabalho como passista nos eventos representando a escola, Gennevyeve é educadora infantil e decoradora. E tem mais. Desde antes do primeiro contato com a dança, ela também concilia as apresentações como artesã e em agosto deste ano lança seu primeiro livro de poemas, chamado “Palavras da Alma”.
Preparação – Durante o ano todo a morena conta que se dedica a musculação e aos exercícios físicos, em casa. Mas nada de muito exagero. Os treinos de corrida também ajudam a manter a forma.
Quanto a alimentação, a dieta complementa a rotina de exercícios e é rica em proteínas, com muita frango, batata doce, ovos e quase zero de carne vermelha.
A Catedráticos do Samba é a terceira escola a desfilar nesta terça-feira.