Inspirado em clássico Medeia, peça traz inquietações de mulheres
Com indicação de 16 anos e entrada gratuita, o espetáculo faz uma adaptação livre e contemporânea do mito
Assédio, machismo, violência, padrões sociais, maternidade, luta por igualdade de direitos. Esses são elementos que permeiam a vivência de toda mulher na sociedade. Pautas sociais que ganham o palco através do espetáculo teatral “Groselha”, a mais nova encenação da Cia. OFIT, com direção de Nill Amaral.
O espetáculo fica em cartaz por três dias no Sesc Cultura, de 22 a 24 de novembro, às 19h. A entrada é gratuita e os ingressos podem ser retirados no Sympla.
Com adaptação livre da consagrada peça Medeia, de Eurípedes, a peça é um desdobramento do solo apresentado, em setembro deste ano, no projeto Cena Aberta - Encontros Paralelos . “O espetáculo oscila entre a força bruta das marés e a suave intimidade que é entrar no universo feminino como quando alguém compartilha uma receita de café”, explica o diretor Nill Amaral.
Para Karine Araújo, atriz que dá vida a personagem, a peça convida o público a repensar temas que são corriqueiros nos noticiários e nas redes sociais, mas, que por diversas vezes, acabam “normalizados” e entorpecidos no subconsciente da sociedade.
“Não é incomum histórias de mulheres que precisam ir contra tudo e todos para serem ouvidas, e muitas vezes elas são invisibilizadas ou marginalizadas. É muito importante colocarmos os holofotes em questões desse tipo e promover discussões sobre a responsabilidade do homem nesses casos e como desconstruir padrões para criar um ambiente social mais saudável para todos”.
Groselha é um estudo performativo sobre a condição da mulher e a fluidez de suas identidades em uma sociedade que a reverencia e a restringe simultaneamente, pontua o diretor Nill Amaral. “A peça propõe, poeticamente, um exame das contradições inerentes ao papel tradicionalmente atribuído às mulheres e uma celebração de suas capacidades transformativas. É um espetáculo de teatro que desafia convenções narrativas ao substituir a linearidade por uma estrutura fragmentada que reflete a multiplicidade da experiência feminina”, afirma.
Não por acaso, a peça tem a atriz como a única personagem em cena que dá voz e cadência à dramaturgia que tem o mito de Medeia como ponto de partida, mas, que são nos percalços dos problemas da atualidade que a história se revela. Trabalho que deve surpreender até mesmo o público que assistiu a primeira versão do trabalho.
“Aos que já assistiram, o espetáculo foi expandido e acrescentamos novas camadas à personagem. Aos que ainda não viram, é a adaptação de um clássico, mas com o respiro do contemporâneo. Todos estão mais do que convidados a mergulhar conosco nesta força do 'Ser Mulher'”, declara a atriz.
O espetáculo conta com a direção de Nill Amaral e a atriz Karine Araújo no palco. Nos bastidores há o trabalho de Gil Esper e Rodrigo Bento (Iluminação); Nill Amaral, Gil Esper e Karine Araújo, com colaboração de Éder Rodrigues (Dramaturgia); Carlos Anunciato (Preparação de corpo) e Thays Nogueira e Cia Ofit (Produção).
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