Lado B volta a Assunção para ver se é mesmo perigoso pegar a estrada no Paraguai
Depois de algumas reportagens sobre Assunção e vários comentários relativos aos perigos de enfrentar a estrada rumo à capital do Paraguai, o Lado B resolveu pegar carona para ver o quanto existe de verdade ou de folclore nessa história.
No feriado do dia 15 de novembro, saímos de Campo Grande ao meio dia para, desta vez, viajar de carro pelo caminho que até então só conhecíamos de ônibus. Vale lembrar que, por via das dúvidas, não encaramos a estrada à noite.
Antes de partir, buscamos informações de amigos que sempre fazem o trajeto por conta própria. Entre as orientações, a principal foi levar no porta-malas tudo o que as leis de trânsito paraguaias estabelecem como obrigatório.
Segundo alguns com péssimas recordações da viagem, a falta de qualquer acessório de segurança pode ser motivo para policiais corruptos cobrarem propina. Então, para não dar corda para bandido, tudo foi providenciado antes do carro cruzar a fronteira.
Na bagagem, levamos 2 triângulos de sinalização, cabo de reboque e caixa de primeiros socorros completo, que pode ser comprado em Pedro Juan Caballero. Todas essas peças são exigidas em caso de blitz na estrada, assim como os faróis acessos o tempo todo, inclusive, de dia.
Mas nem foi necessário apresentar nosso kit “anti-propina”. Apesar de 5 abordagens policiais na ida e na vinda de Assunção, em nenhuma delas houve vistoria no carro. Os policiais, sempre muito simpáticos, cobraram documentos apenas do motorista, de nenhum outro passageiro.
No caminho, também há vários vilarejos com gente vendendo comida e bebida, além de muitos postos de combustíveis para ninguém ficar na mão. É bom levar guaranis ao invés de reais, para não depender da sorte para conseguir a conversão da moeda pela estrada.
Como nada é perfeito, é preciso paciência na fronteira para retirar o “Permisso”, documento que autoriza a entrada no Paraguai e vale por 3 meses. Quem segue durante o dia, pode enfrentar fila de até 1 hora, no caso de feriado.
Mas é indispensável pedir a autorização porque ela é cobrada nas barreiras policiais. Depois, no retorno, é preciso dar baixa no documento, para não enfrentar problemas em uma próxima viagem.
A estrada é muito boa, com a vantagem de não ter ao longo do percurso o matagal comum pelas rodovias brasileiras. Tudo é muito limpo e bonito. Por mais que país vizinho seja pobre, pelo menos na estrada, a gente não vê miséria.
O curioso é a porta de entrada de Assunção. Depois de 546 quilômetros, entre Ponta Porã e a capital do Paraguai, a última cidade antes do destino final, já na região metropolitana, se chama “Emboscada”. Mas os interessados no passeio podem ficar tranquilos, aparentemente, o risco está só no nome.