De Red Hot a Justin Bieber, grandes shows custam metade do preço no Paraguai
Há 2 anos, um grupo de empresários de Assunção conseguiu colocar o Paraguai no circuito de grandes shows internacionais na América Latina. Uma redenção para quem tinha de viajar ao Brasil ou para Buenos Aires em busca de bons espetáculos.
Mas a notícia é boa até para brasileiro que mora perto da fronteira. Os preços dos ingressos em solo paraguaio saem pela metade do preço se comparados com os valores de São Paulo ou do Rio de Janeiro. E a economia segue quando somados os gastos com passagens e hospedagem.
Na próxima semana, por exemplo, Assunção terá música para dois públicos bem diferentes. Em 5 e 6 de novembro a cidade apresentará Red Hot Chili Peppers e Justin Bieber. Dias depois, as duas atrações vão desembarcar no Brasil. Mas enquanto no país vizinho a entrada mais barata custa R$ 58,00, em São Paulo não sai por menos de R$ 120.
Para ouvir a banda da Califórnia na Arena Anhembi (SP), o fã vai gastar R$ 500 (inteira) ou R$ 250 (meia) na Pista Premium, e R$ 240 (inteira) e R$ 120 (meia) na Pista Comum. Para ir de ônibus, a passagem a partir de Campo Grande custa mais R$ 172,00 (ida).
Já em Assunção, os preços vão de R$ 61,00 pista a R$ 365,00 no setor “Campo VIP”, bem juntinho ao palco. O transporte também de ônibus sai por R$ 93,00 (ida). Em ambos os casos, são 12 horas de viagem. De avião não compensa, apenas um trecho para Assunção custa, no mínimo, R$ 450,00 (TAM).
A hospedagem no Paraguai é uma pechincha. Os organizadores dos shows conseguem pacotes e divulgam promoções no Facebook de diárias por R$ 60,00 para 2 pessoas em hotel, ou R$ 32,00 em hostel.
Para a garotada doida pelo Justin Bieber, a opção internacional também é mais barata. No Brasil são R$ 280,00 para o setor menos privilegiado, contra R$ 58,00 em Assunção.
Por lá, os shows ocorrem no Jóquei Clube da cidade e a organização é muito elogiada por paraguaios e brasileiros que vivem do outro lado da fronteira.
“Não tem aquelas filas enormes para comprar ingresso, a gente compra pela internet. É muito tranquilo. No dia, não há aglomerações e tudo é muito seguro. Nada foi melhor nos últimos anos do que a inserção no circuito internacional”, comenta a universitária Paola Meneses, de 26 anos.
Ela diz que nunca perdeu um grande show desde Guns N’ Roses, em outubro de 2011. “Encarou” até o Iron Maiden em setembro passado, sempre ao lado do mesmo grupo de amigos.
“Antes, ia para o Buenos Aires. Mas não tem diferença nenhuma na organização e na apresentação. Os músicos parecem gostar muito de vir para o Paraguai”, comenta o amigo Gustavo, filho do dono de uma concessionária de veículos importados na cidade.
Artur também estreou nos grandes eventos no Paraguai durante o show de Guns N’ Roses. Sul-mato-grossense, ele saiu de Jardim para fazer faculdade em Assunção. “Dei sorte, porque eu tinha um ingresso de pista e na hora consegui trocar com um cambista por um do setor Guns, o mais perto do palco, por apenas R$ 70,00”, lembra.
Lady Gaga passou por lá em novembro do ano passado, também contratada pelo Garzia Group, o mesmo responsável por todas as estrelas internacionais dos últimos 2 anos.
“Foi o primeiro show que eu fui e de uma diva como Gaga. No Brasil nunca iria, é muito caro e concorrido. Nunca iria ficar dormindo para comprar ingresso ou para ficar na frente do palco. Aqui é muito mais fácil o acesso”, avalia Glauco Tenório, paranaense que também estuda hoje no Paraguai.
Para entrar no Paraguai, a única exigência oficial é o "Permiso", um documento emitido na fronteira, mediante apresentação do RG.
A viagem de carro não é aconselhada por quem já teve experiências ruins no caminho. Há muita reclamação sobre cobrança de propina por policiais paraguaios.
Já de ônibus, tudo parece mais tranquilo. Há várias viações, horários e preços para o retorno a Campo Grande. A volta é mais demorada, cerca de 15 horas. Quando a viagem é direta, pela Cometa, o valor é de R$ 72,00, com uma parada longa depois de cruzar a fronteira, para limpeza do veículo. A partida ocore às 21h e a chegada por volta das 12h.
No esquema pinga-pinga, os horários são 12h, 14h15, 22h ou 23h. Com poltrona do tipo semi-leito, a passagem custa R$ 40,00 e o leito sai por R$ 55,00, mas a viagem termina em Pedro Juan Caballero. Depois, é preciso pegar um táxi (R$ 25,00) ir até Ponta Porã e lá embarcar às 20h30 em outra viação, por R$ 66,00. Com embarque às 12h, a chegada ocorre lá pelas 3h30 da madrugada.