Magia do circo é levada até aldeia por professor em motorhome
Aldeia Jaguapiru, em Dourados, foi a primeira a receber o projeto de oficinas ministradas por Cesar Vicente
Na estrada com seu motorhome, o professor de Educação Física Cesar Vicente incluiu a Aldeia Jaguapiru, em Dourados, para receber a magia do circo durante 60 dias. Independente, o projeto nasceu para levar a arte circense até comunidades que não costumam ter acesso aos espaços culturais do País.
Vindo de São Paulo, Cesar conta que a ideia foi gerada durante a pandemia graças a um trabalho desenvolvido desde 2003. “Foi a vontade de levar as oficinas para outros locais do País que fez surgir a ideia do motorhome. O fato de não haver patrocinadores do projeto me fez pensar em uma forma de hospedagem e locomoção que fossem viáveis economicamente e, assim, nasceu o projeto Circencriarte”, diz.
Com as ações em prática, o professor narra que chegou até Mato Grosso do Sul graças a um amigo. De acordo com Cesar, o contato foi realizado com um dos líderes da Aldeia Jaguapiru e, logo ao fim da primeira conversa, o combinado foi feito.
“A Aldeia Jaguapiru é a primeira aldeia visitada pelo projeto. A próxima será a Aldeia Kuxonety, em Matupá/MT, e o interessante é que a possibilidade da da próxima aldeia, a Matupá, nasceu aqui na Jaguapi”, explica o professor.
Sem definições prévias, o percurso do projeto tem sido tocado conforme os caminhos vão sendo traçados. “Está sendo tecido de modo invisível, com a participação absoluta da comunidade indígena. Essa é a vantagem de ser um projeto independente. Os caminhos do projeto seguem o sentir e as relações construídas na jornada”, diz.
Ainda assim, a pretensão é que o motorhome passe ao menos por uma aldeia indígena em cada estado, até chegar à Bahia.
Em relação à dinâmica dos encontros, Cesar comenta que as atividades são realizadas semanalmente. Neles, as crianças aprendem sobre palhaçaria, prática de malabares, monociclo, acrobacias e outros jogos divertidos.
Para ele, o circo foi escolhido por manter vivos os corpos, intuições e movimentos. “Os povos originários têm tudo isso muito latente no modo como se relacionam com a vida. As crianças indígenas têm uma desenvoltura e consciência corporal muito aguçada. A evolução dos saberes praticados nas oficinas foi de uma velocidade surpreendente se compararmos as mesas oficinas dadas na capital de São Paulo”.
E, além de ver as oficinas como uma necessidade particular de empoderar, o professor destaca que o propósito é realmente levar o encanto do circo para povos que não têm esse acesso.
Para acompanhar o projeto do professor, o perfil no Instagram @circencriarte.
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