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Diversão

Motoclube abre sede com rock para quem curte jaqueta de couro sobre 2 rodas

Com cerveja gelada e até espetinhos, festa reuniu integrantes e filiados de outros clubes de motociclistas

Danielle Valentim | 16/08/2019 08:16
Parte dos integrantes reunidos na noite deste quinta-feira. (Foto: Kísie Ainoã)
Parte dos integrantes reunidos na noite deste quinta-feira. (Foto: Kísie Ainoã)

Numa casa da Rua das Palmas, no Joquéi Clube, funciona a sede do Motoclube Os Filhos de Hiram. A história é de que o grupo foi criado por maçons em 2014 e ainda é pequeno, com 18 integrantes. Nesta quinta-feira (16), o Lado B foi conferir a noite de “sede aberta” ao som de bandas de rock'n roll, cerveja gelada e até espetinhos.

O presidente do clube, o gerente no MC Donald’s Wagner Paes, de 37 anos, explica que a ideia da confraternização é a unificação entre maçons e não-maçons que sejam apaixonados por motoclube.

Presidente afirma que a ideia da sede aberta é a de reunião de apaixonados por motoclube.  (Foto: Kísie Ainoã)
Presidente afirma que a ideia da sede aberta é a de reunião de apaixonados por motoclube. (Foto: Kísie Ainoã)

“Em um dia como esse acontece o encontro de integrantes de todos os motoclubes de Campo Grande e amigos de clube também, porque as vezes a pessoa não faz parte de nenhum clube, mas conhece alguém que faz. Geralmente é sempre o mesmo público, então dificilmente você encontra quem não é do meio”, frisa o presidente.

A sede é toda personalizada com pinturas nas paredes e quadros feitos pelo artista plástico e tatuador Ton Barbosa. Ele integra o motoclube há quatro anos como discípulo de Hiram, por não ser maçon.

Ton também é responsável pelas tatuagens dos integrantes do motoclube e sempre está acompanhado pelo filho Guido Barbosa, de 18 anos, que tem Síndrome de Down. “Eu não vejo a hora de comprar a minha moto”, ressalta Guido.

Ton e Guido. Pai e filho sempre juntos.  (Foto: Kísie Ainoã)
Ton e Guido. Pai e filho sempre juntos. (Foto: Kísie Ainoã)
Guido exige o colete. (Foto: Kísie Ainoã)
Guido exige o colete. (Foto: Kísie Ainoã)

“Sobre as pinturas nas paredes eu tenho a colaboração do pessoal. Eu risco e eles vão me ajudando a pintar. Já as tatuagens, quase todos já estão tatuados por mim”, completa Ton.

Os discípulos não-maçons - O presidente Wagner explica que o não-maçons são um grupo de suporte no motoclube. “Por exemplo, tenho amigos não-maçons, mas os convido a ingressar no motoclube como discípulos. Que seria um grupo de suporte aos Filhos de Hiram. Mas ele futuramente poderá ingressar na maçonaria. É feito o convite e se ele tiver o desejo ingressa. Senão continua discípulo”, explica.

Dalvim esclarece que o nome do motoclube é uma homenagem a Hiram Abiff.  (Foto: Kísie Ainoã)
Dalvim esclarece que o nome do motoclube é uma homenagem a Hiram Abiff. (Foto: Kísie Ainoã)

O engenheiro civil Dalvim Romão Cesar Junior, de 40 anos, é o secretário do motoclube. Junto à diretoria, ele auxilia na organização do grupo que já soma 18 membros. Dalvim esclarece que o nome do motoclube é uma homenagem a Hiram Abiff. “Segundo a Bíblia foi um dos construtores do Templo de Salomão”, frisa.

O clube tinha outra sede, mas há um ano está no Jóquei Clube. Dentro do motoclube, as mulheres, esposas dos integrantes, são chamadas de noras.

A professora Francine dos Santos T. Paes, de 40 anos, ressalta a união da família dentro do clube. “O papel da mulher aqui é maravilhoso. O motoclube é muito família. Então são os filhos, os discípulos e as noras. Entre nós (as mulheres), nos tratamos como cunhadas”, pontua.

 A professora Francine dos Santos T. Paes, de 40 anos, ressalta a união da família dentro do clube. (Foto: Kísie Ainoã)
A professora Francine dos Santos T. Paes, de 40 anos, ressalta a união da família dentro do clube. (Foto: Kísie Ainoã)
 O barbeiro Arael Jares, de 46 anos, também é um discípulo. (Foto: Kísie Ainoã)
O barbeiro Arael Jares, de 46 anos, também é um discípulo. (Foto: Kísie Ainoã)

O barbeiro Arael Jares, de 46 anos, também é um discípulo. Ele pontua que sempre foi apaixonado por motocicletas e rock’n roll e, por isso, a mistura deu certo. “Mesmo não sendo maçon, não vejo diferença. É um motoclube como qualquer outro e eventos como esse fortalecem a amizade entre demais motociclistas de clubes da cidade, pois tudo mundo já se conhece”, pontua.

Quando o clube surgiu, tinha o apoio de seis maçons de Mato Grosso do Sul. A ideia principal foi unir os irmãos da maçonaria regular, que fossem apaixonados pela filosofia do motoclube e por suas motos.

As noras. Esposas dos Filhos de Hiram reunidas. (Foto: Kísie Ainoã)
As noras. Esposas dos Filhos de Hiram reunidas. (Foto: Kísie Ainoã)

Desde o início, os integrantes mantêm o lema: “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, para rodar e viajar visitando outros membros de clubes e lojas maçônicas.

O motoclube cresceu e ganhou uma subsede em Limeira-SP, onde amigos que não eram maçons mostraram interesse em entrar. O grupo “Os Filhos de Hiram” estabeleceu regras de adesão de novos membros não-maçons considerando os critérios de adesão para membros maçons, ou seja, poderiam entrar como um grupo de suporte aos filhos.

Apadrinhamento - Em outubro de 2015, o grupo Os Filhos de Hiram foi apadrinhado pelo Motoclube Lakraios, de São Paulo. Ficando consolidado como um motoclube nacional. O evento aconteceu na festa de aniversário de 19 anos dos Lakraios MC.

A sede abre para a confraternização toda segunda quinta-feira do mês. O motoclube fica na Rua Das Palmas, 386, Jóquei Clube.

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Theo já marca presente no motoclube.  (Foto: Kísie Ainoã)
Theo já marca presente no motoclube. (Foto: Kísie Ainoã)

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