No ritmo do “Pre-pa-ra”, Cordão Valu festeja 7 anos de bloco na rua
Foi no ritmo da bateria da escola de samba da Igrejinha que os carnavalescos botaram os pés na rua para comemorar os sete anos do Cordão Valu, neste sábado, na região da Esplanada Ferroviária. Com o tempo ameaçando e em até certos momentos chegando a concretizar pancadas de chuva, o povo ainda estava tímido, mas foi o hit ‘Pre-para’ tocado pela Igrejinha que abriu, de fato, a animação na rua General Mello.
A comemoração era na base da contribuição voluntária. Desde a criação, quando Silvana Valu tinha o bar na rua da Imprensa e no Carnaval saía com os amigos rumo à Esplanada, tudo é feito pelo próprio bolso com ajuda dos simpatizantes. Hoje, a arrecadação era simbólica, de R$ 5 já pensando no Carnaval do ano que vem.
A cada saída do bloco, o número de carnavalescos aumenta e para a fundadora, mostra que o campo-grandense tem e gosta do samba no pé. “A gente fica contente, a cidade gosta de samba, só tem o mito de que não gosta, mas várias pessoas vem, gente do bem, vem para apreciar”, comenta Silvana Valu, de 41 anos.
Com samba no pé, sorriso no rosto e o sotaque carioca, a corretora de imóveis Rosângela Cincinato, de 47 anos, fala da excitação que o aniversário lhe trouxe. “Eu sou carioca e Campo Grande me excita por essa beleza, das escolas de samba transferir harmonia num enriquecimento da alma. O Carnaval me transforma”, dizia, sem deixar de dançar nem durante a entrevista.
A rua era um misto de famílias, amigos, artistas e quem é do Carnaval o ano inteiro. “Tenho esse dom, além de amar Carnaval, eu amo as pessoas que estão nele. E participar aqui é uma honra”, descreveu. Os planos para o Carnaval, de fato, vão ser de prestigiar a Igrejinha e também o desfile do bloco.
De bruxa, uma das poucas fantasiadas da festa, a encarregada de tesouraria, Magali Santana, 39 anos, não perde um Valu. Seja de desfile ou de aniversário. “Toda vez venho participar, Campo Grande não tem a cultura do Carnaval, então tem que aproveitar”, comentou.
Faça chuva ou faça sol, o estudante universitário Hugo Fernandes Gondim, estava pronto. De guarda-chuva e tudo ele foi pra rua pela primeira vez e confessa que apesar de não ser muito do Carnaval, estava adorando.
“Gostei da bateria e é bem legal. Aqui não tem muito essa tradição, mas se chover ou fizer sol, eu estou aqui”, brincou.
No ano que vem, segundo a Silvana, o Cordão desfila no sábado, abre o evento da Associação dos Blocos de Rua na segunda e se encerra na rua, na terça.