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Diversão

Para comunidade se apropriar da cultura, grupo leva arte para periferia

Teatro Imaginário Maracangalha inicia, neste fim de semana, o projeto “Maracangalha de Pé na Rua”

Thailla Torres | 18/03/2023 07:50
O espetáculo "Areôtorare", trata da desigualdade de gênero, a condição dos moradores de rua e permeia o impacto ambiental. (Foto: Vaca Azul)
O espetáculo "Areôtorare", trata da desigualdade de gênero, a condição dos moradores de rua e permeia o impacto ambiental. (Foto: Vaca Azul)

Com o objetivo de levar teatro, arte e cultura até a comunidade periférica de Campo Grande, o grupo Teatro Imaginário Maracangalha inicia, neste fim de semana, o projeto “Maracangalha de Pé na Rua”.

A circulação será realizada de março até junho de 2023. Sendo que de 18 de março a 16 de abril o projeto percorrerá o Bairro São Conrado, uma das regiões mais populosas em extensão territorial da cidade e contará com a parceria da Cufa-MS (Central Única das Favelas) e Associação de Moradores do Jardim São Conrado.

Serão 4 finais de semana com intervenção, oficinas e apresentação dos espetáculos profissionais de teatro de rua que incorporam a trajetória do grupo ao longo dos últimos 18 anos.

No mês subsequente (maio e junho), o projeto percorrerá o Jardim Noroeste, especificamente as comunidades “Estrela da Manhã” e a “Associação Amigos de Maria”.

“A grande importância do projeto é levar arte até a região mais afastada do centro da cidade. Nós, enquanto coletivo, resolvemos somar as forças e fazer jus ao que o teatro de rua representa, que nada mais é do que: estar na rua. É um momento importante, principalmente pós-pandemia, onde há uma carência de políticas públicas voltadas também para a área cultural dentro destas comunidades”, reforçou o diretor do Teatro Imaginário Maracangalha, Fernando Cruz.

Ele também ressalta que o lançamento do projeto sinaliza o papel da arte enquanto transformação cultural e social. “A gente volta às ruas com o objetivo central da nossa identidade de grupo, que é levar a arte para todos os espaços. Muitas vezes, as comunidades não têm acesso fácil ao centro da cidade para consumir cultura, e estar inseridos nela, é um papel transformador social também”, avalia.

Já sobre a cultura dentro da comunidade afastada do centro da cidade, Fernando Cruz fala da importância do fomento cultural como direito à cidade. "Fomentar a arte e cultura dentro da comunidade é uma forma de dialogar e trazer uma reflexão social com a população. A gente se instala nessas áreas que são organizadas por mulheres e que representam tão bem o cenário daquela região e vamos fortalecendo as lutas. Isso sem sombra de dúvidas nos dá muita esperança na arte e na vida”.

No espetáculo documental Tekohá, o grupo narra a batalha do líder guarani Marçal de Sousa e sua resistência histórica na luta pela terra e direitos dos povos indígenas.(Foto: @inovarinstitucional)
No espetáculo documental Tekohá, o grupo narra a batalha do líder guarani Marçal de Sousa e sua resistência histórica na luta pela terra e direitos dos povos indígenas.(Foto: @inovarinstitucional)

Sobre os espetáculos produzidos

Todas as produções dialogam com a realidade e trazem a reflexão sobre a sociedade e suas “evoluções”. O espetáculo "Areôtorare", trata da desigualdade de gênero, a condição dos moradores de rua e permeia o impacto ambiental. Nele, o grupo explora a poesia de Lobivar Matos que reflete a memória ancestral do povo preto presente no Pantanal.

Já na Tragicomédia de Dom Cristóvão e Sinhá Rosinha, onde texto do dramaturgo Federico García Lorca foi adaptado, há debate sobre a opressão e controle da mulher perante a sociedade.

O espetáculo Miragens do Asfalto  fez um trabalho documental baseado em memórias escritas e registros dos trabalhadores do Noroeste do Brasil. Todas as relações afetivas, a luta do sindicato e a construção da cidade em meio a ferrovia. É bem reflexivo porque fala, na linguagem deles, sobre os valores das famílias, desde casamento, amor, festas, e toda a memória afetiva da construção social destes trabalhadores, trazendo sempre a pauta do valor humano na construção de um lugar.

A intervenção premiada Ferro em Brasa é uma colagem da carta de Pero Vaz de Caminha com poemas de Oswald de Andrade, cartas de Frei Bartolomé de Las Casas e recortes de jornais. Abordamos o impacto da invasão das terras indígenas desde 1.500.

No espetáculo documental Tekohá, o grupo narra a batalha do líder guarani Marçal de Sousa e sua resistência histórica na luta pela terra e direitos dos povos indígenas. Já o Cortejo Cenopoético CAPETIM exploramos a poesia brasileira dentro das nossas músicas autorais.

Programação - Bairro São Conrado

1º Final de semana

18/03 - Sábado

  • 15h - Intervenção de Rua - Cortejo Cenopoético CAPETIM

19/03 - Domingo

  • 18h - Espetáculo de Teatro de Rua - Tragicomédia de Dom Cristóvão e Sinhá Rosinha

2º Final de semana

25/03 - Sábado 

  • 09h às 12h - Oficina de Teatro de Rua
  • 15h - Intervenção de Rua - Ferro em Brasa

26/03 - Domingo

  • 18h - Espetáculo de Teatro de Rua - Areotorare - O Verbo Negro e Bororo do Índio Profeta

3º Final de semana

01/04 - Sábado

  • 09h às 12h - Oficina de Teatro de Rua
  • 18h - Espetáculo - Tekohá - Ritual de Vida e morte do Deus Pequeno

4º Final de semana

15/04 - Sábado

  • 09h às 12h - Oficina de Teatro de Rua
  • 15h - Intervenção de Rua - Criação coletiva com a comunidade

16/04 - Domingo

  • 17h - Espetáculo - Miragens do Asfalto
  • 18h30 - Seminário Arena Aberta: A Periferia é o Centro
  • Mediação: Fernando Cruz
  • Conversação: CUFA - Central Única das Favelas de Campo Grande, Associação de Moradores do Jardim São Conrado e Imaginário Maracangalha

Endereço das oficinas no Bairro São Conrado: Rua Livino Godoy, 710 - Ao lado do CRAS São Conrado.

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