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Diversão

Pedro leva origami a sério e cria personagens surreais com papel

No acervo do professor tem desde lobos-guarás ao famoso martelo de Thor em 3D

Por Natália Olliver | 21/11/2023 07:31
 Pedro Lombardi Rocha, professor e mestre de origamis (Foto: Arquivo pessoal)
 Pedro Lombardi Rocha, professor e mestre de origamis (Foto: Arquivo pessoal)

“O origami é como se fosse minha essência, o ato de dobrar e transformar uma folha quadrada de papel em qualquer objeto, figura humana, animal ou inseto é desafiador e encantador”. A frase é de Pedro Lombardi Rocha, de 26 anos, professor e mestre de origamis. No vasto acervo do jovem, o que não faltam são animais. Há desde patinhos a lobos-guarás e obras feitas em 3D, como o famoso martelo de Thor.

A história com a dobradura começou ainda na infância, quando a mãe apresentou um simples sapo de papel ao garoto, então com 4 anos. O pulo do animal feito com algumas dobras de um sulfite comum fizeram os olhos dele brilharem. O interesse pelos origamis seguiu, mas só tomou forma anos mais tarde, quando Pedro tinha oito anos e comprou um livro sobre o assunto. Desde então, nunca mais parou de descobrir novas formas de transformar o papel em arte.

Pedro na infância pintando na casa da mãe (Foto: Arquivo pessoal)
Pedro na infância pintando na casa da mãe (Foto: Arquivo pessoal)

“Minha mãe sempre brincava muito comigo e meu irmão de pintar, desenhar, modelar massinha. Certo dia ela pegou um livro antigo de origami e dobrou o sapinho que pula para nós. Fiquei encantado com aquilo, como se ficasse hipnotizado por horas. Passado alguns anos, estávamos nós em uma livraria e eu vi um livro de origami ensinando a dobrar vários animais. Imagina a lembrança do sapinho voltando para uma criança que ficou hipnotizada.”

Autodidata, o aprendizado foi sendo aprimorado sozinho, com livros e vídeos na internet. Hoje, Pedro faz parte de grupos de artistas que buscam difundir a cultura e prática da dobradura em Campo Grande, através de exposições em feiras e oficinas espalhadas pela cidade. Agora, o desejo do professor, que também estuda Psicologia, é montar uma turma para ensinar a arte e aprofundar os conhecimentos sobre origamis complexos.

Lobo-guará, obra especial para Pedro devido ao amor por lobos (Foto: Arquivo pessoal)
Lobo-guará, obra especial para Pedro devido ao amor por lobos (Foto: Arquivo pessoal)

“Nessa caminhada dobrando fui aprendendo vários modelos pelo Youtube, a ler livros, ler padrões de vincos (crease pattern em inglês). Aprendi tudo sozinho. Até que hoje em dia eu crio meus modelos e reproduzo modelos complexos de outros autores. Minhas exposições costumam acontecer em lugares variados, já montei em shoppings, no Armazém Cultural, festivais do Japão e Imigração Japonesa e eventos acadêmicos”.

Modelos 

Desde que começou a criar os próprios modelos, Pedro tem carinho especial pelos lobos-guarás e pelo martelo de Thor, (Deus nórdico do trovões e batalhas) sua obra mais complexa, por ser feita em estilo 3D.

“Tenho um afeto diferenciado, eu sempre gostei muito de lobos, e o lobo-guará é um dos animais que acho mais bonitos e atraentes. Então eu diria que junto a isso e a história de toda a criação do modelo, fazem com que ele seja especial para mim.”

Martelo de Thor, feito de origami com efeito 3D, é obra mais complexa de Pedro (Foto: Arquivo pessoal)
Martelo de Thor, feito de origami com efeito 3D, é obra mais complexa de Pedro (Foto: Arquivo pessoal)

Preconceito 

Apesar de ser um universo diferente, Pedro comenta do julgamento sobre a arte dos origamis e como a técnica é menosprezada, muitas vezes sendo taxada de arte para crianças. “Existem pessoas que têm preconceito com papel, acham que por ser de papel não tem valor, o mesmo às vezes acontece com papel machê, papietagem ou qualquer outra arte que tenha papel como matéria-prima”.

Professor e mestre de origami quer ensinar técnica complexa aos novos alunos (Foto: Arquivo pessoal)
Professor e mestre de origami quer ensinar técnica complexa aos novos alunos (Foto: Arquivo pessoal)

Quanto ao preço, Pedro pontua que as peças mais vendidas no dia a dia são os animais mitológicos, como dragões, fênix e unicórnios. Já nos eventos regionais a procura é maior por jacarés, pássaros, lobos, entre outros. Nos de cultura japonesa, a preferência é por personagens de animes e desenhos como o Pikachu. As peças variam de R$ 150,00 a R$ 300,00. “As pessoas se impressionam muito quando veem o que é possível fazer apenas dobrando papel”.

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