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Diversão

Pela 1ª vez, coreto é abraçado por bandeira gigante em Sarau do Orgulho LGBT+

Para a organização, comemorar os 50 anos do Orgulho tem gosto especial diante da recente criminalização da homofobia

Danielle Valentim | 30/06/2019 08:55
Coreto foi erguido nos anos 30, no centro de um dos bairros mais antigos da cidade, o Amambaí.(Foto: Kísie Ainoã)
Coreto foi erguido nos anos 30, no centro de um dos bairros mais antigos da cidade, o Amambaí.(Foto: Kísie Ainoã)

Com estratégia única de ocupar espaços públicos, mais de 2 mil pessoas passaram pela Praça Cuiabá neste sábado (29) durante a 4ª edição do Sarau do Orgulho LGBTTTQI (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis, transgêneros, pessoas queers e intersex), da Casa Satine. Pela primeira vez, uma bandeira gigante com as cores do movimento abraçaram o coreto que foi erguido nos anos 30, no centro de um dos bairros mais antigos da cidade, o Amambaí.

A ideia do Sarau, além de oferecer a diversão a quem já conhece o trabalho da ONG, é trazer quem mora ao redor, pela música e pelo colorido. O coordenador da Casa Satine, psicólogo e pedagogo Leonardo Bastos, de 35 anos, explica que a ONG tem uma série de estratégias para ajudar LGBTs que são expulsos de casa.

“Uma das formas de acolher é com a cultura. E nós achamos que os espaços culturais são os locais certos para a promoção de cultura, conhecimento e sensibilização”, frisa.

Sobre os 50 anos do Orgulho LGBT, Leonardo garante que não poderia ser num momento melhor, devido a outra vitórias da comunidade, afinal, o Supremo Tribunal Federal acaba de equiparar a LFBTfobia ao crime de racismo. Para ele, a hora também é de esclarecimento à população de que nenhum LGBT continuará aguentando calado ofensas e discriminação.

Coordenador da Casa Satine, psicólogo e pedagogo Leonardo Bastos, de 35 anos. (Foto: Kísie Ainoã)
Coordenador da Casa Satine, psicólogo e pedagogo Leonardo Bastos, de 35 anos. (Foto: Kísie Ainoã)

“Comemorar 50 anos de Orgulho LGBT no país que mais mata LGBT, não poderia ser num melhor momento a gente teve uma decisão recente no STF e, finalmente, nós temos uma proteção legal, com relação a discriminação, homofobia, transfobia, finalmente são crimes nesse país. Se de fato sofrermos alguma violência seja psicológica ou física poderemos procurar uma delegacia. Então para nós celebrar celebrar esses 50 anos é muito especial, porque finalmente o Estado através do STF olhou para nós. Esse é um momento de esclarecer a população que nós não precisamos aguentar mais nada calados, podemos procurar a Justiça”, pontua.

E mesmo diante de tanta coisa para lutar e defender, ainda dá para colorir a praça e comemorar a vida. A Casa Satine foi a primeira a vestir o coreto com uma bandeira colorida.

“Eu não me lembro desse Coreto revestido com as cores do arco-íris e essa bandeira é de luta, de resistência, é de conquista e a gente está muito feliz de poder convidar a todos, não só os LGBTs para comemorar conosco, principalmente de promover um evento como este em praça pública”, finaliza Leonardo.

Todo produzido, Emiliano Matheus Santos, de 19 anos, participa desde o primeiro Sarau. “Eu acho necessário se mobilizar para mostrar que estamos vivos. A revolução lá reverbera até hoje aqui. A militância que começou lá é muito importante e estarmos aqui é fundamental. Hoje é dia de Orgulho, dia de dar close”, comentou.

Todo produzido, Emiliano Matheus Santos, de 19 anos, participa desde o primeiro Sarau. (Foto: Kísie Ainoã)
Todo produzido, Emiliano Matheus Santos, de 19 anos, participa desde o primeiro Sarau. (Foto: Kísie Ainoã)
Servidora pública Luciana Peruzzo, de 34 anos, levou o filho João Pedro de 9 meses pela primeira vez ao evento. (Foto: Kísie Ainoã)
Servidora pública Luciana Peruzzo, de 34 anos, levou o filho João Pedro de 9 meses pela primeira vez ao evento. (Foto: Kísie Ainoã)

A servidora pública Luciana Peruzzo, de 34 anos, levou o filho João Pedro de 9 meses pela primeira vez ao evento. Ela conta que morou em Barcelona quando tinha 19 anos, e eventos como o Sarau eram comuns em praças na Europa.

“Quando voltei senti muita falta. Eu sempre gostei de eventos em praças, pela reunião de minorias, coletivos, maiorias, enfim. Acho muito importante, pois além de ser um espaço público é um espaço de interação”, conta.

Com muito colorido, barracas, jovens e famílias inteiras, o evento recebeu muitos artistas, Djs e performances para animar a noite. Mesmo entre tanta gente, o mais lindo de ser ver foi o Coreto colorido. Ele parecia assistir o evento, com sua melhor roupa.

Revolta de Stonewall – O ano era 1969 e em Nova York leis proibiam o encorajamento a relações homossexuais, assim como era usada forte violência policial para evitar que pessoas LGBTs frequentassem locais públicos e comércios.

Num desses episódios de violência, LGBTs resolveram revidar a truculência policial no bar Stonewall e a ação de resistência foi forte o suficiente para se tornar um símbolo do movimento.
A Parada LGBT+ por diversos países servem para relembrar a luta daquelas pessoas.

Confira mais fotos do evento na galeria.

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