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Diversão

Resistência ao samba, bar de rock em plena Lapa no RJ, é de corumbaense

Paula Maciulevicius | 08/11/2016 06:49
No antro do samba, corumbaense de nascimento e carteirinha, Mario resolveu que ia fazer vingar o rock clássico.
No antro do samba, corumbaense de nascimento e carteirinha, Mario resolveu que ia fazer vingar o rock clássico.

Na principal rua dos Arcos da Lapa, o pub de onde sai o som do rock tem a mão de sul-mato-grossense. No "Boemia da Lapa Cavern Pub" um dos donos é Mario Amiden, um corumbaense que mantém até hoje a ligação com o Estado. No antro do samba, Mario resolveu que ia fazer vingar o rock clássico. Deu dois anos de validade e se enganou completamente, em janeiro completam sete anos da resistência com casa cheia.

É por telefone que o Lado B conversa com Mario, depois que um grupo de amigos jornalistas saiu daqui para um final de semana divertido na balada carioca. Ao se identificarem sul-mato-grossenses, ganharam mais que hospitalidade, como também muita prosa do dono.

De formação, Mario é jornalista e publicitário. Trabalhou em rádio, jornal, revista e até editor de história em quadrinhos. "Sempre estive envolvido parelalamente a essa trajetória jornalística, com produção musical e em especial, o rock. Como fui criado nesse pedaço, Glória - Centro e Lapa, comecei a ver a regeneração da Lapa, quando empresários começaram a abrir aqui", conta.

O bar, segundo Mario, é considerado um dos 10 melhores de rock do Rio de Janeiro.
O bar, segundo Mario, é considerado um dos 10 melhores de rock do Rio de Janeiro.

À época foram casas noturnas, antiquários, restaurantes, mas tudo como ele define "no berço do pagode e do samba". Na cabeça dele, a ideia sempre foi de fazer um espaço aberto para novas bandas.

"Eis que um dia entro num bar que tinha sido reinaugurado. Mas só colocaram uma máquina de rock lá, tudo muito precário. Até que um dia eu falei, vou entrar nessa. De nome, já me conheciam e então entrei na sociedade no início de 2010", narra.

A partir daí, o pub começou a ser conceituado, foi quando ganhou a logomarca do "batman". "Chamei um monte de publicitário para criar a identidade, no briefing, eu falei que éramos o único bar que só ia trabalhar à noite e no dia seguinte, me trouxeram o batman", conta em meio a gargalhada.

Desde então, o pub ganhou o nome "Boemia da Lapa Cavern Pub" e batman na logomarca. De fora, o bar é pequeno, mas já recebeu muita gente de peso no palco. "Maria Gadu, Daniel Lemos e muita gente de fora, até do País, toca aqui e eu achava que ia ficar só dois anos, mas estamos indo para sete", comemora Mario.

De Mato Grosso do Sul, ele recorda já ter visto quatro, de uma banda de oito integrantes subirem ao palco, mas não se lembra o nome. "Era para dar uma canja, mas eles deram um show", acrescenta.

A trilha sonora do pub são os clássicos do rock, repertório formado por músicas das décadas de 60,70 e 80.
A trilha sonora do pub são os clássicos do rock, repertório formado por músicas das décadas de 60,70 e 80.

A trilha sonora do pub são os clássicos do rock, repertório formado por músicas das décadas de 60,70 e 80. "Recebo algumas bandas autorais também, mas é naquele esquema, uma música autoral, um cover", ressalta.

A casa é pequena, tem pouca iluminação e é a tradução de um pub. O local comporta 40 pessoas, mas segundo o proprietário, de quinta a domingo, um amontoado de gente dentro, fora e até na rua quase triplica a capacidade.

"Popular" na Lapa, Mario brinca e diz que modéstia à parte, é muito conhecido na região. "Minha função é de cuidar da produção musical, do atendimento e da qualidade e por conta disso eu sento e bebo com os clientes", relata. E é assim que ele sabe os visitantes que o bar recebe. "Vem muita gente de fora já sabendo que tem o Boemia, gente de Manaus, americanos, alemães. De Corumbá, atendi três vezes este ano", contabiliza.

O bar, segundo Mario, é considerado um dos 10 melhores de rock do Rio de Janeiro. "E pelo tamanho dele, já é conhecido e virou ponto de referência", reforça.

De pai corumbaense e mãe campo-grandense, Mario é filho de Jamil Amiden, que foi deputado federal pelo então estado da Guanabara e que lutou na Segunda Guerra Mundial.

"Eu tinha uma rotina, dos meus 2 anos até meus 25, 26, de todo ano ir para Corumbá", conta. A última visita foi há quatro três anos, mas a próxima visita já está prevista para janeiro. E toda vez que vem ao Estado, fica hospedado na casa da artista Izulina Xavier. "Meu pai dá nome de rua, eu vou até lá, visito a rua, as pessoas, falo com todo mundo", conta Mario. 

O pub abre de terça a domingo, às 7h da noite e dependendo do movimento e dos shows na cidade, vai até 5h da manhã. O Boemia da Lapa fica na Praça João Pessoa nº2. 

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