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Diversão

Sair de MS para uma imersão em 4 vinícolas vale a pena no inverno

Por Geniffer Valeriano | 04/07/2024 07:06
Montanhas e parreiras dividem cenário durante imersão em vinícolas (Foto: Lucas de Godoy)
Montanhas e parreiras dividem cenário durante imersão em vinícolas (Foto: Lucas de Godoy)

Com paisagens de tirar o fôlego, vinícolas com décadas de história e tradição oferecem o roteiro perfeito para aquecer o inverno com estilo. Em fazendas localizadas a mais de 900 metros de altitude, os visitantes podem ter uma imersão completa no mundo da viticultura, com direito a degustação de vinhos finos e muita cultura no sul de Minas Gerais. O Lado B foi recentemente convidado a conhecer esses lugares repletos de histórias, e a experiência valeu a pena.

Centenária, a Casa Geraldo iniciou a produção de vinhos de mesa sem pretensão comercial. A família de italianos, que residia na cidade de Andradas, tinha apenas a intenção de produzir a bebida para consumo próprio. A vinícola entrou no ramo de vendas em 1969.

“Eles mantiveram a tradição de produzir vinho, mas isso começou a despertar o interesse das pessoas que viviam aqui na época. Então, por que não vender o vinho feito para a família? Aquela produção despretensiosa começou a crescer e tomar grandes proporções”, conta o enólogo Juliano Vilela.

Campo Grande News - Conteúdo de Verdade
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O roteiro de visitas leva você a conhecer a história da fazenda, além de todo o processo de produção da bebida. Durante o passeio, são apresentados os parreirais da fazenda e explicadas as técnicas de dupla poda e colheita de inverno, usadas para "enganar" a uva e adiar o período de colheita que normalmente ocorre no verão.

À primeira vista, a Fazenda São Geraldo deixa sem fôlego quem chega ao local. Com um paisagismo que inclui plantações de lavandas e até a presença de pavões, o cenário encantador se torna facilmente um cenário ideal para fotos. À noite, a área aberta da vinícola é iluminada por um extenso varal de luzes, que proporciona um charme especial.

Enquanto os visitantes conhecem o dia a dia da produção, têm a oportunidade de realizar degustações diretamente na cave de fermentação. “A hospitalidade foi o que fez a vinícola prosperar, então damos muita importância ao receber, mostrar e permitir que as pessoas provem o vinho diretamente dos tanques.”

Juliano servindo vinho direto da cave (Foto: Lucas de Godoy)
Juliano servindo vinho direto da cave (Foto: Lucas de Godoy)
Visitantes realizam degustação de vinho e sucos de uva em meio a barris da bebida (Foto: Lucas de Godoy)
Visitantes realizam degustação de vinho e sucos de uva em meio a barris da bebida (Foto: Lucas de Godoy)

Juliano ainda conta que o aumento de visitas ocorreu após a pandemia. “O auge da Casa Geraldo veio pós-pandemia. Depois que as fronteiras internacionais fecharam, as pessoas que estavam acostumadas a viajar para a Europa, América do Sul para visitar vinícolas não tinham mais essa opção. Então começaram a descobrir as vinícolas do Brasil”, explica.

A produção de vinhos finos foi iniciada no ano 2000 com apenas três rótulos. Atualmente, são produzidas 62 variações da bebida. A quantidade de vinhos a serem degustados varia de acordo com o pacote contratado, podendo chegar a 20 rótulos diferentes. Com três pacotes de imersão, os valores dos passeios iniciam em R$ 80,00 e chegam a R$ 800,00. Os visitantes podem escolher entre imersões de 1h a 7h.

Estrutura de laticínio se mistura a parreirais (Foto: Lucas de Godoy)
Estrutura de laticínio se mistura a parreirais (Foto: Lucas de Godoy)

Na cidade de São Gonçalo do Sapucaí está instalada a vinícola Bárbara Eliodora, que homenageia a poetisa mineira. Além da história de Bárbara, que é contada ao longo do passeio, através das estruturas do antigo laticínio Guilherme Bernardes Filho, celebra-se a tradição da família.

“Essa fazenda originalmente era uma fazenda de leite e nós tínhamos um espaço de laticínio. Então pegamos a vinícola e a inserimos dentro desse contexto do antigo estábulo, do antigo retiro, dos silos de armazenagem das vacas; o antigo laticínio virou a parte de envase. Assim, preservamos praticamente tudo de uma fazenda de laticínios”, detalha.

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Capela adornada com primavera era antiga estrutura de coxo (Foto: Reprodução Facebook)
Capela adornada com primavera era antiga estrutura de coxo (Foto: Reprodução Facebook)

Logo que se chega à vinícola, é possível ver a área mais nova que foi restaurada: o antigo cocho, que se tornou uma capela adornada com flores de primavera.

Para Guilherme, a viticultura sempre foi um hobby que ele explorava em todas as viagens que realizava. “Isso eu faço desde sempre [visitar vinícolas], mas eu fazia por ser meu passeio. Então, eu gostava de ver como se fabricava, que barricas eram usadas, leveduras, uma série de informações que eu nunca imaginei que iria canalizar para um comércio próprio. Era uma coisa que eu tinha prazer”.

Dividida em quatro partes, a visita guiada é iniciada nos parreirais, seguindo a pé para a sala de produção. Logo após, os visitantes são levados para conhecer as caves, onde são armazenados os vinhos produzidos. No local, é possível contemplar o busto de Bárbara Eliodora.

Mesa de degustação realizada no final do pesseio (Foto: Geniffer Valeriano)
Mesa de degustação realizada no final do pesseio (Foto: Geniffer Valeriano)

A última parada do passeio é na sala de degustação, harmonizada com queijos da região. “Nós idealizamos esse formato para que as pessoas possam sentir o que o vinho pode proporcionar”.

Com aproximadamente duas horas de duração, para participar da imersão é necessário realizar o agendamento prévio. As visitas guiadas com degustação custam R$ 199,00 por pessoa.

Na vínicola Maria Maria, parreiras dividem espaço com cafezais (Foto: Lucas de Godoy)
Na vínicola Maria Maria, parreiras dividem espaço com cafezais (Foto: Lucas de Godoy)

A quatro horas de Belo Horizonte, no município de Boa Esperança, é possível encontrar a vinícola Maria Maria. Durante o trajeto dos 289 km a serem percorridos, será possível se maravilhar com as montanhas que estão presentes em todo o estado.

Eduardo Junqueira Neto, filho do proprietário da vinícola, conta que a família está na 6ª geração da cafeicultura. Logo na entrada da fazenda, é possível ver a tradição da família ao se deparar com imensas plantações de café.

Logo após serem recebidos, os visitantes são levados de caminhonete até a plantação dos parreirais. No local, Eduardo conta como a família migrou para a viticultura pouco depois de seu pai receber recomendação médica para começar a tomar vinho, após sofrer um infarto em 2005.

Eduardo em meio a parreiral contando história de sua famílai (Foto: Geniffer Valeriano)
Eduardo em meio a parreiral contando história de sua famílai (Foto: Geniffer Valeriano)

Uma das perguntas que o médico fez para ele era se ele bebia bebida alcoólica. E ele disse ‘ó, doutor, na minha região a turma é muito cervejeira. Então tomo cinco, seis cervejas todo dia’. Então o médico falou para ele ‘cerveja para o seu coração não faz mal não, mas também não faz bem. Começa a tomar vinho, que vinho faz bem para o coração’”, conta.

Após visitar várias vinícolas no sul do país e na Argentina, o pai de Eduardo ficou sabendo de uma pesquisa que estava sendo realizada pela Epamig (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais) para trazer uma variedade de uva francesa para realizar vinhos finos. Foi então que Eduardo filho se arriscou com a plantação dos parreirais em 2009.

Esoumante e vinhos degustados na vínicula Maria Maria (Foto: Geniffer Valeriano)
Esoumante e vinhos degustados na vínicula Maria Maria (Foto: Geniffer Valeriano)

Eduardo ainda conta que o nome “Maria Maria” foi escolhido em homenagem ao amigo íntimo de seu pai, o cantor Milton Nascimento. Outra curiosidade sobre a vinícola está relacionada aos rótulos das embalagens. Cada safra é identificada pelo nome de uma mulher da família, conforme a ordem alfabética.

Iniciando com espumante, a degustação inclui vinhos gran reserva, sauvignon blanc e rosé. A experiência na vinícola Maria Maria custa R$ 300,00. Para aproveitar a imersão, é preciso realizar reserva prévia.

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