Vale até piquenique no canteiro central; se espaço é público, tem de aproveitar
A correria do dia a dia, quase faz de Campo Grande uma capital com ares de “cidade tumultuada”. Mas em um passeio rápido por alguns pontos, ainda é possível ver o grupo de amigos que toma um tereré no canteiro central de alguma avenida, famílias que dão preferência por levar os filhos ao parque, ao invés de um shopping, gente sentada na calçada.
Características de uma cidade onde a população, sempre que pode, arruma um lugarzinho para reforçar a relação com a natureza. da Mata do Jacinto ao Jardim Aeroporto, sombra do canteiro central virou parque.
Em um ponto da avenida Duque de Caxias, uma árvore é lugar de piqueniques e até para a prática de acrobacias com tecido. No local, as amigas Carla Machado e Evellin Sanches, há um ano usam a árvore para treinos. “Mesmo com o movimento, é um local tranquilo e que ao mesmo tempo passa um ar de segurança. Sem falar da árvore, que é linda”, comenta Carla.
No bairro Taveirópolis, a praça de esportes que um dia já foi estádio é presente os moradores com a única opção de lazer ao ar livre do bairro. A Praça Esportiva Elias Gadia virou local onde a criançada pode brincar e os jovens praticar esportes ou até zumba.
Um dos frequentadores mais assíduos é o jornalista Anderson Neves, de 24 anos. Seu hobbie é vôlei de areia, mas o rapaz também explica das outras vantagens do espaço.
“Aqui os moradores podem optar pelo crossfit, caminhada. A praça vive lotada até em dias de feriado. Se todo o bairro tivesse um espaço como este, ia ser vantajoso para todos os moradores”, contou.
Na mesma quadra onde, no último sábado, um time de basquete vibrava a cada arremesso, as terças e quintas Sônia Mara, de 27 anos, tem suas aulas de zumba. Mas sábado ela só vai ao local para levar os sobrinhos para farrear na areia.
No jardins da praça, outra mãe até dava um banho no filho, depois da bagunça com a criançada. Nos bancos, dois senhores aproveitavam o fim de tarde tirando um cochilo, é a prova de que espaço público serve bem a qualquer objetivo.
Outro ponto bem “família” é o Parque Ecológico do Sóter, entre os bairros Carandá Bosque e Mata do Jacinto. O local é bastante conhecido pelos adeptos de atividades físicas e, principalmente, por quem tem filhos. A garotada fica eufórica toda vez que vê as famílias de capivara e até de coelhos, que tem nas 22 hectares de parque. Na mesma região a desculpa de ficar em casa cai por terra com a Praça das Águas, em frente ao Shopping Campo Grande, ou o mais famoso parque da cidade, o das Nações Indígenas,
O mirante do aeroporto também é um destes locais e que lota aos fins de tarde.
A auxiliar de limpeza Meire dos Santos, de 51 anos, pela primeira vez parou por lá no fim de semana. Ao lado do namorado, o caminhoneiro Manoel Messias, ela aproveitou para filmar a decolagem do avião com a filha. “Sempre passava por aqui, quis parar, mas nunca tive oportunidade. Hoje vim só pra me despedir da minha filha. Ela está indo para São Paulo, mas em uma semana já volta”, conta sorridente.
Mas para a dona de casa Ernesta Chaparro e o marceneiro Maurílio Vitório ir ao local virou programa semanal. De bicicleta, todo o sábado o casal vai ao mirante.
Ali mesmo, sentados na grama, de fundo com uma das avenidas mais movimentadas da cidade, eles conversam, olham o movimento e, claro, se curtem um pouquinho. “É o nosso programinha romântico da semana”, brinca o marceneiro.
“A população fez desse tipo de local área de lazer mesmo. São arejados, limpos e eu nunca vi nenhum tipo de desrespeito por aqui”, comenta o pedreiro Leonardo Cordeiro, ao lado dos filhos David e Dafne, ambos com pouco menos de 2 meses de vida.