Viajar para Assunção derrubou imaginário tenebroso da fronteira
Campo-grandense Ana Carolina Brindarolli narra experiência transformadora depois de viajar para Assunção
No impulso, a bailarina e professora de Pilates, Ana Carolina Brindarolli, entrou em um ônibus e viajou durante mais de 12 horas até Assunção, no Paraguai. Deixando de lado todos os arquétipos da fronteira que um dia construiu, ela teve uma das viagens mais surpreendentes que já fez na vida e topou narrar detalhes dessa aventura feita recentemente na nossa série Voz da Experiência, afim de motivar outras pessoas a conhecer o País vizinho com outros olhos.
"O imaginário social tem um poder motivador ou estagnador, não é mesmo? Eu nunca cogitei ir ao Paraguai. Como diversas e diferentes outras pessoas fui até a fronteira, então para mim Paraguai era Shopping China, pessoas na rua vendendo pen-drive falso, algumas outras com armas nas esquinas, chão de terra batido, muitos carros engarrafando as ruas com o sol premiando todo o contexto e importunando a pele da gente. A imagem de um turismo da capital. Nem ao menos conheci os cheiros e tons da fronteira de fato, meu imaginário foi construído e formatado, gerando zero vontades de conhecer o Paraguai.
Faça amizades que viajam! Foi o que me motivou a pesquisar sobre Assunção. Eu tenho um grupo de amigas, no qual sempre decidimos em cima da hora para onde vamos viajar, dessa vez queríamos planejamento, uma delas disse: e se passássemos o Natal em Assunção?
Comecei a pesquisar imagens na rede e, para minha surpresa, havia cor, formas e dimensões. No topo da minha testa se lia: ué, cadê o chão batido? O plano acabou morrendo! Não fomos!
Muito tempo depois a ideia ressurgiu e decidimos retomar esses planos de viagem, num sopro de imprudência e impulsos. Viajamos em novembro, 12 meses de distância da ideia inicial.
Assunção tem um misto de grande metrópole como uma essência de interior. Em alguns lugares é possível vivenciar uma arquitetura que lembra o estilo europeu e em outras partes, se encantar com o colorido da cultura paraguaia.
Me afetou a receptividade dos amigos que fizemos. Nos instalamos em um Airbnb e demos a sorte de "colegar" com os vizinhos da frente, que nos apresentaram a noite "sem fim" em Assunção, cheia de bares, boates e salas privadas para dançar. Esse grupo em particular amava os funks brasileiros e sabiam as letras de canções atuais que eu jamais havia escutado. Pois bem, as ruas largas, a cidade limpa, o colorido dos bairros, a cidade com um todo te abraça, de forma que me atravessou.
Falar espanhol facilita muito a vida de quem quer ir ao Paraguai, mas claramente você não irá morrer se não souber falar a língua. A maioria das pessoas que compartilhamos momentos, desde o Uber/Bolt a amigos vizinhos, estavam solícitos a compreender quem não falava espanhol em nosso grupo.
Talvez para outras regiões do Brasil, o tempero e cardápio do Paraguai sejam considerados diferentes, mas acho que estamos tão próximos à fronteira, que nesse sentido do espectro cultural não se nota tanta diferença.
Os valores dos produtos, comida e vida em geral são muito parecidos com o real. Viajar para o Paraguai e pagar em guaranis é um pouco decepcionante, se você estiver com a ideia de conversão baseada em pesos argentinos, como eu estava.
Sacar dinheiro no Brasil e levar em espécie é uma boa pedida. Pois é, papel papiro, acredite! Os cartões nem sempre são aceitos e cobram uma taxa. Existem muitas casas de câmbios por Assunção, dá pra converter com facilidade, jamais converta na rodoviária, os valores de lá não são tabelados, vão de acordo com a vontade do cambista!"
Para quem curtiu o relato, Ana deixou 10 dicas para quem deseja viajar à Assunção, sozinha (o) ou com os amigos e a família.
- Faca câmbio de dinheiro no Brasil;
- Leve dinheiro em espécie;
- Faça a vacina de febre amarela;
- Leve roupas para duas estações (frio e muito calor)
- Se vai ônibus, comunique o motorista que é brasileiro e precisa tirar seu 'permiso' no PY;
- Baixe o app Bolt e no lugar do app Uber;
- Conheça o bar: Lido, Bolsi, Negroni e Zulu;
- Visite a franquia paraguaia Mlcalentitas e peça medialunas;
- Degustar a culinária local e prove: chipa guazú, sopa paraguaya, empanada e a chupa tradicional que para eles tem erva doce;
- Faça muitos passeios históricos, porque aquela cidade é viva em museus e espaços cheios de narrativas!
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