Acupuntura, botox e yoga são saídas para quem sofre com enxaqueca
Só quem já passou por uma crise sabe o quanto a enxaqueca é capaz de mudar uma vida. Dores crônicas e constantes, ânsias de vômito e resistência à luz, essas são algumas das características de uma doença que atinge pessoas de diferentes perfis e que podem recorrer a diversos tratamentos para amenizar as crises e melhorar a qualidade de vida.
Aos 20 anos, a estudante de Engenharia Civil, Larissa Nogueira Cardoso, faz parte do grupo dos “enxaquecosos”. Ela teve a primeira crise aos 12 anos e passou por vários exames até receber o diagnóstico.
“No começo eu assustei, fiz vários exames, tomava vários remédios e nunca parava. A sensação era igual a de alguém colocar uma agulha no meu cérebro. Eu parecia um morcego, só queria ficar no escuro porque a luz piorava”, conta.
Os exames que atestaram a enxaqueca só vieram dois anos depois da primeira crise. Alguns remédios ajudaram Larissa a amenizar as dores e ela aprendeu a conviver com a nova e nada agradável companheira.
Algumas crises eram tão intensas, principalmente em dias de provas da escola, que a jovem chegava a ter dores durante quatro dias seguidos. Durante os 8 anos convivendo com a enxaqueca, a estudante aprendeu algumas maneiras de evitar as crises.
“Hoje está bem estabilizado, só esse ano tive quatro vezes. Mas no meu caso a saída é principalmente evitar o estresse e as preocupações”, afirma.
Saídas – O médico neurologista Cesar Augusto Nicolatti explica que a enxaqueca é uma doença com predisposição pessoal, ou seja, quem nasce com a enxaqueca terá as crises. “O que existe são alguns tipos de atitudes que possam fazer com que as crises disparem ou que fiquem mais espaçadas. Não se fala em impedir totalmente as crises, se fala em melhorar a qualidade de vida”, diz.
Além das tradicionais formas de evitar os “gatilhos” que levam a crises, como a alimentação balanceada e prática de exercícios físicos, o neurologista afirma que a aplicação de toxicina botulínica, o botox, e acupuntura são saídas para amenizar as dores.
“Temos o tratamento medicamentoso, mas quando as crises são semanais e até diárias, fazemos um tratamento continuado que pode contar com alternativas como acupuntura, toxicina butolínica, pilates ou yoga”, diz o médico que ressalta que os tratamentos não são experimentais e sim consagrados com resultados pela Medicina.