'Comer, comer! Comer, Comer! É o melhor para emagrecer', da maneira certa, claro
Quase seis meses atrás, no dia 17 de janeiro, quando eu tomei meu primeiro copinho de “refeição” e tinha que tomar líquidos de 10 em 10 minutos, depois de 20 em 20, sempre em “golinhos”, se eu sonhasse que hoje estaria assim, eu talvez teria reclamado menos. Dado menos trabalho e quem sabe ficado menos mal humorada, porque era ali que o processo de reeducação alimentar começou a tomar forma.
O desespero por “comer” era tão grande, que eu chegava a sonhar que estava comendo e diante de uma mesa farta e acordava desesperada, pensando que iria morrer, mas precisei passar por tudo isso – assim como muitos de vocês também tenham que passar, seja por meio da cirurgia ou por meio de processo de dieta, que comer, sim, é o melhor para quase tudo.
Opa, mas espera aí. Eu com estômago nos “10% da capacidade” falando que comer é tão bom assim? Sim, acredite, mesmo depois da cirurgia bariátrica, quem se cuida tem uma vida tão normal quanto alguém que sempre comeu livremente. Claro, que a quantidade e os tipos de alimentos, são outros quinhentos na história toda!
Voltando no tempo, vamos lá à minha primeira consulta com a minha nutricionista Mariana Corradi Gouvêia, em novembro de 2014 quando ela perguntou meus hábitos alimentares. Ok! Eu achava quase normal, tomar café da manhã às vezes, comer muito na hora do almoço e quase todos os dias à noite participar de uma orgia gastronômica! Sushi, rodízio de pizza, sobá, lanches (combos né!) e várias outras delícias... E tudo isso sempre fracionado em apenas duas ou três refeições diárias.
Quando comecei a compreender todo o processo de redução, é que ali envolvia e envolve para sempre um processo de reeducação, que na marra, você tem que aprender que é preciso fracionar suas refeições de no mínimo três em três horas (eu achava isso tosco, confesso) e que isso é que faz qualquer pessoa emagrecer da maneira mais correta, inclusive o paciente bariátrico.
Mariana então sentou comigo e com a família, que participam de todos os momentos, para compreender todo processo de mudança, para mostrar como seria todo o processo. Nutricionista especialista em reeducação alimentar com foco em bariátricos, ela pacientemente me ensinou a tomar os “golinhos” e depois, conforme o cardápio foi mudando ensinando a comer com a “pontinha” do garfo de sobremesa ou da colher de chá, para me adaptar mesmo.
Mas aí, veio a melhor parte: COMER! Gente, sabe aquela musiquinha? Todos cantando comigo! “Comer, comer! Comer, Comer! É o melhor para emagrecer!”
Então, quem me acompanha sabe que eu sou um tiquinho teimosa e “experimental”. Já comi o que não devia, já fiquei bêbada de doce, já quase enfartei de vomitar porque tomei Fanta e aprendi na marra que não, eu não devo comer quibe (o trigo do quibe estufa no estômago da gente e vira um troço).
Mas o que eu posso dizer, que mais me ensinou é que comer é o que me faz emagrecer hoje em dia. E como com vocês eu tenho um papo direto e reto, eu posso contar que tive uma depressão e entrei na neura que não tinha que comer, porque queria emagrecer mais rápido!
Esse foi o erro, claro! Porque a nutricionista nesse caso faz um cardápio personalizado, e que deve ser seguido, claro, porque é seu! Vi meu peso quase estacionar e lembrei disso, olhei meu cardápio na porta da geladeira e disse para mim mesma: “Liziane Berrocal, larga mão de ser teimosa, você sabe escrever. Quem entende da sua dieta é sua nutricionista, e se fizer tudo errado, não terá outro caminho a não ser dar errado!”
Aquilo, foi um sinal para que eu voltasse em mim e voltasse a fazer aquilo que sim, mesmo com o estômago bem reduzido, me dá um imenso prazer! E eu, comecei a perceber que agora cabe em mim a expressão “comer igual passarinho”. Ou um ratinho! Porque vou comendo pouquinho, pouquinho, mas como de duas em duas horas!
E é uma delícia, porque faz parte do meu cardápio quase tudo que é bom, como frutas, leites, chás claros, sucos, queijinhos, frutas secas, castanhas e uns cookies sem açúcar que compro em locais especializados! E às vezes rola até um pão com frios ou um chocolate diet! Fora os picolés de fruta que me deixam felizes da vida com só 38 calorias!
E como comer é maravilhoso, comida é vida e viver em sociedade implica comer, tenho a dizer que quase seis meses depois, ontem experimentei o meu primeiro brigadeiro. E gente, foi tão bom, tão bom, que eu precisava dividir com vocês.
Pois como ensina a Mariana: “Mulher, comer é bom, e comer da maneira correta é melhor ainda, basta você descobrir o prazer de cuidar de você por meio da alimentação!” E com 50 quilos a menos em cinco meses e 20 dias, eu só posso dizer: Comer é bom demais!
PS: a caneca linda, personalizada foi um presente da Coisas de Alucha (9287-0974)