Dá para por comidinha funcional na lancheira sem fazer seu filho sofrer bullying
A gastronomia funcional também existe para as crianças e pode ser incorporada às lancheiras sem que ninguém sofra bullying por isso na escola. Tem muitas receitas bacanas que envolvem só a troca de ingredientes e passam longe dos inacreditáveis lanchinhos dos filhos da Bela Gil.
Chef de gastronomia funcional, Lidiane Barbosa, esteve em Campo Grande ministrando três cursos do estilo. Antes de sair em viagem, ela postou nas redes sociais o bolo que deixou para as duas filhas. As meninas de 8 e 10 anos são o maior termômetro da especialista e levam os pais a acreditar que é possível colocar comida funcional na lancheira sem constranger os pequenos frente aos coleguinhas.
Sem radicalismo, ela mesma brinca que já ouviu nos cursos que dá pelo país, como é a lancheira das meninas. "Já me perguntaram se elas não sofriam bullying. É aquilo: eu mando o que elas gostam de comer e que os outros também estão comendo e as crianças querem comer o delas porque é diferente e gostoso", explica. Na descrição podem entrar bolinhos, muffins e até bolachas recheadas.
Lidiane resume que o que importa na comida funcional é a combinação de ingredientes que vão alimentar o organismo de uma forma boa. Nas receitas, estão riscados glúten, leite e soja. "Eu agrego nutrientes através do uso de leite vegetal, insumos como biomassa de banana verde, chia, linhaça. Vou muito pelo que as minhas filhas pedem", frisa.
Para as crianças, Lidiane lançou recentemente um livro infantil baseado justamente no que as crias de casa gostam de comer e para mostrar que não precisa tirar nada do cardápio. O segredo é colocá-lo de uma outra forma. "Minhas receitas são todas assim: brigadeiro, bolo. Eu levo saúde através dessa preparação. É difícil oferecer brócolis para uma criança e ela achar gostoso, mas você pode colocar na empadinha", exemplifica a chef.
O ser radical, na visão da chef, pode ser até arriscado quando o assunto é comida infantil, porque pode afastar as crianças de uma vida saudável. Nas férias, por exemplo, ela diz que as filhas ficam livres para provarem o que quiserem, mas que já criaram consciência do que é bom e o que não é. "As pessoas acham que minhas filhas já nasceram comendo esse tipo de comida. Mas não, elas já comeram coisas erradas. É com o tempo e aos poucos que você consegue mudar", destaca.
Um exemplo foi o Nescau com a mais velha. "Eu não tirei de uma vez, comecei a fazer mistura de cacau com açúcar mascavo, até que hoje, ela mesmo prepara e vai muito mais cacau do que açúcar. Proibir fica muito difícil porque elas estão expostas a tudo isso", reflete a mãe.
Também não tem desculpa para a falta de tempo. Lidiane relata que chega a passar só dois dias por semana em casa. O tempo é usado para cuidar da família, cozinhar e deixar lanchinhos congelados. "Preparo diversos tipos de bolo, congelo e elas vão levando". O resultado foi que a filha mais nova, Maria Clara, pegou gosto pela culinária funcional que já tem até a própria página no Instagram.
"A criança é um livro em branco, a gente que acaba gerando preconceitos. E quando mais estímulo você der e exemplo, acaba sendo mais fácil de elas seguirem esse caminho", resume Lidiane.
Abaixo estão algumas das receitas que podem muito bem ir para a lancheira dos pequenos.
Bolachinhas
Ingredientes:
2 ovos
4 colheres de sopa de óleo de coco
1 xícara de farinha de coco
1/2 xícara de farinha de amêndoas
1 colher de chá de cacau em pó
1/2 xícara de "leite" vegetal (qualquer um, menos de soja)
1/2 xícara de açúcar mascavo ou açúcar de coco ou tâmaras sem caroço
1 pitada de sal marinho moído
1 colher de café de fermento em pó
Modo de fazer:
Bater tudo no liquidificador para ficar homogêneo. Depois, coloque a massa no verso de uma assadeira enfarinhada e abra com um rolo de macarrão, bem fininho! Corte em quadradinhos e leve para assar em forno pré-aquecido 180ºC por 25 minutos.
Os quadradinhos se soltam. Depois, mergulhe metade no chocolate 70 % cacau sem glúten, leite e soja, derretido e leve a geladeira.
Bolo Mesclado
Ingredientes
5 ovos
1/2 xícara de açúcar mascavo
8 colheres de sopa de óleo de coco (para equilibrar e é opcional 8 colheres de sopa de biomassa)
1 xícara de "leite" de amêndoas
1 1/2 xícara de farinha de arroz integral ou farinha de trigo sarraceno ou farinha de teff (ou coco mas ficará menos fofo)
6 colheres de sopa de cacau em pó
1 pitada de sal marinho sempre moído ou não refinado
1 colher de chá de fava de baunilha
1 colher de sopa de fermento de bolo
Modo de fazer:
Bata as claras em neve com a pitada de sal e reserve. No liquidificador, bata as gemas, o açúcar, o óleo de coco, o leite, a farinha, a baunilha e por último o fermento. Bata bem e coloque os ingredientes aos poucos. Misture 3/4 dessa massa com 3/4 das claras reservadas e acomode em uma forma redonda (de preferência com buraco no meio) já untada com óleo de coco e polvilhe cacau ou canela.
Nos outros 1/4 de massa misture o cacau e depois misture esse 1/4 de massa com 1/4 de clara que sobrou. E essa massa com cacau coloque sobre a massa que já está na forma mas de uma forma que não seja uniforme. "Mescle" a massa, deixe que ela se acomode sozinha. Forno pre aquecido 180º por 25 a 30 minutos.
Essas e outras receitas estão no Facebook de Lidiane: https://www.facebook.com/culinariafuncional/timeline além do site: http://lidianebarbosa.com.br/