De bicicleta, artista quer percorrer 4 países para resgatar história do chamamé
Andar 6 mil quilômetros de bicicleta pela América do Sul pode parecer loucura para muita gente, mas para a artista Maíra Espíndola isso será parte de um projeto multicultural.
Pedalando entre 80km e 100 km por dia, Maíra pretende passar por 35 cidades do Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai em, no mínimo, cinco meses. O objetivo é fazer um levantamento e recolher o acervo musical de nomes do chamamé e realizar um intercâmbio entre os países Del Chaco, redescobrindo relações e vínculos culturais entre os lugares visitados.
“Enquanto estiver nessa viagem, produzirei fotos, vídeos, textos, desenhos, gifs animados e farei um canal de podcasts em portunhol no Youtube. Tudo isso fará parte de um blog e também será retransmitido pelas redes sociais”, planeja Maíra Espíndola. O projeto tem o nome como tradução: “Mapas Sentimentales”.
Por ser um ritmo musical significativo para Mato Grosso do Sul, Brasil e parte da América do Sul, e por sentir uma carência da representatividade do estilo no atual momento, a artista plástica resolveu fazer o percurso.
O meio de transporte escolhido foi por Maíra ser apaixonada por bicicleta desde criança. Hoje ela tem um modelo que por si só chama atenção, tem um pouco da personalidade da artista. Com o guidão alto, de estilo retrô e um azul vivo, não é uma bicicleta esportiva e por isso mesmo deve servir bem ao desafio emotivo. “Voltei a pedalar há um tempo e hoje em dia para quase tudo o que tenho que fazer pela cidade uso a bicicleta, é uma de minhas paixões”, explica.
Mas para fazer uma viagem desse porte é necessário um grande preparo para suprir o esforço físico. “Já estou me preparando para fazer esse percurso. Faço exercícios, pedalo e também pesquisei bastante para chegar ao roteiro final”, relata.
Tudo já está preparado para a partida, mas a única pendência para o início da viagem é parte fundamental, o suporte financeiro. A artista irá procurar apoiadores e patrocinadores para que o projeto dê certo o mais rápido possível, mas, caso não consiga dinheiro, garante que sairá com recursos próprios até junho do ano que vem. “Se alguém também quiser ir comigo, estou aberta a companhias”, avisa.
Depois que terminar a viagem, Maíra ainda pretende realizar uma exposição com todo o material coletado. “É um projeto de um valor cultural imenso, quero que as pessoas conheçam e relembrem um pouco dessa cultura que foi deixada de lado através desse resgate”, afirma.
O blog Mapas Sentimentales começará a funcionar até o fim deste mês, relatando como será projeto. Confira o vídeo sobre o Mapas Sentimentales abaixo: