Louca da bariátrica: Para emagrecer, às vezes é melhor "jacar" do que endoidar
Sabe os risolis? Então, fiquem longe dele, porque são do mal, muito do mal! Uma simples frase postada no Facebook foi o suficiente para reflexão e debater sobre as necessidades que às vezes temos de enfiar o pé na jaca!
E uma frase, comentada por um colega de grampo, o Caio Aguirre, suscitou uma discussão e mil reflexões.
“Desde a cirurgia emagreci 88 quilos, a expectativa com a plástica é de reduzir mais 5kg. A parte boa é que há tempos não comia torresmo, bacon, ovo frito, batata frita, com tanto prazer e sem culpa. Também nunca comi tanto doce. é claro que a quantidade ... dá até raiva, mas sem culpa. Antes da cirurgia tinha diabetes que os exames pós não apresentaram nenhum sinal mais, mesmo antes sempre disse me recuso a ser escravo da minha doença. O fato de comer um risolis, não quer dizer que tenha que comer uma dúzia! sem culpa!”
Pois é, dez meses depois, tenho que concordar com o Caio. No começo da cirurgia, eu dizia: Açúcar? Nunca mais! Que isso. Para quê? Cervejinha? Não! Nunca mais! Chocolate? Tá amarrado em nome de Jesus e Nossa Senhora da Dieta Louca!
E o tempo foi passando, e veio então o primeiro refrigerante, primeira saída e sim, seis meses depois o primeiro chocolate. Meu Deus, um Ouro Branco, maravilhoso, que pareço sentir o gosto na minha boca até hoje! São tantas outras coisas gostosas que deixam nossa vida melhor, que hoje, eu me recuso a não “jacar” quando sinto uma vontade louca de ser subversiva.
Com oito meses fui parar no consultório da minha nutricionista, chorando, desesperada porque eu simplesmente não conseguia ficar longe de doces. E me culpava muito por isso. Chorava! Eu chorava sim! Chorava, porque meu pensamento é que eu “era um exemplo para todo mundo” e porque escrevia no Lado B e no #VaiGordinha e com isso eu não poderia escorregar.
Mariana Corradi, que além de nutricionista, sei lá, deve ser mágica, conversou comigo e deixou claro, que culpa só faz mal. No dia a dia, passamos por tantas transformações, estresses, mudanças internas e externas e os desafios enfrentados e ela, como profissional entende o que o açúcar causa de ruim, mas também sabe o que ele causa de “bom” no nosso cérebro e na nossa vida.
Me liberou um docinho, duas vezes por semana. E deixou ao meu critério escolher os dias e comer com moderação sem culpa. Claro, que eu nem sempre cumpro tudo, nem sempre dou conta mesmo. Vivo um dia a dia de jornalista.
Outro dia, por exemplo, depois de nove meses de cirurgia, eu comentei sobre o desejo ardente de comer um daqueles hambúrguer do Burguer King. Acho que falei com tanto gosto, sobre a vontade, que meu colega Gabriel, foi e trouxe um. Daí, falei: “Nossa, mas sério”. Cortei um pedaço e dividimos. Demorei 40 minutos para comer, o pedaço de lanche mais gostoso do mundo! Justo no dia, que eu não tinha conseguido almoçar, porque tinha enfrentado uma manhã difícil, aquilo foi como um alento ao mundo difícil da bariátrica.
Até porque, há momentos em que eu simplesmente tenho preguiça de comer, porque sei que não vai caber nada e eu vou viver vontade enlouquecedora, que passa quando olho um antes e depois...
E também tem dias que eu tenho vontade de jogar uma bomba (e nem é de chocolate) no mundo e não resisto quando alguém na redação grita: “A tia do salgado está aí”
E foi aí que tudo aconteceu. O Paulo gritou “A tia do salgado está lá embaixo” e eu lembrei dele, macio, cheiroso, delicioso, suculento, meu Deus, eu sentia o cheiro dele perto de mim! Foi impossível resistir e sim, eu comi um risólis. Quase inteiro, em mais ou menos uma hora (oh, uma hora pra comer um salgado). E pensei comigo: “É melhor jacar do que endoidar”.
Claro, compensei depois de tantas calorias intensas, mas a alegria foi tão grande, que só não se comparou ao dia que eu comi o ouro branco!
Afinal, eu sempre digo que duas coisas que deixam as pessoas felizes: sexo e doce. Como não podemos sair transando por aí (pelo menos eu acho né), um bombonzinho no meio do expediente faz um bem danado!