Lúdico, yoga trabalha posturas a partir de histórias e receitas
Depois de fazer curso, Letícia passou a ser instrutora também para crianças, ensinando yoga com receita ou conto de fadas
Uma história ou uma receita. É assim que começam as aulas de yoga que Letícia Fernandes Nascimento, de 44 anos, dá para as crianças. Administradora de formação e professora, o yoga entrou na vida dela pela saúde e o bem que passou a sentir é justamente o que hoje ela quer compartilhar.
Antes de chegarmos às aulas de yoga com histórias, vamos apresentar a Letícia. Com fibromialgia desde a infância, mas o diagnóstico só fechado na fase adulta, Letícia começou a praticar yoga por indicação de um médico acupunturista, em 2018. Foi amor à primeira vista e com apenas seis meses como aluna, ela resolveu fazer o primeiro curso, aqui em Campo Grande, em Hatha Yoga. Depois disso foram várias outras formações, o último deles feito em janeiro, de Yoga com Histórias.
"Comecei a dar aulas em agosto de 2019 para adultos de Hatha Yoga e devido a pandemia estou apenas com aulas online. Já havia conversado com uma escola regular particular para começar com as aulas para as crianças, mas com a pandemia não foi possível, por enquanto", conta.
A metodologia do Yoga com Histórias consiste em contar uma história para as crianças, e no decorrer da narrativa ou depois começar a prática de uma forma bem lúdica. "Não é realizado mantra com as crianças, para não ter nenhum tipo de problema religioso", pontua. O curso foi feito com os idealizadores do método, João e Rosa, que mantém um programa no canal Rá Tim Bum.
"Eu leio o livrinho, a história e monto a aula de ássanas baseada no que a gente leu ou o que a história não contou. Por exemplo, quando João e Maria começaram a andar pela floresta, o que eles viram? Baseado nas árvores, paisagens e animais, a gente vai fazer as posturas. No final tem a meditação guiada baseada na respiração", descreve Letícia.
Se as crianças forem bem pequenas, as aulas ainda seguem com fantoches, e sempre com acompanhamento dos pais. "E assim as crianças vão trabalhando os sentimentos que elas têm. Você desenvolve uma criança com maior concentração, mais conhecimento dos sentimentos que ela têm e então consegue lidar melhor com a vida, que é o que todos estamos buscando neste momento", contextualiza.
As aulas podem ser feitas por crianças de qualquer idade, menores de 4 anos vão precisar do acompanhamento dos pais. Para os pequenos a aula dura cerca de 30 minutos, a partir dos 7 anos dura de 50 minutos a 1 hora.
Como professora de adolescentes, Letícia tem percebido a dificuldade que eles têm em lidar com os sentimentos e frustrações. "Ano passado fiz um projeto de meditação na instituição que trabalhava e os alunos gostaram muito, tive muitos feedbacks positivos. Em São Paulo já existe a oferta de yoga nas escolas e tem vários relatos de melhora de aprendizado, de relacionamento interpessoal, disciplina e amorosidade", comenta.
Nas aulas são trabalhados exercícios respiratórios, os chamados pranayamas, que ajudam a diminuir a ansiedade e a raiva. "E todas as posturas levam a criança para uma meditação em movimento, ela está presente no que está fazendo, podendo assim perceber suas limitações, seus pontos positivos. E sempre terminamos a prática com agradecimento, isso faz com que a criança perceba tudo que tem de bom sua vida", explica Letícia.
Pela pandemia, as aulas têm sido on-line. Antes de iniciar o trabalho, a instrutora faz um questionário sobre a criança para saber se existe alguma limitação a ser ajustada nas aulas. "Não existe contra indicação, inclusive crianças com limitações físicas ou mentais podem fazer", enfatiza.
A aula começa sempre com uma breve conversa com a criança para saber como ela está no dia, depois vem a leitura e as posturas, que seguem uma lógica que trabalha a energia do corpo, prana, terminando com um relaxamento e a meditação guiada. "É uma aula dinâmica, fluída e lúdica. A escolha da história é sempre muito importante para trabalhar ética e os sentimentos da criança, a prática não é feita com qualquer história. Não fazemos práticas com histórias que contenham violência explícita e nem que estimulem a competitividade", destaca.
Para entrar em contato com a professora de yoga, basta mandar uma mensagem para o celular: 9-9877-8651.
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