"Maskne": veja o que fazer para evitar a acne causada pelo uso de máscara
Termo "maskne" é a junção de máscara e acne, criado para designar a acne mecânica causada pelo uso de máscaras
Se você está lendo este texto fora de casa, acredito (e espero) que esteja de máscara. Acessório essencial desde que a pandemia chegou à Capital, as máscaras trouxeram consigo uma série de desdobramentos que mexem com a nossa vida social e também com a própria saúde. Desde que a máscara virou regra, muita gente tem percebido o aumento da acne e os dermatologistas até criaram um termo para isso, o "maskne".
"É uma mistura do nome máscara com acne, criado para designar a acne mecânica causada pelo uso de máscaras", explica a médica dermatologista Gabriely Sacht.
Etão, fique calmo. Você não é o único que tem reparado o aumento de acne. Quem trabalha com isso também. A médica explica que o aparecimento não está restrito apenas à oleosidade da pele, como também ao atrito da máscara e ainda ao estresse. "A acne pode ser desencadeada por estresse e alteração do hábito de vida, como sono desregulado, alimentos ricos em carboidratos com índice glicêmico alto, tudo isso contribui para o aumento da acne e está tendo uma piora geral em relação à incidência", fala.
Para evitar a acne desencadeada pela máscara é preciso fazer o uso correto dela. "Na hora de colocar, sempre higienizar as mãos, tanto na hora de por quanto para tirar a máscara, e nunca colocá-la úmida, sempre seca", frisa Gabriely.
A rotina de cuidados com a pele também é essencial. A higienização da pele e o uso de produtos adequados para o seu tipo - seja ela seca, mista ou oleosa -, precisa de atenção. "Se a pele já é oleosa, use sabonete para o controle de oleosidade, porque com a máscara há uma piora e hidrate a pele, porque se ela estiver seca, somado ao nosso clima seco e a baixa umidade relativa do ar, o atrito da máscara na pele pode desencadear", ressalta.
Além disso, também precisamos saber escolher bem a máscara. A dermatologista recomenda optar por tecidos macios como o algodão, que terão menor atrito, assim como ter o cuidado de trocá-las regularmente, usando máscaras sempre limpas.
"Se você usar maquiagem, tente passar o mínimo possível e sempre de acordo com o seu tipo de pele para não obstruir os poros", completa.
Efeito rebote - Para evitar de se ter o chamado "efeito rebote" com a higienização da face, quando em vez de controlar, você aumenta a produção de oleosidade na pele, Gabriely recomenda limpar o rosto até duas vezes ao dia e não ultrapassar isso. "Hoje, com o tempo seco, recomendamos até duas vezes, mesmo para quem tem pele oleosa. O que dá para ser feito, se a pessoa está incomodada é fazer o uso de lenços umedecidos faciais ou então água micelar", indica.
Skin care - A sequência de produtos se mantém mesmo com o uso constante de máscaras. A primeira coisa é o sabonete, seguido do tônico e depois dos produtos ativos de cuidados, como anti-idade ou vitamina C, hidratante e, por último, o protetor.
"O demaquilante também pode entrar no início do dia, mas eu prefiro colocar no fim, antes de higienizar com sabonete à noite, passar água micelar para retirar maquiagem, excesso de filtro solar", pontua a dermatologista.
Os produtos devem sempre respeitar o seu tipo de pele, mas é importante também se atentar às mudanças. "Agora com a baixa umidade, as peles estão mais sensíveis e secas, até quem tem pele mais oleosa, está vendo ela parecer mista. Então, também temos que adequar nossos produtos de pele de acordo com a época do ano", explica.
O que não implica em trocar todos os cosméticos, mas diminuir o seu uso. "Por exemplo, usava o tônico duas vezes, use agora uma vez só".
Além da acne, outras lesões de pele como rosácea, dermatites e alergias estão sendo desencadeadas pela irritação da pele. "É importante consultar um dermatologista, porque pode não ser acne causada pela máscara e sim outras condições dermatológicas que podem piorar pelo uso incorreto, então é importante uma avaliação com profissional", destaca Gabriely.