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Faz Bem!

Mulheres que têm as curvas como "propaganda" mostram que não é fácil ter corpão

Paula Maciulevicius | 30/06/2014 06:23
No conjunto, Nídia é dona de um “corpão” conquistado à prática da musculação há 14 anos. (Fotos: Marcelo Victor)
No conjunto, Nídia é dona de um “corpão” conquistado à prática da musculação há 14 anos. (Fotos: Marcelo Victor)

Malhando de domingo a domingo, alternando os exercícios entre musculação, power plate e aulas de tênis. À mesa, na maioria das vezes, batata doce, ovo e frango grelhado. Ao se olhar no espelho, Nídia Pinheiro Bortoldo, de 34 anos, diz que agora o projeto é abdômen trincado. No conjunto, ela é dona de um “corpão” conquistado a duras penas. “Eu tenho uma rotina de exercícios desde os 20 anos”, resume.

Não é tarefa para qualquer uma. Para ter um corpão, o trabalho é duro e coloca por terra qualquer conversinha de que é coisa de madame desocupada.

Fisioterapeuta, o despertador de Nídia toca 5h30 da manhã às terças e quintas. Os dias considerados mais lights começam com o treino aeróbico, de 1h de aula de tênis. “As pessoas acham que é fácil, me olham e perguntam: o que você faz? Quando eu respondo musculação, power plate e tênis, ouço 'meu Deus, que preguiça. Mas não tem segredo, o segredo é você fazer”, explica.

Com 1,57m de altura e 52 kg, a parte do corpo que a fisioterapeuta mais gosta é o bumbum.
Com 1,57m de altura e 52 kg, a parte do corpo que a fisioterapeuta mais gosta é o bumbum.

Os 14 anos de exercício na academia ficaram mais intensos nos últimos dois. Depois da segunda gestação, Nídia perdeu muito peso e quis, além de se definir, ganhar massa. “Hoje meu exercício é aliado com a nutrição. Um cardápio elaborado mais certinho, com suplementos”, comenta.

Às segundas, quartas e sextas, são 40 minutos de musculação intensa, que inclui pegar, por exemplo 240 quilos nas pernas no aparelho leg press 45°, ou seja não é para qualquer um. “Essa parte é engraçada, eu peço para os homens da academia deixarem o peso para mim, eles olham com aquela cara de quem duvida que eu vá fazer. Às vezes eu fico até brava e ponho mais”, brinca. A intensidade dos treinos intimidam e na academia não tem cantadas.

As curvas que, ao mesmo tempo em que são estímulo para as alunas de pilates de Nídia geram olhadas e comentários não muito positivos. Como trabalha com isso, a fisioterapeuta está sempre usando malhas de ginástica e no condomínio onde mora já sofreu preconceito por fofocas.

Com 1,57m de altura e 58 quilos, Fernanda diz que se gosta num conjunto, mas que a parte preferida são as pernas, local onde ela mais trabalhou na academia.
Com 1,57m de altura e 58 quilos, Fernanda diz que se gosta num conjunto, mas que a parte preferida são as pernas, local onde ela mais trabalhou na academia.

“Às vezes eu esqueço, mas procuro evitar situações assim. Na reunião da escola das crianças, eu estava de saia de tênis bem curtinha e senti bem isso, um constrangimento. As mães olhando e não gostando muito, mas faz parte e é preciso ter cuidado, quem tem bumbum grande e perna grossa, para não passar para o lado vulgar”, diz.

Aos 20 anos, a estudante Fernanda Braga tem na rotina 1h de musculação, quatro vezes por semana, além de corrida, caminhada e treino de cross fit. Há seis anos ela passou a encarar sério a academia para ganhar peso. No meio deste tempo, descobriu pelo exercício a paixão por Educação Física, profissão que pretende seguir.

O exercício é casado com a nutrição e o resultado é visto no espelho e nos elogios por aí. A acadêmica assume que chama atenção, os olhares dos homens de admiração e das mulheres, na maioria das vezes, com desdém, nem imaginam o ritmo dela. “Demora, é um processo. Não é nada fácil. Resultado nítido mesmo eu só vi depois de um ano”.
Na alimentação, nada de bebida, gordura e frituras e carboidrato tem horário. “Tento não comer à noite”, conta.

Com 1,57m de altura e 58 quilos, Fernanda diz que se gosta num conjunto, mas que a parte preferida são as pernas, local onde ela mais trabalhou na academia.

Quanto às curvas que chamam atenção, ela até gostava de se exibir mais antes. “Hoje tem um certo preconceito e mais das mulheres. Às vezes elas acham que por ter um corpo a gente só vive disso, só pensa nisso, mas não. Eu tenho uma vida além da academia”, frisa.

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