Na falta do mar, lagoas e Parque das Nações viram trilha para stand up paddle
Quem nunca ouviu alguém falar que em Campo Grande só falta mar? Pois bem, para os adeptos do stand up paddle, que se revezam entre lagoas particulares e projetos no Parque das Nações Indígenas, isso não é um impedimento para conseguir praticar o esporte aquático.
Democrático em relação a faixa etária, nas fotos de quem pratica é possível ver crianças e até cachorros, o "sup" tem baixo impacto para o corpo, mas muita perda calórica.
O movimento é tão organizado em Campo Grande que tem até uma APSUP (Associação Pantaneira de Stand Up Paddle), que reúne os competidores e praticantes do esporte. "Em Campo Grande é ainda mais difícil porque não tem rio dentro da cidade, mas o pessoal pratica em lagoas particulares de condomínios, em clubes e agora estamos com um projeto para liberar no Parque das Nações Indígenas", afirma o presidente Apsup, Marcelo Rebuá.
Apaixonado pelo esporte, Marcelo conheceu o sup durante uma viagem de férias à Austrália em 2012. Quando voltou de lá, o paulista que adotou Campo Grande como terra natal, estava decidido a seguir com a prática. "Eu tinha o objetivo de explorar os rios da região. Comprei uma prancha e comecei a ir. A primeira viagem eu fiz com uma amiga para Piraputanga, mas já fui para outros lugares. Olhava no Google Maps e via onde tinham rios que davam para praticar", explica.
Na segunda viagem Marcelo já tinha um grupo. "Um amigo meu comprou a prancha e fomos com um grupo de amigos. A gente revezava, cada um descia uma hora. Agora, atualmente nós devemos ter cerca de 60 pranchas no Estado", aponta.
Uma delas é da designer de interiores, Daisy Metello, que ganhou a prancha no aniversário de 50 anos e foi amor à primeira vista. "Nunca imaginei que gostaria do sup. Eu via as pessoas fazendo, achei legal e me apaixonei pelo esporte. Meu marido é o dono da Lagoa Rica e eu sempre quis fazer algo na lagoa, ele já tinha uma canoa, mas eu não praticava nada", diz Daisy.
Agora, a Lagoa acabou virando um ponto de encontro do grupo. "Quem rema a primeira vez não quer mais parar", brinca a designer.
Para ela, o que mais soma na vida é qualidade física e mental que vem com a prática constante do exercício. "Minha vida mudou, eu conheci pessoas maravilhosas fazendo o sup, todo mundo se ajuda, é uma união imensa, um cuidando o outro, ajudando a preparar o material e você passeia com tranquilidade, é uma excelente atividade física para o braço, abdômen, perna, além de ser uma terapia de relaxamento que não agride o meio ambiente", defende.
Quem ficou interessado em praticar vai precisar investir no mínimo R$ 4 mil em um prancha. "São vários modelos, mas um profissional é de R$ 6 mil a R$ 11 mil. Ainda tem a opção de comprar um usado que sairia por R$ 4 mil. O remo de carbono que é o melhor custa R$ 1 mil e aqui em Campo Grande não vende. O jeito é comprar usado ou em lojas de outros estado", afirma Marcelo.
Com as competições que começaram a surgir em Mato Grosso do Sul em várias cidades como Corumbá e Aquidauana, o esporte parece ter chegado para ficar. "É antes de tudo um estilo de vida. Em Corumbá durante o Pantanal Extremo tivemos competidores de 60 anos, mulheres acima de 50 que se reencontraram no esporte. Você tem um contato direto com a natureza e sempre está em busca de novos lugares para remar".
Os interessados na prática podem entrar na página da associação no Facebook: https://www.facebook.com/APSUPMS