Página para aumentar autoestima de gordinhas tem até concurso para capa
A página "As Mais Belas Gordinhas de MS" tem pouco mais de 600 curtidas e busca valorizar mulheres que estão acima do peso, mas não se importam com isso. Longe dos padrões de beleza da sociedade, elas fazem concurso para escolher a capa e a foto do perfil e trocam informações a respeito de saúde e qualidade de vida.
A ideia de criar o espaço foi da modelo plus size e atual Mais Bela Gordinha de MS, Claryza Danielle Viveiros, 27 anos. Professora de educação infantil, ela deixou o trabalho de lado durante o nascimento da filha e logo em seguida, se descobriu modelo. “Eu comecei a participar de concursos de beleza desde 2015. Mas, o mercado ainda é muito pequeno. Me inscrevi no concurso e fui chamada para representar o nosso Estado na disputa de A Mais Bela Gordinha do Brasil, que vai ser no Rio de Janeiro, na Feira de São Cristovão. Por enquanto, ainda estou em busca de patrocínio para ir”, afirma.
Depois de entrar no mercado, Claryza percebeu que muitas mulheres sofriam com preconceito e baixa autoestima em decorrência do peso fora dos padrões de beleza. Por isso, decidiu criar um grupo no whatsapp e depois no Facebook. “Para mostrar a elas que precisamos ter autoestima, que somos saudáveis e lindas independente de manequim. Faz um mês que começamos mais ou menos”, descreve.
Para incentivar, a modelo decidiu fazer concursos para ocupar a capa e o perfil do grupo, que por enquanto, tem foto dela. “Somos em 36 meninas no whatsapp e elas sempre me pediram. A maioria busca apoio mesmo, algumas querem seguir no mundo da moda. O que queremos mostrar é que por mais que estejamos fora do padrão, não somos doentes. Não queremos ser ligados a uma doença”, frisa.
O grupo é pacífico. Para ser eleito capa basta ter mais curtidas na foto. Por isso, vale marcas as amigas, familiares e o que mais for preciso para conquistar o título. “Graças a Deus não tivemos nenhum problema, a não ser alguns comentários sarcásticos. Mas, eu excluo qualquer coisa que passa dos limites e explico que se continuar vou procurar uma decisão legal sobre o assunto, porque isso é crime”, acredita.
Além das conversas na internet, a jovem ainda organizou uma caminhada no Parque das Nações, às 15 horas, no domingo. A intenção é que as integrantes se conheçam, conversem sobre o tema e se sintam bem com o próprio corpo. “Normalmente a família apoia, os amigos também. Quem ofende ou tem preconceito é o pessoal de fora”, reflete.