Para quem depende da magrela todo dia, bicicleta nem sempre faz bem ao corpo
Queridinha dos esportistas ou de quem faz do ciclismo um hobbie, os benefícios e até desvantagens de andar de bicicleta são velhos conhecidos de quem usa a “magrela” por necessidade, como único meio de transporte. O fato é que a prática exige cuidados básicos para não comprometer a saúde do corpo.
Para dona de casa Olivia Vilalba Martins, de 35 anos, por exemplo, o uso excessivo da bicicleta não deixou a barriga como um tanquinho ou as pernas saradas. No caso dela, o resultado é dor constante.
Para levar os filhos à escola, todos os dias ela enfrenta uma verdadeira maratona no percurso entre sua casa e a Escola Municipal Professora Ione Catarina Gianotti Igydio, no Jardim Noroeste. “Há três anos eu deixo um dos meus filhos aqui e ainda levo o outro no Jardim Panamá. É minha rotina diária”, comenta.
Com tanto esforço para levar as crianças de 3 e 12 anos, na garupa da bicicleta, as dores nas pernas se tornaram frequentes. “Tem dias que é difícil até levantar, depois de ficar um tempo sentada. Os joelhos sentem muito o esforço das pernas”, conta.
Para não correr o mesmo risco, o eletricista Samildo Jackson arrumou uma solução prática, mas não menos cansativa. Todos os dias, na saída da escola, ele aguarda as duas filhas, Gabriele de 5 e Awany de 8 anos, com uma bicicleta reserva.
“Pela manhã eu acompanho elas a pé, enquanto elas andam de bicicleta. Mas tanto na hora de eu voltar para casa e quando retorno para buscar elas na escola, eu tenho que trazer a bicicleta menor a tiracolo”, explica.
Cuidados – O instrutor físico Gilmar Elias Batista Junior explica que a prevenção para dores e até a diminuição do risco de incidentes com o uso doméstico de bicicletas depende de medidas simples, mas que começam desde a hora de escolher uma bicicleta, até regulagem dos bancos, pneus e pedais.
“Se o uso for no dia-a-dia, para trabalhar ou estudos, por exemplo, as mais indicadas são as bicicletas hibridas. Elas tem uma roda maior, mas com um pneu mais fino e isso facilita o percurso diário”, comenta. Ainda segundo Gilmar, questões como a altura da bicicleta influem no desempenho e até variam do homem para mulher.
“Um homem que mede entre 1,60 ou 1,68 de altura tem de usar uma bicicleta tamanho P; enquanto o tamanho P de uma bicicleta feminina é voltado para mulheres de 1,50 até 1,60 de altura, por exemplo. O tamanho G masculino é voltado para homens de 1,78 até 1,86. Já o tamanho G feminino é para uma mulher que tem entre 1,70 até 1,83 de altura.”
Ainda segundo Gilmar, a altura do banco e dos pedais também pode prejudicar o rendimento. “Geralmente as dores nas pernas são decorrentes da pessoa estar usando um banco muito estreito ou em uma posição muito baixa”, comenta.
O instrutor é especialista em body geometry fit, uma avaliação que leva em conta a estatura e medida do corpo de cada pessoa, após a compra de uma bicicleta.
“Uma bicicleta é igual a um tênis. Tem especificidades que variam de uma pessoa para outra. A função de um especialista nessa área e instruir o praticante, desde a escolha da bicicleta na hora da compra, até as adaptações necessárias para o uso diário ou por esporte”, conclui.
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