ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, DOMINGO  24    CAMPO GRANDE 31º

Faz Bem!

Quilo a mais na balança e confissão da gula provam que bariátrica não é milagre

Liziane Berrocal | 03/08/2015 06:45
A conversa com a nutricionista.
A conversa com a nutricionista.

“Mari, eu pequei!”. A frase que poderia ter sido dita para um padre, na verdade foi dita por mim diante da minha nutricionista Mariana Corradi Gouêa durante consulta de rotina, na última semana. De rotina, vírgula, como diria minha saudosa mãe. A correria do dia a dia, aquela certeza de que está indo tudo bem, deixa qualquer um relaxado, até mesmo o bariátrico.

Entre as frases mais absurdas que já ouvi depois da cirurgia foi que “emagrecer com redução é fácil”. Pois é, e engordar também. E acreditem além do efeito “platô”, que é quando a gente para de eliminar peso tão rapidamente (segundo minha nutricionista, necessário para o corpo se acostumar com o novo peso), temos também o temido “reganho de peso”.

Bom, eu não posso afirmar que engordei ou não o “um quilo” que quase me matou do coração ao aparecer na balança, mas sei que os ponteiros que estavam em 116 foram pra 117 e eu quase surtei e chorando gritei: “Mari, eu pequei!”

Claro que eu sei que não são todos pacientes que tem essa “auto-sinceridade” que me deixa com a cara vermelha de vergonha, ainda mais porque sei que aqui sirvo de exemplo para muita gente e que tenho hoje várias afilhadas e afilhados de bariátrica, e também tenho que cuidar em dobro pelo fato de “estar na mídia”. Mas vi a necessidade de contar a verdade (lembra? Jurei dizer a verdade?)

Então, lá fui eu ao consultório e falei tudo que fiz de errado, quase chorando, igual criança que fez arte. Eu contei que tinha comido brigadeiro (não um monte, mas comi), que tomei refrigerante (zero, mas tomei e passei mal), que não conseguia comer comida, mas o pão descia que era uma maravilha, que comer ovo (necessário por causa da proteína) era uma missão quase impossível. Contei também que a tarde estava comendo coisas que não deveria e que isso estava me deixando cada dia mais preocupada.

Eu como super pouco, meu estômago não dilatou, mas andei comendo o que não devo. Hoje, com quase sete meses, eu já posso tudo, mas não devo. E com base na máxima bíblica de que tudo me é permitido, mas nem tudo me convém, tive que confessar meus pecados.

Não, o meu medo não é só o reganho de peso ou o julgamento alheio do: “Ah, mas é uma gorda mesmo, fez a cirurgia e agora engordou de novo”. A grande preocupação é sempre pela minha saúde e pelo exemplo que devemos ser uns para os outros em determinação e busca pelo melhor estilo de saúde.

Então, pacientemente e em silêncio Mariana ouviu tudo que eu contei e soltou: “Agora eu vou falar”.

- Errar, a gente erra, até eu erro na minha alimentação, mas persistir no erro é pior, e isso você não pode deixar acontecer.

Calmamente ela pegou dois pratos, desenhados sobre o que eu deveria comer, como deveriam ser minhas refeições e foi comigo montando um cardápio. Eu não tenho aquela vida de sonhos, com horários certinhos e regrados, mas profissional competente que é, conversou comigo sobre as melhores alternativas para quem tem uma vida corrida.

Vou ser bem sincera, acho que nunca comi tanto na vida igual estou comendo agora. Como tenho um estômago pequenininho, agora eu como de duas em duas horas. Castanhas, frutas, sucos e muita proteína fazem parte do meu cardápio, que tem até pão com presunto (magro) e liberado até um chocolate diet de vez em quando.

Com o desafio de comer o certo e da maneira certa, saí do consultório pensando em como olharia para vocês e contaria sobre isso. A própria Mariana me deu a deixa:

“Vá e não peques mais, e volte com dois quilos a menos daqui a 15 dias.” E olha, acho que alcancei a meta, porque um quilo e meio já foi em oito dias. E é mais uma forma de incentivar cada um de nós.

E isso prova, que se alguém pensa que emagrecer com redução é fácil, na verdade está "redondamente enganado", porque bariátrica não é milagre e eu tive que viver isso na prática para voltar aos eixos!

Afinal, depois de tudo que passei, ter a chance de passar a noite toda numa balada, de saltinho e dançar até quase o dia amanhecer com meu noivo é algo que eu não quero deixar de fazer nunca mais! E isso é graças sim ao meu emagrecimento!

Nos siga no Google Notícias