Yoga não contempla todos os bolsos, mas existem alternativas em conta na cidade
Em tempos de estresse e vida corrida, muito se fala sobre os benefícios do Yoga. A prática que promete, entre outras coisas, auto-educação, conhecimento e realização, além da disciplina da mente, dos sentidos e do próprio corpo, é cada vez mais difundida. Desperta, com certeza, o interesse de muita gente, mas acaba afastando outras pelo valor das aulas.
Em Campo Grande, iniciativas como Yoga no Parque das Nações Indígenas, que proporciona um aulão gratuito e aberto ao público, é uma forma bacana e louvável de difundir e popularizar o sistema. O único problema é que esse tipo de experiência ocorre uma vez a cada dois meses, porque depende da disponibilidade dos professores.
Até o mês passado, existia uma segunda alternativa, paga, mas bem em conta: o projeto “Yoga lá em casa”, comandado pelo professor Raphael Lugo Sanches. Todos os domingos, na varanda da própria residência, no Taveirópolis, ele reunia um grupo para os exercícios. Cobrava apenas R$ 15,00, mais R$ 5,00 (opcional) do café da manhã. Os encontros estavam indo bem, mas foram suspensos.
“Tivemos alguns impasses em dar continuidade ao projeto devido à inviabilidade de ocupar o espaço com atividades que caracterizem comércio, por se tratar de uma casa alugada tão somente para fins residenciais. Estamos procurando um novo local para continuarmos com a propagação do Yoga através dessas ações”, justificou Raphael, no Facebook.
A saída agora, para quem deseja mesmo praticar, é correr atrás dos espaços que trabalham com isso em Campo Grande. A dica é pesquisar bem, já que os valores são variados e as modalidades também. O Lado B levantou os preços de 4 estabelecimentos.
O Shanti Yoga Studio, que fica no bairro Vila Gomes, trabalha com três modalidades. O Tantra Yoga, focado nas esferas física, psíquica e emocional, tem por meta, diz o texto de divulgação no site da empresa, “eliminar tudo aquilo que inibe a expressão do potencial ilimitado da mente humana”.
Essa pratica permite, anunciam, desenvolver a capacidade de controle das próprias ações, explorar ao máximo a força mental e, assim, aprimorar o ser para uma vida com mais felicidade, saúde e paz. São oferecidas duas aulas por semana, de 1h15 de duração cada, em grupo de no máximo 10 pessoas, por R$ 148,00 ao mês.
O Hhata Yoga tem o mesmo valor, duração e também é ofertado duas vezes por semana. O objetivo do método é o "despertar da energia potencial" através do esforço físico. A modalidade que, afirmam, surgiu na Índia entre os séculos IX e XVI, proporciona, dizem, “o fortalecimento físico, o despertar da consciência respiratória e a purificação do corpo através dos asanas (posturas), pranayamas (técnicas respiratórias) e satkarmas (exercícios de purificação)”.
A terceira é o Ashtanga Yoga, descrita como uma “prática sistematizada em uma sequência de posturas pré-determinadas”. O praticante se move seguindo o ritmo da própria respiração. “Isso promove força, flexibilidade e a consciência da respiração, ajudando […] a manter equanimidade e equilíbrio durante o dia-a-dia. Também estimula o sistema imunológico e expande o coração, promovendo uma sensação de bem-estar”, diz trecho do texto de divulgação. No Shanti Yoga a mensalidade para duas aulas na semana sai a R$ 172,00. O espaço oferece, ainda, Yoga para gestantes e, também, para crianças.
No bairro São Francisco, a proprietária do Yoga Mandiram, Angela Pereira Moreira Margno, oferece o Hatha Yoga, duas vezes por semana, em grupo de 5 ou 10 pessoas, ao custo de R$ 182,00 por mês. “É a base de todas as demais modalidades. A partir dele vieram as outras variações. É o tradicional mesmo”, explica.
Mas dá para pagar menos: R$ 89,00, em um pacote de três aulas que podem ser feitas no decorrer de um mês. É possível, inclusive, não desembolsar nada ou quase nada. Isso mesmo. Todas as quintas-feiras, ao meio dia, Angela oferece uma aula com contribuição espontânea, dentro do projeto “Yoga da Paz”. O participante pode deixar um valor ou, se preferir, doar algum alimento seco. A arrecadação, diz, é destinada a instituições de caridade. “É uma aula mais suave”, avisa.
Marise Santos, 56, professora do espaço Amrita, no bairro Giocondo Orsi, não oferece essa possibilidade, mas tem um sistema diferente, o Yoga Sivananda. São duas ou três aulas por semana, com mensalidade de R$ 185,00. “È uma metologia criada por um médico indiano chamado Sivananda. Ele foi considerado um homem santo na Índia. É autor de mais de 300 livros. Os principais sobre meditação são dele”, afirma, e explica o diferencial:
“Nossas aulas envolvem exercícios de respiração. Temos a parte de cantos de mantras e focamos muito na gestão do relaxamento entre as posturas. A prática do Sivananda não chega a ser muito forte, mas também não é muito suave. Fica no intermediário”.
A verdade é que, na prática, todos tem a mesma origem. “Nós, ocidentais, somos extremamente criativos. Sempre que você olha na internet, tem uma modalidade de Yoga nova. Vão criando outras formas de apresentar a prática, mas todas surgem do clássico”, declara, ao comentar que a mudança está no nome e, principalmente, na metodologia aplicada. Todos, porém, oferecem benefícios que trabalham o equilíbrio do corpo e mente.
Se a intenção é começar pelo clássico, vale conhecer o método oferecido pela Casa de Ensaio, organização social sem fins lucrativos do bairro Amambai. A entidade, que atende 120 crianças em situação de vulnerabilidade social, cobra R$ 100,00 mensais por duas aulas na semana, às terças e as quintas-feiras, das 9h às 10h
A taxa de matrícula custa R$ 25,00 e é paga apenas no primeiro mês. Metade do valor da mensalidade é revertido para a instituição.
Serviço
Casa de Ensaio - Rua Visconde de Taunay, 203, esquina com a Avenida Afonso Pena - Bairro Amambai. Contato: (67) 3384-4843.
Shanti Yoga Studio - Rua Sergipe,1393 - Vila Gomes. Contato: (67) 3027-5904/ 8190-0285/ 9157-1595/ 9937-5904
Yoga Mandiram - Rua Amazonas, 612 - Bairro São Francisco. Contato: (67) 9297-1108
Amrita - Rua Clúadia, 310 – Bairro Giocondo Orsi. Contato: (67) 3351-8151.