Com jogabilidade precisa, Venture Kid é aventura retrô no Nintendo Switch
Um cientista malvado construiu uma arma secreta, para impedi-lo você controla um herói de uniforme azul que tem que resgatar a amiguinha loirinha, o personagem conta com a ajuda de um tiozinho que fornece equipamentos especiais. A partir daí em sua jornada você terá de passar por oito fases, cada uma com um chefão, para daí enfrentar o grande vilão em sua fortaleza. Aposto que você pensou num certo personagem azulzinho cujo nome começa com a letra M ou R. Aí que você se engana, trata-se de Venture Kid.
O jogo homenageia os clássicos games de plataforma e ação da terceira geração dos videogames trazendo uma aventura cheia de referências, a mais óbvia é Mega Man (Rockman no Japão). Dos gráficos pixelizados, passando pela trilha sonora composta por Matt Creamer (Retro City Rampage), e uma jogabilidade precisa e eficaz, tudo remete à época dos videogames NES (Nintendo Entertainment System), PC Engine e SEGA Master System. Aliás, ao jogar Venture Kid, fiquei com a impressão de como seria um Mega Man se tivesse saído no sistema da SEGA.
Jogando no nível normal (há três níveis de dificuldade disponíveis em Venture Kid), a jornada do herói começa bem simples com a introdução às mecânicas do jogo, inclusive os primeiros chefes são bem fáceis de serem derrotados, pois seus padrões de ataques são simples e não exigem tanta habilidade. Entretanto, conforme os estágios vão passando, a dificuldade aumenta gradativamente e é preciso formar uma estratégia para atravessar determinadas passagens e derrotar alguns inimigos.
Em Venture Kid, o fator exploração é levado em conta, uma vez que é necessário encontrar itens escondidos, sejam vidas, tanques para reabastecer os equipamentos especiais, uma vez que estes possuem uso limitado, e um item secreto escondido nas primeiras oito fases, isso fará com que o jogador passe pelos mesmos estágios algumas vezes até descobrir onde estão tais preciosidades.
Para facilitar a vida do jogador, no menu que pode ser acionado ao pausar o jogo, além de trocar de equipamentos, é possível voltar ao mapa de escolha de fases e também acessar a loja, onde você pode adquirir diversos itens como energia e vida através das bolinhas que são recolhidas ao longo dos estágios e funcionam como dinheiro.
Para prolongar a diversão, além do tradicional passar de fases, há outros modos em Venture Kid: no modo sobrevivência, o jogador deve passar por diversos cenários randômicos; e no modo batalha contra chefes, você deve enfrentar um chefão de fase a sua escolha, e ao derrotá-lo você é premiado com energia e tanque para reabastecer os equipamentos especiais.
Uma boa notícia para nós brasileiros é que Venture Kid possui legendas em português nas interfaces, na história, em suma, tudo está localizado em nosso idioma, há alguns pequenos erros ortográficos, mas que em nada compromete a compreensão do jogo.
Uma falha no game fica por conta do visual dos personagens, apesar da boa variedade (há bichinhos fofinhos, macacos, motoqueiros, naves espaciais entre outras coisas), falta carisma nos chefes de fase e principalmente no protagonista. Outro erro encontrado foi nas últimas fases onde há pistões com espinhos prontos para esmagar o personagem, dependendo da posição do seu bonequinho, ele fica subindo junto com os pistões, talvez seja erro na caixa de colisão.
Resumidamente, Venture Kid é uma boa homenagem aos clássicos da terceira geração dos videogames, principalmente a série Mega Man, há boas músicas, uma ótima jogabilidade e há elementos no jogo que prolongam sua diversão. De negativo temos a ausência de personagens mais carismáticos, o protagonista, por exemplo, possui um visual bem genérico. É um belo prato para os saudosistas, mas carece de um “algo a mais” para quem é mais novato nesse mundo.
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