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Conheça mais sobre alguns dos primeiros Famiclones brasileiros

Fabio Dedini | 20/08/2019 08:49
Vamos conhecer um pouco mais sobre os cinco primeiros clones de Nintendo 8 bits que marcaram a época.
Vamos conhecer um pouco mais sobre os cinco primeiros clones de Nintendo 8 bits que marcaram a época.

Década de 1980. O Brasil passava por um período econômico complicado: inflação alta, elevada dívida externa e déficit público. Com esse cenário, o governo brasileiro criou o que foi chamado de Lei de Reserva de Mercado, a Lei Federal 7232/84. Proibia-se a livre importação de bens de informática e não se permitia a entrada de empresas estrangeiras sem que o controle acionário estivesse nas mãos de brasileiros. O objetivo era estimular a capacitação da mão de obra local e o desenvolvimento da indústria nacional.

Criou-se, então, o ambiente perfeito para o nascimento e crescimento do mercado de
videogames clones no país. As empresas nacionais começaram a copiar os produtos originais, protegidas sob a guarda da Lei de Reserva de Mercado. O videogame Atari 2600 e logo em seguida os “Nintendinhos” foram os clones mais produzidos no Brasil. Marcas como CCE, Gradiente, Dynacom, Milmar e outras copiaram e produziram seus próprios consoles 8 Bit compatíveis com Nintendo, também conhecidos como Famiclones (referenciando o Famicom, versão japonesa do Nintendo 8bits).

Vamos conhecer um pouco mais sobre os cinco primeiros clones de Nintendo 8 bits que marcaram a época:

Bit System – Dismac
Bit System – Dismac
Dynavision II – Dynacom
Dynavision II – Dynacom

1989 – Dynavision II – Dynacom

Lançado no ano de 1989, o Dynavision II tem o “dois” no nome por conta do seu
antecessor, o Dynavision, clone de Atari 2600. O Dynavision II usa cartuchos padrão 60 pinos, mesma configuração do console original (famicom) japonês. Ele possui botões de membrana no console e usa um joystick tipo manche. A Dynacom produziu cartuchos próprios para ele, copiando vários títulos originais. No início, tanto o console quanto os cartuchos eram claros, num plástico com tom cinza. A Dynacom também fabricou a pistola, que era um acessório para utilização com alguns títulos específicos. A empresa ainda produziu o Dynavision 3, 4 e outras variáveis desse tipo de console em vários formatos e cores nos anos que se seguiram. Algumas versões saíram com dupla entrada de cartuchos, para 60 e 72 pinos.

1989 – Phantom System – Gradiente

Concorrente direto do Dynavision II e do Top Game CCE, o Phantom System chama
atenção por um detalhe bem peculiar: sua carcaça. A idéia inicial da Gradiente era lançar o
console 8 bit da Atari, o Atari 7800, mas mudou suas intenções no último segundo. Solução: produzir um clone de nintendinho utilizando as carcaças já produzidas. Seu conector de cartuchos de jogos era de 72 pinos, padrão americano (NES). A Gradiente era uma marca de eletrônicos famosa e consolidada no mercado nacional, e isso ajudou na confiança dos consumidores para adquirir seu console. O Phantom System foi um dos clones de Nintendo mais bem-sucedidos da época. Era um console robusto e bonito.

1989 – Top Game – CCE

A CCE já produzia consoles clones de Atari 2600 e entrou no mercado dos famiclones
com sua série Top Game. O primeiro modelo, VG-8000, era um console robusto, pequeno, mas com algumas limitações, como o controle que era embutido e tinha uma “pegada” bem ruim. Com entrada para cartuchos de 60 pinos, a CCE também produziu cartuchos de jogos para ele. Foi uma biblioteca com mais de 40 títulos incluindo clássicos como Mario, Contra, Gradius e Mega Man. A CCE também era uma marca bem conhecida dos brasileiros por conta dos aparelhos eletrônicos que ela produzia no país. Ainda foram produzidos mais uma versão de Top Game (VG – 9000) e o Turbo Game nos anos que se seguiram, com a marcante e saudosa embalagem que estampava um avião caça na frente da caixa. Essas últimas versões já vinham com duplo conector para cartuchos de 60 e 72 pinos.

1989 – Bit System – Dismac

A Dismac também participou do mercado de clones de nintendinho no Brasil com seu Bit System. Era um console claro com aparência bem semelhante ao NES, com encaixe de 72 pinos de forma horizontal e com uma portinha da mesma forma como era o console americano. Mesmo sendo um sistema imponente, a portinha do cartucho quebrava com facilidade. Seu controle tinha uma semelhança com do NES americano. A Dismac ainda produziu cartuchos 72 pinos para o mercado, com carcaça bem semelhante aos cartuchos americanos, mas na coloração preta.

1990 – Hi Top Game – Milmar

O famiclone da Milmar era relativamente pequeno, escuro, e foi lançado com
entrada para cartuchos de 72 pinos. O desenho do console lembra até um pouco o Master
System da Sega. O Hi Top Game teve ainda outra versão que tinha um caractere diferente na parte superior da carcaça, além de coloração diferente dos botões. Os controles do Hi Top Game eram baseados num clone chinês chamado Micro Genius, era pequeno, mas tinha uma boa qualidade e já tinha botões turbo. A Milmar também produziu cartuchos clones na configuração 72 pinos com carcaça semelhante aos de Phantom.

System. Em 1994 a Milmar ainda lançou o sucessor do Hi Top Game, o Top System, um console na carcaça semelhante ao do Phantom System, porém em coloração clara e já com a configuração para dois encaixes de cartuchos, de 72 e 60 pinos. Chegou no final da Era dos Famiclones brasileiros.

Foi uma época única na história dos videogames, onde uma Lei protegeu os fabricantes
para produzirem cópias de consoles da geração vigente sem qualquer autorização dos
fabricantes originais. Fomentou a cultura dos videogames no Brasil.

Os clones não são exclusividades brasileiras e muitos países asiáticos produzem clones
até hoje. Afinal, quem não se lembra do famoso Polystation nos anos 90? Aquele “Playstation” que usava cartucho de famicom.

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Hi Top Game – Milmar
Hi Top Game – Milmar
Phantom System – Gradiente
Phantom System – Gradiente
Conheça mais sobre alguns dos primeiros Famiclones brasileiros
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