Samurai Shodown! 2 e King of Fighters R-2 chegam ao Nintendo
Samurai Shodown! 2 e King of Fighters R-2 foram lançados originalmente para o portátil Neo Geo Pocket Color da SNK em 1999. O game de lutas de armas foi desenvolvido como uma conversão do até então mais recente jogo de arcade da empresa (Samurai Shodown 64: Warrior’s Rage), já o de lutas entre equipes veio de uma sequência direta e com fortes inspirações de The King of Fighters 98 dos fliperamas.
Embora tenha durado pouco tempo, o Neo Geo Pocket Color carrega até hoje uma biblioteca invejável de bons jogos, e esses dois títulos definitivamente estão nessa lista. Samurai Shodown! 2, a princípio, foi anunciado como um bônus gratuito para quem fizesse a pré-compra do novo Samurai Shodown (2020) no Switch, mas agora ele também está disponível para ser comprado na loja online da Nintendo.
Agora a pergunta é: E aí? Como ficaram esses games no híbrido da Big N?
Desnecessário dizer que o port é perfeito em termos de gráficos e sons, emulando exatamente aquilo que você via e ouvia no portátil original da SNK. Mas a cereja do bolo são os extras. A Code Mystics (empresa responsável pela conversão) adicionou 6 diferentes modelos do Neo Geo Pocket Color à sua escolha como papel de parede, filtros ‘retrô’ que simulam a tela do portátil original, um sistema em que você pode voltar em até 30 segundos a sua luta (rewind), além do manual de instruções original escaneado em ótima qualidade para deleite dos saudosistas. Pra completar, 2 pessoas podem jogar juntas no mesmo Switch, na TV, no modo tabletop ou mesmo no modo portátil!
Respeitando o design do Neo Geo Pocket, os jogos têm um sistema bastante simples de controles, com dois botões que podem ter a força do ataque variada dependendo do tempo em que você pressiona o botão. Os comandos são bem fáceis de executar (mesmo no controle do Switch, nada indicado pra jogos de luta em nossa opinião).
No Samurai Shodown! 2 você pode optar por 15 lutadores, todos os disponíveis em Samurai Shodown 64 (com exceção de Hanma Yagyu) além da adição de dois personagens populares entre os fãs da série: Charlotte e Jubei. Toda a história, cutscenes e finais são também derivados do arcade, além dos elementos de gameplay (como por exemplo a opção de escolher entre duas ‘personalidades’ de cada lutador – Slash ou Bust).
Por ser um game concebido originalmente para um portátil e tendo em vista que multiplayer não era uma prioridade, a SNK adicionou um modo ‘coleção’ para aumentar o valor de replay, em que você pode colecionar cards virtuais de cada personagem. Esses cards, além de mostrarem diferentes artes e informações, podiam ser ainda equipados nos respectivos lutadores, conferindo a eles diversos bônus nas lutas (como aumento de defesa ou dano nos golpes normais ou especiais.). Esses cards eram ganhos quando você satisfazia alguma condição (como derrotar determinado personagem ou terminando o jogo, por exemplo) e o lance mais legal é que esses cards podem ser trocados entre jogadores (na época utilizando o recurso de link entre dois Neo Geo Pocket). Ah! São 8 cards para cada personagem (4 para serem utilizados no modo Slash e 4 no modo Bust).
Já em King of Fighters R-2 são 12 lutadores divididos em 4 times, além de dois personagens solo (Leona e Iori). Todas as características da série estão mantidas, desde os golpes especiais aos movimentos como rolamento. Há, também, um modo onde podemos customizar nosso personagem e melhorá-lo conforme batalhas são completadas. É um extra interessante, mas que logo perde a magia. As músicas durante a peleja são ótimas, fazendo total uso da competente emulação. É claro que as empresas poderia ter dado um passo extra e adicionado jogatina online, mas não se pode ter tudo.
Para completar, uma coisa que nos surpreendeu foi que esse port faz uso de um recurso pouco explorado no Switch, o touchscreen. Você pode, por exemplo, olhar o manual, dando zoom ou virando as páginas simplesmente tocando na tela, e o mais legal ainda, jogar o game usando os botões e controles do papel de parede do Neo Geo Pocket Color que você escolheu!
No fim das contas e se pensarmos em 1999, essas eram as melhores opções para quem curtia os jogos de luta da SNK e queriam se divertir de forma portátil. Ambos os títulos envelheceram muito bem, divertem qualquer fã, e ainda possuem um carisma único que até hoje tentam copiar em games como Pocket Rumble. Com certeza indicamos para aqueles que querem realizar combos, soltar especiais, ou só brincar de forma casual.
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