Amor de mãe, no céu e na Terra, ‘deu’ prêmio para merendeiras
Todas as receitas que venceram a competição promovida pelo Sebrae/MS teve a participação das mães
No mês das mães, elas estiveram presentes do "céu" e da Terra, na final do SuperChef Merendeira, competição promovida pelo Sebrae/MS com profissionais de escolas da rede pública de Mato Grosso do Sul. A grande vencedora, Mônica Morais transformou a receita de torta da mãe para levar aos jurados, enquanto Bia, que garantiu o segundo lugar, conta que seu tempero veio das matriarcas nordestinas e, fechando o trio de vencedoras, Sara Ramirez Aragão buscou forças celestes para participar do programa após perder sua mãe neste mês.
Na final, o cardápio foi composto por arroz nutritivo com filé de tilápia em molho salada primavera (Aparecida do Taboado), arroz temperado com carne de porco e farofa de banana (Brasilândia), galinhada nutritiva (Deodápolis), tilápia à moda pantaneira (Ladário), bobó nutritivo (Miranda) e torta maravilha de frango (São Gabriel do Oeste).
Vindo de São Gabriel do Oeste, Mônica Morais Batista, a grande vencedora, começou a trabalhar como merendeira em 2017 e, desde então, não parou mais.
Precisava trabalhar e fiz o processo seletivo, mas sempre gostei de mexer com a cozinha. Aqui para o concurso, eu fiz uma torta maravilha de frango, já que sempre vi minha mãe fazendo em casa e adaptei para o concurso, diz Mônica.
Tendo exemplo em casa, a merendeira explica que costuma inventar receitas e, assim como a mãe, faz os testes com a própria família para garantir a qualidade que quer.
Para chegar até Campo Grande, Sara Ramirez Aragão, de Miranda, precisou de muita força. No último fim de semana, a merendeira perdeu a mãe, Tereza, e ainda está se recuperando.
“Amo cozinhar e quando minha mãe no sábado, achei que não teria capacidade de fazer o concurso, estou feliz por chegar até essa etapa. Fiquei muito fraca, mas a nutricionista e o chef me deram muito apoio, assim como minha mãe e Deus lá de cima”.
Contando sobre sua história, Sara detalha que sua família era da zona rural e, após perder o pai com câncer, se mudou para a cidade. Foi com essa nova vida que se envolveu com a cozinha profissionalmente,
Eu sou muito curiosa, então quando alguém está cozinhando fico prestando atenção em todos os detalhes porque quero aprender muitas coisas. Nos momentos difíceis, é bom a gente saber, tanto que já vendi bolo, já vendi pão e criei uma admiração pela culinária", conta Sara.
De Brasilândia, Bia de Lima do Doo conta que começou a trabalhar como merendeira no ano de 2022. Seu diferencial e paixão, segundo a própria cozinheira, é investir nos temperos.
“Sempre amei cozinhar, já trabalhei em cozinhas de fábricas, fazendo bastante comida, quando saiu o concurso me inscrevi, fiz o concurso e passei, fiquei muito feliz pois amo cozinhar”, diz Josefa.
E, especificamente em seu caso, sua inspiração vem de sua família cearense. “Minha mãe e avó cozinham muito bem, então aprendi muitas coisas com elas”.
Desde 2014, Marta Soares, de Deodápolis, é merendeira e, apesar do gosto pela cozinha existir desde muito cedo, só se tornou trabalho na escola.
“Aprendi a cozinhar aos poucos, sozinha e sempre cozinhei em casa de amigos e de parentes. Hoje, tenho até minha equipe para quando me contratam, tanto que trabalho com tudo, faço casamento e qualquer coisa que me pedem”.
Em suas memórias afetivas, a inspiração vem do simples: o foco no feijão. “Me lembro muito de quando era menina, que minha mãe fazia baião de dois e ensinou a gente fazer com feijão verde, temperado com partes do porco e, no final, a gente fazia capitão que eram as bolinhas”.
É pensando no sentimento que a gastronomia sempre trouxe para sua vida que Marta destaca a paixão pela área, “são memórias que não saem da minha cabeça, já tenho isso desde pequena, era uma época muito boa”, completa.
Para chegar até aqui, as merendeiras apresentaram entre fevereiro e maio as receitas, tendo vencido a etapa municipal anteriormente. E, responsável pela criação do desafio, o Sebrae relata que a ideia é promover qualificação das profissionais e ainda incentivar o uso de itens da agricultura familiar.
“É uma ação de valorização profissional e fomento ao empreendedorismo, pois quando a prefeitura garante um cardápio adequado para as crianças com itens de produtores locais, garante renda para as famílias rurais e fomenta o desenvolvimento dos municípios”, defende a diretora-técnica do Sebrae/MS, Sandra Amarilha.
Sobre a criação dos pratos, os organizadores detalham que as merendeiras não puderam usar itens ultraprocessados. Além disso, precisaram incluir carne bovina, suína, de frango ou de peixe, além de três itens da agricultura familiar.
Além da competição, as participantes tiveram acesso a workshops em seus municípios e, ao todo, 150 mulheres receberam a capacitação.
Já no banco de avaliadores, os participantes foram Rafael Gomes, vencedor do programa MasterChef em 2018, a secretaria de Estado de Educação, Adriana Rossato Souza, a chef de cozinha e docente da Universidade Católica Dom Bosco, Míriam Arazini, e duas profissionais que atuam no Senac MS, Vera Krabbe, docente de Turismo e Gastronomia e Melina Ribeiro Fernandes, nutricionista e docente de Turismo e Gastronomia.
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