Castanhas, frutas e caramelo salgado invadem confeitarias e viram tendência
Das inspirações internacionais a regionais, novidades se concentram nos recheios e coberturas
O que será que as padarias estão inventando? Dos crossovers de receitas que transformam coxinha em churros às adaptações funcionais e veganas, o mundo da confeitaria precisa rebolar para não perder público. Só de 2018 para cá, teve pizza brownie, curau com flores comestíveis e até chipa com chocolate. O Lado B foi atrás das novidades e acaba de saber que as frutas, castanhas e recheios com caramelo salgado estão entre as tendências para 2020.
Se a mistura agridoce do caramelo é o "novo glacê", ninguém confirma, mas já se espalhou feito água. A combinação ganhou os americanos há alguns anos e chega às receitas campo-grandenses com boa aceitação.
Das reinvenções aos testes inspirados em receitas internacionais, a confeitaria exige a junção perfeita entre sabor e beleza, afinal, a sobremesa é o encerramento com chave de ouro. Nesse mix de detalhismo, o cuidado fica no agradar a todos os paladares, dos mais “formigas” aos requintados.
A Cake Me, por exemplo, está cheia de novidades para o Natal, mas há opções que continuarão para 2020, como a torta de lavanda e mel, com cobertura de amora e limão siciliano e o Cheesecake com caramelo salgado, que é tendência.
“O mix com pistache começou com o bolo, mas virou tendência em toda a confeitaria. Já o caramelo salgado está em alta no Brasil e como a gente viu uma aceitação muito grande, quisemos trazer algo para o tradicional. A parte boa do caramelo salgado, é que ele harmoniza facilmente, porque ele é neutro”, garante a sócia-proprietária Danucha Marchesin.
A Sweet Confeitaria não fica atrás nas inovações, e os docinhos finos de caramelo salgado estão a todo vapor. Para este fim de ano, a “La Bola Natalina” com recheio de caramelo salgado é uma experiência gastronômica que também serve como presente. “São duas bolas de 200 gramas dentro de uma lata personalizada, que custam R$ 48,00”, explica a proprietária Andressa Sandri.
O chef Leonardo Corradini, docente no Senac Turismo e Gastronomia, garante que não é possível afirmar uma única coisa como tendência. “A Gastronomia está sempre inovando e é muito rápido que as coisas acontecem. Hoje realmente há uma tendência muito grande das oleaginosas e das frutas, mas uma coisa que vai vir forte é a questão da regionalização, as receitas compostas por castanhas como a de baru e as frutas do cerrado, como a guavira”, pontua.
Corradini garante que haverá o aumento na produção de opções veganas e funcionais, já que o número de adeptos não para de crescer, assim como a demanda de opções para clientes intolerantes à lactose e ao glúten.
“O movimento vegetariano e vegano já demandam produções e, mais outros dois pontos fortes são os restritivos à lactose e ao glúten. São poucas as confeitarias que se importam. Hoje, em Campo Grande não tem nenhuma confeitaria com a produção livre de glúten, não que eu saiba”, frisa.
Os crossovers, que são as transformações de pratos salgados em doces, e vice-e-versa, deram uma pausa, mas nada que os impeça de voltar no início do ano. As receitas mais populares até agora foram a coxinha de churros e a pizza de brownie.
Entre as tendências citadas pelo chef Leonardo, a La Masa Madre é a única na lista a oferecer um cardápio 100% vegano, principalmente com os bolos de farinha de trigo integral, banana e castanhas.
“Os bolos de tamanho tradicional saem entre R$ 8 e R$ 10. Há também o brigadeiro vegano de banana, que custa R$ 1,00”, explica a proprietária que até 2020 quer adaptar todas as receitas tradicionais ao estilo vegetariano e vegano.
Provando que as frutas estão em alta, a Niura Doceria acaba de lançar a “casquinha Sucrée”, com opções de cereja, blueberry, também conhecido como mirtilo, e as amoras silvestre. A gerente Keilla Bianka Souza, frisa que a receita é inspirada na culinária francesa e já é um sucesso entre os clientes. A opção custa apenas R$ 7,00.
Na Bico Pitanga, a proprietária Neusa Brignoni não brincou nas inspirações. Duas das novas receitas levam frutas e castanhas. “Temos o morango festivo, que é composto por morango, chocolate e ganache meio amargo e o damasco com especiarias, que tem a cobertura com nozes, o que dá um toque salgadinho”, afirma Neusa.
A proprietária confirma o aumento do uso das oleaginosas. “O uso de castanhas cresceu muito. É super tendência. Eu até passei a comprar em grandes quantidades porque é muito usada nos bolos e bombons”, frisa.
Na Manhattan Cheesecake Café, no Jardim São Bento, o chef Rodrigo Pacheco resolveu pôr em prática uma receita que aprendeu com o pai quando ainda moravam nos Estados Unidos. Desde que retornaram à Capital, a vontade era abrir uma cheesecakeria, mas antes da conclusão do projeto o familiar faleceu.
Para dar continuidade ao sonho da família, Rodrigo investiu no negócio e para inovar apostou no sabor regional do Estado. No menu é possível encontrar a cheesecake de guavira e amora silvestre. “A intenção foi trazer um gosto regional porque nos EUA a geleias mais usadas são de morango”, pontua Rodrigo.
Preparada para atender o nicho de pessoas com restrições, a padaria de Adriana Morbi garante opções do tradicional e sem glúten ao gourmet. Com produções sob encomenda, a especialidade da casa é com os pães Low Carb, Pão vegano de abóbora, manteiga do chef e torradas.
Os preços dos pedidos variam de R$13,00 a R$70,00.
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