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Sabor

Homenageando avó, quiosque de picolés faz do gourmet ao saudoso "mini saia"

Adriano Fernandes | 17/01/2016 07:36
Do gourmet ao mini saia, Nena Picolés tem sabores  de receitas diferentes e da polpa de frutas ao leite. (Foto: Gerson Walber)
Do gourmet ao mini saia, Nena Picolés tem sabores de receitas diferentes e da polpa de frutas ao leite. (Foto: Gerson Walber)

Aberto há menos de um mês, um quiosque de picolés no Comper da Rua Brilhante segue à risca o conceito de empresa familiar. Pai, mãe e os três filhos se uniram para investir nos picolés que impressionam pela cores, feitos artesanalmente e com gostinho de infância.

Mas para explicar a criação do Nena Picolés, que desde o inicio foi pensada em família, o representante comercial Danilo Costa, sugere voltar no tempo.

Há duas décadas e ainda na cidade de Cassilância o pai dele, Leovardo Barbosa hoje com 61 anos, decidiu abrir a sorveteria “Ponto de Encontro” para ajudar a manter os estudos dos três filhos.

O negócio foi criado graças a união da família e seu Leovardo foi pioneiro na ideia. (Foto: Gerson Walber)
O negócio foi criado graças a união da família e seu Leovardo foi pioneiro na ideia. (Foto: Gerson Walber)

“Meu pai naquela época era funcionário de uma concessionária de energia e minha mãe professora, mas precisavam complementar a renda para manter nossos estudos”, conta. O tempo passou e com ele veio a tão sonhada graduação dos filhos do senhor Leovardo.

Danilo se formou em administração de empresas, o irmão mais velho de 37 anos se tornou advogado e a outra irmã, analista de sistemas. “Mas meu pai se viu desempregado e sem poder se aposentar, foi quando decidimos inverter a situação”, brinca.

Em agosto do ano passado os três irmãos decidiram arregaçar as mangas e investir em um negócio para toda família e também arrumar uma ocupação para o senhor Leovardo, que se viu desempregado e sem aposentadoria. Cada um investiu o que pode, tanto financeiramente quanto em dedicação.

Por dois meses todos se empenharam nos testes de sabores, conceito da marca e até o nome surgiu por acaso. A primeira sugestão foi Aquarela, até decidirem homenagear dona Nena a avó de Danilo.

No dia 22 de dezembro eles inauguraram o quiosque que desde o inicio foi um sucesso, mas passou por um perrengue. “Ficamos abertos por três dias até que no dia 25, por decorrência de uma chuva perdemos todos os equipamentos de refrigeração em uma queda de energia”, lamenta.

O prejuízo foi estimado em aproximadamente R$ 7 mil, mas a boa aceitação dos clientes serviu de motivação para retomarem o negócio, reaberto no início desse mês. “O retorno dos clientes foi tão positivo, que chegou ao ponto de me pararem na rua perguntando o porque o quiosque estava fechado”, comemora.

O mini saia "tem gostinho de infância" e tem groselha na composição. (Foto: Gerson Walber)
O mini saia "tem gostinho de infância" e tem groselha na composição. (Foto: Gerson Walber)

E a administração do negócio segue logística bem definida. Da linha de produção ficam responsáveis a irmã de Danilo, o senhor Leovaldo e a esposa, dona Ana Silvia Barbosa de 57 anos. Da parte financeira quem cuida é o irmão advogado e Danilo é o gestor do quiosque.

O segredo do sucesso ele diz que esta no preparo, que garante ser totalmente artesanal. São quase 30 variedades, com sabores de frutas, gourmet e tem até clássicos como o picolé mini saia de groselha com abacaxi.

O sabor foi pensado para as crianças, mas caiu mesmo é no gosto dos adultos. “Eles experimentam e comentam que tem gosto de infância”, rio. O queridinho é o de groselha, nas cores azul e vermelho.

Os de fruta são todos feitos à base de polpa, tradicionais ou ao leite. Dentre as opções têm os mais exóticos como o de jabuticaba ou caju. O de abacaxi e mamão, são batidos com a própria fruta e até o de coco queimado, tem o coco torrado de forma caseira.

“Durante o processo de criação, estávamos todos juntos quando minha mãe decidiu testar acrescentar o mamão ao leite. Hoje em dia é um dos mais vendidos”, afirma. Já os picolés gourmet têm na composição ingredientes que são uma tentação.

O negócio está aberto há menos de uma mês e já caiu no gosto dos clientes. (Foto: Gerson Walber)
O negócio está aberto há menos de uma mês e já caiu no gosto dos clientes. (Foto: Gerson Walber)

O de bombom gourmet é um picolé à base de castanhas de caju e flocos, coberto com chocolate ao leite e uma generosa camada de castanhas.

O de brigadeiro é feito um a um e o dois amores, mistura chocolate branco e preto e ainda tem listras de chocolate amargo.

Outro diferencial do quiosque está na apresentação dos picolés, que ficam expostos na vitrine e são um convite aos clientes. Os tradicionais custam R$ 1,50 e ao leite entre R$ 2,00 e R$ 3,00. Os picolés gourmet custam R$ 4,00.

Segundo Danilo, de planos para o futuro eles pretendem preparar os picolés gourmet na hora, com a cobertura que o cliente escolher. De projetos para este ano, a família ainda quer inaugurar outro quiosque do Nena Picolés. Reflexo de uma aposta modesta, mas que vem dando certo.

“Começamos sem muita ambição e o negócio tomou uma proporção tão grande, que nós nem sequer esperávamos. Criamos o negócio pensando em nossos pais”, pondera. Foi uma espécie de retribuição? Pergunto.

“Não foi intencional. A ideia surgiu como uma forma de contribuir de alguma forma. Depois de um tempo é que percebemos que lá atrás, os dois também fizeram o mesmo pela gente”, conclui.

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São aproximadamente 30 variedades de sabores vendidos no Nena Picolés. (Foto: Gerson Walber)
São aproximadamente 30 variedades de sabores vendidos no Nena Picolés. (Foto: Gerson Walber)
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