Padeira de mão cheia, Flora faz de foccacia a pão de cerveja
Após muitas pesquisas e tentativas, ela virou craque na produção artesanal que mudou trajetória profissional
Flora Venancio, de 36 anos, se virava muito bem na cozinha, mas nunca teve sorte na hora de fazer pães. Depois de muitas tentativas erradas, ela aprendeu a receita da massa que a ‘salvou’ e mudou a sua trajetória profissional.
Formada em Nutrição e Turismo, Flora aprendeu em casa a gostar de cozinhar. Na infância, como ainda não podia ficar responsável pelas panelas, ela ficava responsável por fechar os pastéis que a avó preparava. Outro fascínio que tinha era ler as receitas impressas que chegavam por correspondência.
Os livros e a internet, segundo a empreendedora, foram o que a ajudaram a aprender sobre culinária. “Com sete anos eu já gostava de fazer bolo, mesmo sem gostar de comer doces. Eu amava as receitas e livros de receitas da Nestlé que vinham no correio e ficava ansiosa para conseguir reproduzir. Fui aprender a cozinhar de verdade com a internet, assistindo vídeos do Jamie Oliver, procurando referências nacionais”, diz.
Excelente em preparar pratos salgados e doces, Flora só não acertava ao fazer pão. Durante uma disciplina do mestrado, ela ficou interessada no assunto de fermentação natural e com a chegada da pandemia deu início aos testes em casa. Ela recorda como foram as primeiras tentativas e pesquisas que fez sobre o tema.
“No primeiro lockdown eu decidi tentar produzir o levain (fermento natural feito de farinha e água). Comecei a estudar, ler, ver vídeos, procurar livros sobre fermentação natural. A primeira tentativa durou cinco dias, fiquei muito frustrada, achava que era simples, só seguir a receita e dava tudo certo”, conta.
Flora voltou a estudar e depois de alguns dias voltou a colocar a mão na massa. “Estudei muito, foram três meses estudando, tentando, fazendo pães horríveis e estudando mais um pouco até que deu certo e foi dando muito certo”, afirma. Era março de 2020 quando Flora viu a primeira fornada sair do jeito que esperava. Quatro meses depois, ela abriu o perfil no Instagram e tudo mudou.
O cardápio, que no começo oferecia três receitas, hoje conta com 10 sabores. Ela cita algumas das receitas que faz sob encomenda. “Faço o pão redondo, tipo italiano, que foi como comecei. O pão filão, focaccias, babkas, pão tipo brioche, com milho, com laranja, stollen (panetone alemão), tortano. Faço pães com queijos, azeitonas, ervas aromáticas, misture queijo e goiabada, troco a água por cerveja e faço pão de cerveja. As focaccia também faço diversas coberturas”, explica.
Dependendo da estação, Flora adapta o menu e coloca receitas que combinam com o período. Outro diferencial da padeira são as cestas feitas especialmente para datas comemorativas, como Dia dos Pais, Dia das Mães, Dia dos Namorados e por aí vai.
Nos últimos anos, Flora viu a demanda crescer e com o sucesso que teve conseguiu ter um espaço fora de casa para fazer a produção. Como padeira, a empreendedora garante que encontrou um trabalho que faz sentido e a faz feliz.
“Não que as outras profissões não tivessem sido legais, mas hoje eu me sinto trabalhando sem trabalhar. Faz parte de mim, não me imagino em outro caminho. Estudar e testar as formas de fazer pão preenchem meu dia de uma forma muito leve”, destaca.
Para entregar os pães quentinhos na hora, Flora aceita encomendas somente em Dourados.
Quem quiser acompanhar o trabalho, o perfil no Instagram é @paodaflora
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