Receita de amiga salvou professor, que hoje lucra com 60 bolos por dia
Amiga doou receita simples para que professor começasse um novo negócio. Deu táo certo que hoje ele nem pensa em voltar a dar aula
O desemprego desde o início da pandemia em Campo Grande fez o número de pequenos negócios crescer do dia para a noite. Com o professor de educação física Paulo Renato Santos de Paulo, de 32 anos, não foi diferente. Ele saiu da sala de aula e das quadras da escola direto para a cozinha de casa, onde passou a vender bolos de pote para a vizinhança. Agora são pelo menos 2 mil potinhos de bolo produzidos por mês, ou seja, mais de 60 por dia.
A empresa “No Potinho” abriu as portas há nove meses vendendo simplicidade. No refrigerador de casa, o professor, com ajuda diária da esposa nutricionista Andressa Cristina da Silva Freire, de 29 anos, colocou receitas clássicas como chocolate e cenoura. Em pouco tempo foi surgindo algumas mais diferentes, como choco ninho, prestígio, abacaxi, paçoca, quatro leites. Ao todo, são 11 tipos, todos com aquelas camadinhas de bolo e recheio.
O preço, R$ 5,00 qualquer tipo, e o sabor de feito no dia, logo fizeram o telefone de Paulo pipocar de mensagens, que logo cedo começa a receber pedidos de clientes à espera do bolo de pote geladinho para sobremesa do almoço ou lanche da tarde.
Durante 5 anos, Paulo viveu dando aulas de educação física para alunos de escolas quando se viu sem emprego nos dois primeiros meses de pandemia. Ele não imaginava que a crise causada pela covid-19 duraria do tempo e precisou dar a volta por cima para ajudar a esposa no sustento das despesas da casa.
A nova conquista na vida profissional foi pelo estômago. Uma amiga de Paulo e Andressa um dia resolveu fazer um bolo para o casal em casa, chegou com uma receita de bolo de chocolate simples, que era da avó, escrita numa folha de papel amarelada.
“Quando ela fez o bolo experimentamos e adoramos. Era uma receita simples, sem muitos mistérios, mas tinha aquele sabor de bolo caseirinho”, conta Paulo.
A amiga, claro, segundo Paulo, compartilhou a receita e o incentivou a usá-la para tentar ganhar dinheiro na fase em que estava desempregado. “Usamos a base da receita e criamos alguns bolos de pote. No primeiro dia fizemos 30 bolos, mas só vendemos 12”, lembra.
A sobra não desanimou o casal que passou a levantar de madrugada para produzir bolos. Andressa tem outro emprego, mas ajuda o maridão logo cedo ou quando chega do trabalho. Já Paulo, produz e realiza as entregas. Quando a esposa está em casa, ele mesmo faz as entregas de moto, senão vai com o filho de carro entregar para a vizinhança na região do Parque Novos Estados.
Hoje, com a produção diária, Paulo nem cogita voltar para a escola. “Apesar das dificuldades com o preço dos produtos, as vendas têm dado certo. Por isso, nem sei se quero voltar a dar a aula. Por enquanto ficarei só nas vendas”.
Paulo também diz que a nova profissão garantiu uma proximidade com a família. “Hoje, tenho mais tempo com o meu filho de 2 anos e com a minha esposa. Quero trabalhar muito ao lado deles para realizar o sonho de uma nova casa e um espaço maior para os nossos bolos, atendendo pedidos de clientes em casa ou de encomendar maiores”, encerra.
Quem tiver interesse, a empresa vende através dos aplicativos ou do WhatsApp (67) 99235-4101. O atendimento é todos os dias das 10h às 21h.
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