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Sabor

Requeijão de Camapuã faz sucesso no Mercadão, mesmo com mineiros na concorrência

Aline Araújo | 06/10/2014 06:43
Vindo do interior do Estado, requeijão faz sucesso aqui e a procura é certa no Mercadão Municipal. (Foto: Marcos Ermínio)
Vindo do interior do Estado, requeijão faz sucesso aqui e a procura é certa no Mercadão Municipal. (Foto: Marcos Ermínio)

Requeijão de cortar de qualidade, aquele com gostinho de fazenda, parece coisa de mineiro. Mas no Mercadão de Campo Grande o sabor famoso é sul-mato-grossense e vem de Camapuã, a 133 quilômetros da Capital.

“Vixe! Não tem para quem quer”, comenta o feirante Fernando Siqueira, de 51 anos, que trabalha no Box do Nilo, no Mercado Municipal. Ele conta que muita gente já chega perguntando do requeijão de Camapuã. “Tem gente que vem só para buscar”, afirma sobre o produto que vende a R$ 33,00 o quilo.

O Lado B ficou intrigado e decidiu descobrir como é feito o famoso requeijão. O município de Camapuã tem alguns produtores da delícia rural, um deles é o senhor Cassimiro Pedro da Silva, de 67 anos. Ele mora com a esposa e o filho em uma chácara e tem algumas vacas leiteiras que garantem a produção de cerca de 40 litros de leite por dia.

De família mineira, ele cresceu em chácara e aprendeu a fazer o requeijão vendo a mãe fazer desde pequeno. Há três anos decidiu se dedicar a produzir apenas isso. Antes, vendia o leite, mas a renda não era tão boa, por isso decidiu resgatar a receita e transformar o conhecimento em ganha pão.

A produção é feita com o cuidado de quem trabalha na fazenda e acorda cedo disposto a fazer o melhor. (Foto: Marcos Ermínio)
A produção é feita com o cuidado de quem trabalha na fazenda e acorda cedo disposto a fazer o melhor. (Foto: Marcos Ermínio)

“Quase ninguém faz requeijão porque é muito difícil, tem que pegar a prática para fazer, de primeira a gente não faz um requeijão bom”, comenta, apesar de dizer que não tem segredo. “É só pegar o jeito”, garante.

Realmente, o processo não aprece tão complicado. “Para fazer, a gente precisa deixar o leite coalhar naturalmente, depois colocar no soro, levar para o tacho e 'lavar' com o leite até ficar 'doce', colocar a manteiga e o sal e mexer até dar o ponto. Tem que cozinhar até ficar uma massa bem esticada, quando estiver bem cozido é hora de por na forma e deixar ele 'firmar' de um dia para o outro. Se desenformar antes, ele fica emborrachado”, detalha o produtor.

Toda semana, Cassimiro traz cerca de 20 quilos para serem vendidos na Capital, que são distribuídos entre o Mercadão e a conveniência do Alemão. Na época de seca, quando as vacas dão menos leite, ele comenta que fica difícil dar conta. “A gente não consegue produzir o suficiente”, admite.

A produção é feita com o cuidado de quem trabalha na fazenda e acorda cedo, disposto a fazer o melhor. “Ele faz sucesso porque é muito gostoso”, reforça a propaganda.

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