Segredo do costelão no fogo de chão é o tempo, o tempero e a tradição
Com o tempo no fogo como segredo, o costelão no chão é preparado segundo a tradição. Churrasco de gaúcho, seja qual carne for, a simplicidade do sabor está no tempero. "Só sal e sal grosso. E o tempo, o prazo de fogo que ele tem que ser". Quem ensina é o presidente da CBTG (Confederação Brasileira da Tradição Gaúcha), João Ermelino de Mello, de 63 anos.
Seu João e todo sotaque lá do Rio Grande é o primeiro representante do movimento gaúcho de Mato Grosso do Sul a assumir a Confederação Brasileira e quem entende de churrasco com propriedade para falar o que espera as 400 pessoas que devem participar da abertura da Semana Farroupilha, no CTG Tropeiros da Querência, neste domingo, em Campo Grande.
A costela no fogo de chão leva mais do que sabor ao prato, carrega consigo a cultura gaúcha e também a saga da Revolução Farroupilha, o mais longo e um dos mais significativos movimentos de revoltas civis brasileiros. A festa de comemoração resume em uma semana os 10 anos da guerra dos Farrapos, que se pautava no ideal de liberdade, igualdade e humanidade.
Para o almoço, já foram providenciados pelo menos 20 costelões, que tem em média 20 quilos cada. O que deve abastecer o público esperado. O fogo da carne será aceso antes mesmo da carreata que conduz a chama crioula sair do busto do primeiro governador do Estado, Harry Amorim Costa, na avenida Afonso Pena.
"Tem que esquentar a carne de longe para ela ficar macia. Se ficar fogo e colocar em cima, aí fica dura", orienta João. Como o prato vai à mesa do gaúcho ou não por volta do meio-dia, é preciso acender o fogo por volta das 7h da manhã. "Quando começa a ficar brasa, aí que se coloca a carne. Mais ou menos 1h de fogo já dá para colocar a carne, para evitar a labareda", afirma.
O tempo a seguir é de 3h até 3h30 de chão. "Aí vamos saborear. Tem que ter esse cuidado e não é só o gaúcho que faz, o sul-mato-grossense também sabe fazer muito bem", elogia.
A Semana Farroupilha começa neste domingo, com o desfile da chama crioula saindo dos altos da Avenida Afonso Pena, às 8h, seguindo até o obelisco, descendo a José Antônio, pegando a Rodolfo José Pinho para a Avenida Eduardo Elias Zahran, Três Barras até chegar na Rua Miguel Sutil, no CTG Tropeiros da Querência.
Às 10h, a missa em rito crioulo acontece ali mesmo, celebrada pelo padre gaúcho Oralino com os cânticos no ritmo do vanerão. Às 11h30 é servido o almoço e a tarde é de baile das 13h30 até às 17h. Os convites para o churrasco saem por R$ 25,00 antecipado e R$ 30,00 na hora. Para comprar antecipado, basta ir ao CTG, na rua Miguel Sutil, 445. O telefone para contato é o: 3341-1810.
Programação para a semana:
Dia 15 - Segunda-feira
7h: Mateada, café de chaleira e hasteamento das bandeiras
Dia 16 - Terça-feira
7h: Mateada, café de chaleira e hasteamento das bandeiras
Dia 17 - Quarta-feira
7h: Mateada, café de chaleira e hasteamento das bandeiras
20h: Jantar estilo gaúcho com churrasco e tertúlia livre
Dia 18 - Sexta-feira
7h: Mateada, café de chaleira e hasteamento das bandeiras
20h: Jantar no Galpão Crioulo com tertúlia livre
Dia 19 - Sexta-feira
7h: Café de chaleira e hasteamento das bandeiras
20h: Jantar no Galpão Crioulo e tertúlia livre
Dia 20 - Sábado
7h: Mateada, café de chaleira e hasteamento das bandeiras
9h: Grenal de bombachas
12: Churrasco
13h: Tertúlia livre
22h: Fandango crioulo com os conjuntos Bate Pé e Uirapuru (ingressos a R$ 20)