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Lado Rural

Arroba do boi dá sinais de recuperação, com menor oferta e queda no varejo

Arroba chegou a ser comercializada abaixo dos R$ 200,00 no fechamento de agosto

Por José Roberto dos Santos | 19/09/2023 16:20
Animais são terminados em confinamento; sistema acaba servindo de estoque regulador e influencia na relação entre oferta e procura. (Foto: Arquivo/Embrapa)
Animais são terminados em confinamento; sistema acaba servindo de estoque regulador e influencia na relação entre oferta e procura. (Foto: Arquivo/Embrapa)

A arroba do boi gordo foi comercializada nesta terça-feira em Mato Grosso do Sul na casa dos R$ 215,00. O valor representa uma melhora de quase 8,5% em relação ao preço praticado no fechamento de agosto, quando os valores pagos pelos frigoríficos estiveram abaixo da linha dos R$ 200,00 – R$ 197,00 para ser mais exato, segundo levantamentos feitos no Estado pela Scot Consultoria. Os baixos valores afetaram todas as praças produtivas do País.

Segundo analista de mercado consultado pela coluna Lado Rural, o mercado de gado pronto segue em busca de algum equilíbrio, que vem sendo mantido nas últimas semanas. Trata-se de um espelhamento direto da redução na oferta de animais, na escala de abate das indústrias frigoríficas e, até uma elevação no consumo doméstico de carne bovina, através de uma clara redução dos preços no varejo. Também, o mês de setembro deve ser marcado por um volume recorde de embarques.

"Importação desleal"

Em nota oficial distribuída nesta terça-feira, 19, a Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul) encaminhou um manifesto ao Governo do Estado, descrevendo sua preocupação com rumores de que frigoríficos locais estariam trazendo gado gordo de outros estados, notadamente do vizinho Mato Grosso, onde nesta terça-feira a arroba do boi estava cotado a R$ 175,00, bem abaixo dos preços praticados em Campo Grande.

A entidade pede que o governo, através da Secretaria de Fazenda, atue para impedir que essa movimentação da indústria frigorífica prejudique o mercado local.

Perspectivas

Em documento da Conab (Companhia Nacional do Abastecimento), intitulado "Perspectivas para a Agropecuária Safra 2023-24", publicado hoje pela companhia ligada ao Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária), a companhia reconhece que o atual estágio do ciclo pecuário em 2023 tem como consequência uma maior oferta de animais para o abate, pressionando os preços da carne bovina para baixo, em plena entressafra pecuária.

Viés de baixa

Segundo o documento, com o início da entrada de animais oriundos de confinamento, a tendência é que essa pressão baixista continue até o final de 2023. Em relação ao mercado externo, vemos a China reduzir sua demanda pelo produto internacional em razão da recomposição de seu plantel de suínos, diante de um novo modelo produtivo, mais vinculado a indústria, cujo controle sanitário se torna mais eficiente de tal modo que, embora ainda perdure a ocorrência da Peste Suína Africana em seu território, o combate tem se mostrado positivo, reduzindo sensivelmente a infestação naquele país.

Dessa forma, a participação da China vem apresentando sinais de redução nos volumes embarcados ao longo dos últimos meses.

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