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Lado Rural

Autoridade chinesa garante que embargo à carne brasileira acaba em breve

Charles Tang afirma que China produz carne bovina em pouca quantidade e não tem opção para substituir o Brasil

José Roberto dos Santos | 28/02/2023 15:32
Charles Andrew Tang é presidente binacional da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China. (Foto: Reprodução)
Charles Andrew Tang é presidente binacional da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China. (Foto: Reprodução)

Em entrevista no final da manhã desta terça-feira, 28, ao programa Agricultura BR, transmitido pelo Canal do Boi, o presidente binacional da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China, Charles Andrew Tang, afirmou que poderão ser retirados em breve os embargos às exportações de carne bovina brasileira, em decorrência da notificação de caso atípico de "mal da vaca louca" detectado no Pará semana passada.

Tang afirmou durante a entrevista que a rapidez com que agiu o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) na adoção de todas as medidas, segundo o protocolo sanitário existente entre Brasil e China, mostra o nível de comprometimento do governo brasileiro em restabelecer o comércio com o país asiático.

Segundo ele, ainda, há 70 frigoríficos aguardando a liberação do selo SIF-China (que habilita a indústria para exportar carnes para o país asiático) e que entre 18 e 20 unidades serão liberadas em breve, podendo a China aumentar as importações de produtos do agro brasileiro.

Durante a entrevista, concedida ao jornalista Fabiano Reis, Charles Andrew Tang afirmou que os chineses têm predileção pela carne bovina brasileira e que as churrascarias instaladas na China atraem exatamente pelo farto rodízio de churrasco e pela qualidade.

E como agravante, afirmou, além de produzir em volume insuficiente, a China tem poucas opções no mercado internacional para substituir o Brasil como fornecedor.

Entenda o embargo

No dia 22 de fevereiro foi confirmada a suspeita de Encefalopatia Espongiforme Bovina (mal da “vaca louca”) em um animal macho de 9 anos em uma pequena propriedade no município de Marabá (PA). Imediatamente o animal foi sacrificado e incinerado e as vísceras foram enviada para laboratório em Pernambuco (que confirmou o caso atípico), tendo o Mapa aplicado o protocolo sanitário entre Brasil e China que prevê a suspensão das exportações brasileiras de carne bovina.

As amostras foram enviadas para laboratório da Organização Mundial de Saúde Animal em Alberta, no Canadá, e aguarda o resultado final prometido para os próximos dias.

Em 2021, quando foram detectados casos semelhantes – em Minas Gerais e no Mato Grosso – o Brasil ficou 100 dias sem exportar carne bovina para a China.

Entidades ruralistas de Mato Grosso do Sul e de outros estados vêm se manifestando no sentido de modificar o texto do protocolo sanitário para impedir que os embargos impostos em casos semelhantes, detectados em um determinado estado, não se espalhem por todo o território nacional.

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