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Lado Rural

Faturamento da agropecuária cresce e deve fechar 2023 com R$ 74 bi em MS

Agricultura responde com R$ 54,5 bilhões, enquanto pecuária com R$ 19,8 bilhões no VBP

Por José Roberto dos Santos | 17/11/2023 11:20
Colheita da soja em MS; na safra 2022-23 o grão rendeu o recorde de 15 milhões de toneladas. (Foto: Arquivo Governo MS)
Colheita da soja em MS; na safra 2022-23 o grão rendeu o recorde de 15 milhões de toneladas. (Foto: Arquivo Governo MS)

O VBP (Valor Bruto da Produção) de Mato Grosso do Sul deve fechar o ano de 2023 com um faturamento de R$ R$ 74,3 bilhões, incluindo-se os setores de agricultura e pecuária. O valor é 4% maior que o verificado no ano passado, quando o Estado gerou R$ 71,5 bilhões em receita no setor agropecuário. Os números foram divulgado no início da noite desta quinta-feira pelo Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento).

Em outubro deste ano, no último levantamento divulgado pelo Ministério da Agricultura, o faturamento do campo em MS previsto era de R$ 68,8 bilhões. O VBP mostra a evolução do desempenho das lavouras e o faturamento bruto dentro do estabelecimento ao longo do ano, a partir do cálculo da safra agrícola, da pecuária e dos preços obtidos pelos produtores.

Soja cresceu

A soja é a grande responsável pelo crescimento do faturamento da agropecuária. Do total de R$ 74,3 bilhões do VPB de MS, o grão é responsável por R$ 30,9 bilhões, ou quase 42% de toda  a renda. Se considerarmos apenas a agricultura, que faturou R$ 54,4 bilhões, a soja responde por 56% do bolo das lavouras. No fechamento da safra 2022-2023 do grão foi anunciada a produção recorde de 15 milhões de toneladas. No ciclo anterior a soja sofreu perdas desastrosas em função das adversidades climáticas, gerando R$ 23,4 bilhões em faturamento.

Milho caiu

Outro grão de produção relevante para Mato Grosso do Sul é o milho, que encerrou a colheita 2023 oficialmente no dia 27 de outubro. Segundo o Mapa, o milho produzido em MS deve fechar este ano com um faturamento de R$ 11,3 bilhões. O volume é 27% menor em relação ao gerado em 2022, quando faturou R$ 15,5 bilhões.

Pecuária também perdeu renda

Como resultado da queda dos preços pago ao produtor ao longo do ano, principalmente na produção de bovinos, a pecuária deve fechar 2023 com queda de 10% no faturamento, caindo de R$ 22 bilhões em 2022, para R$ 19,8 bilhões neste ano.

Rebanho bovino criado a pasto; gado gordo sofreu pressão baixista da indústria o ano todo e perdeu renda. (Foto: Arquivo)
Rebanho bovino criado a pasto; gado gordo sofreu pressão baixista da indústria o ano todo e perdeu renda. (Foto: Arquivo)

Se considerarmos apenas a produção de bovinos, a principal atividade do setor em Mato Grosso do Sul, essa perda é ainda maior, chegando a 16,8%, ou seja, caiu de R$ 16,8 bilhões em 2022 para R$ 14,1 bilhões e 2023. De janeiro a setembro deste ano o valor da arroba do boi gordo registrou queda de 10%, o que acabou afetando outros segmentos da pecuária, como o gado de reposição, por exemplo.

Números nacionais

As estimativas de safra recorde em 2023, divulgadas nesta semana pela Conab e IBGE, juntamente com os ganhos de produtividade foram determinantes do VBP (Valor Bruto da Produção), que atingiu R$ 1,151 trilhão na estimativa de outubro deste ano. Este valor está 2,2% acima do observado em 2022, que foi de R$ 1,126 trilhão. O VBP das lavouras cresceu 4,2% em valores reais e está estimado em R$ 811,7 bilhões. A pecuária obteve um faturamento de R$ 339,9 bilhões e apresentou retração de -2,1% em relação ao ano.

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Prognóstico do VBP incerto para 2024

Segundo o relatório do Mapa, ainda é cedo para prognósticos sobre o valor da produção para o próximo ano, tendo em vista as ocorrências climáticas. Excesso de chuvas e períodos secos trazem grandes incertezas.

Os primeiros prognósticos não são muito otimistas, pois têm indicado uma safra menor do que a obtida em 2023. Algodão, café, feijão, milho soja e trigo são os produtos que devem apresentar as maiores baixas. Em termos percentuais, o VBP previsto pode ser 5,3% menor do obtido em 2023.

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