Mapa aumenta para 60 os produtos para combate orgânico de pragas
Vespas usadas no combate do pulgão são destaque das novas publicações
O Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária) publicou portaria que eleva para 60 o número de ER (especificações de referência) de produtos fitossanitários com uso aprovado para a agricultura orgânica. As novas ER são de amplo acesso e devem facilitar o registro de produtos à base de agentes biológicos de controle.
Os produtos registrados com base em ER podem ser usados no manejo fitossanitário tanto em cultivos orgânicos quanto em convencionais. Eles ampliam o leque de opções de baixo impacto para o produtor rural que, até o final de maio deste ano, já contava com mais de 300 produtos registrados.
“Quase 90% dos produtos à base de agentes biológicos de controle registrados no Brasil são pela via das especificações de referência. Nossa expectativa é que esse número aumente com as novas ER”, ressalta Angélica Wielewicki, chefe do Serviço de Especificações de Referência da Secretaria de Defesa Agropecuária do Mapa.
A ER59 tem a vespinha Aphidius colemani como ingrediente ativo para o manejo fitossanitário do pulgão Aphis gossypii. “Embora existam agrotóxicos registrados no Brasil para o controle dessa praga, as opções de produtos de baixo impacto ainda são poucas. A inovação, neste caso, está no fato de a vespinha ser o primeiro parasitoide autorizado contra o pulgão”, destaca Angélica.
Na ER60, o ingrediente ativo é também uma vespinha parasitoide, o Telenomus remus. A indicação de uso desse novo agente contou com a contribuição do Pesquisador Ivan Cruz, da Embrapa Milho e Sorgo, e tem como alvo a lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda). Este é o segundo parasitoide autorizado para o controle dessa praga que, até então, só contava com o Trichogramma pretiosum.
Agrotóxicos convencionais
A expansão da área plantada dos principais cultivos atrelada às condições climáticas enfrentadas pelo Brasil ao longo de 2023 favoreceu a proliferação de pragas e doenças na agricultura brasileira, promovendo um aumento médio de 10,5% da área tratada com defensivos agrícolas no acumulado do ano.
Mato Grosso do Sul, ao lado de Goiás e Distrito Federal, expandiu em 8% o uso, ficando em quinto lugar no ranking. No que se refere ao volume nacional de defensivos agrícolas utilizados no controle de pragas, doenças e plantas daninhas ao longo do ano, foi registrado o uso de um total de 1.424.588 toneladas, considerando o número de aplicações necessárias por situação.
É o que mostra o resultado consolidado de pesquisa encomendada pelo Sindiveg (Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Defesa Vegetal), em matéria publicada pela coluna Lado Rural.