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Lado Rural

Mapa inédito aponta a capacidade de retenção de água nos solos de MS

Capacidade de reter águas em diferentes solos permite práticas agrícolas em qualquer época do ano

José Roberto dos Santos | 24/03/2023 15:20
Técnica de trincheira permite avaliar o índice de retenção de água no solo, conforme a profundidade. (Foto: Embrapa Solos)
Técnica de trincheira permite avaliar o índice de retenção de água no solo, conforme a profundidade. (Foto: Embrapa Solos)

Um mapa desenvolvido por pesquisadores da Embrapa mostra a capacidade de retenção de água dos solos do estado de Mato Grosso do Sul. O conceito de AD (água disponível) permite estimar o risco climático e otimizar o plantio de diferentes culturas agrícolas, considerando o clima nas diferentes épocas, as características dos solos e as exigências hídricas dos cultivos.

O mapa foi desenvolvido em uma escala de 1:100.000, que mensura a AD em milímetro por centímetro do solo. Segundo o chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Solos (RJ), Silvio Bhering, “Mato Grosso do Sul é o único estado brasileiro a contar com um trabalho nessa escala de detalhamento”.

O conhecimento da capacidade de reter e disponibilizar água nas diferentes classes de solos auxilia no planejamento e execução de práticas agrícolas em todas as épocas do ano. As melhores épocas de plantio em função da AD estão disponíveis na página do Zarc (Zoneamento Agrícola de Risco Climático), do Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária), realizado em parceria com a Embrapa, e também no aplicativo Zarc-Plantio Certo, que pode ser acessado pelo celular.

Informações reduzem risco climático

As informações sobre a AD contribuem também com políticas agrícolas específicas de incentivo a plantio de culturas com menores riscos climáticos, além de beneficiarem agências de financiamento agrícola e de assistência rural. Adicionalmente, esses dados são utilizados em modelos de crescimento de plantas e de fluxos de água em áreas rurais.

“O uso criterioso do calendário agrícola para o plantio em épocas com menores riscos, que varia entre as diferentes culturas nas diferentes regiões, permite reduzir as perdas da colheita por falta e por excesso de água. Possibilita o planejamento das práticas agrícolas relacionadas ao preparo e plantio e, quando seguido de forma parcimoniosa, reduz as perdas financeiras para os agricultores e o pagamento de seguros rurais”, relata o pesquisador da Embrapa Solos, Wenceslau Teixeira.

Novos mapas já estão na mira de MS

Mato Grosso do Sul apresenta condições agroecológicas com grandes variações ambientais relativas às potencialidades de exploração agrossilvipastoril e de degradação ambiental. O conhecimento dessas variações é de fundamental importância quando se pretende implantar estratégias de desenvolvimento rural em bases sustentáveis.

O mapa é fruto do projeto de zoneamento agroecológico do governo de MS, coordenado pela Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação).

O Estado de MS, em parceria com a Embrapa e outras instituições de pesquisa e ensino brasileiras, tem investido no levantamento dos seus solos, potencialidades e aptidões. Esse é apenas um dos resultados que esses estudos vão gerar em prol do melhor planejamento do uso das terras do estado, potencializando seu uso, aumentando a produtividade e reduzindo os riscos climáticos de perdas das lavouras.

O mapa está disponível para todos os interessados, desde agricultores que pretendem planejar melhor seu calendário de plantio, representantes da assistência técnica, governo para aprimoramento de políticas agrícolas, além de agências financiadoras e de seguros rurais.

* Com informações da Embrapa Solos

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