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Meio Ambiente

"Segredo" sobre área desmatada continua e entidades marcam protesto

Áreas reservadas para expansão administrativa do Parque dos Poderes representa 11,5% da reser

Tatiana Marin | 11/04/2019 10:50
Área desmatada no ano passado para construção da avenida Desembargador Rui Garcia. (Foto: Saul Schramm)
Área desmatada no ano passado para construção da avenida Desembargador Rui Garcia. (Foto: Saul Schramm)

O próprio governado confirmou abertura de mata para criação de estacionamento, mas até agora não foi detalhada a exata localização da obra dentro do Parque dos Poderes. O prejeto é guarado em "segredo" pelo Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul). Sem esclarecimentos, entidades marcaram protesto para o próximo dia 14, contra a supressão da vegetação nativa do local.

A área inicial a ter árvores derrubadas é de 33,1 mil metros quadrados e representam 1,4% da área total da reserva, que ocupa, 2,44 milhões de metros quadrados. Detalhes sobre a autorização de desmatamento permanecem em mistério.

No entanto, a lei 5.237, de 17 de julho de 2018, reserva 11 áreas para desmatamento e construção de diversos prédios, que totalizam 279 mil metros quadrados, ou 11,5% da área total do Parque dos Poderes.

Sem voz na época da aprovação da lei, o tema veio à tona com a visibilidade que um abaixo-assinado contra a construção do estacionamento ganhou recentemente. Publicada há 12 dias, a petição já conta com mais de 9.800 assinaturas.

Segundo Caio Áspet, integrante do Coletivo Jovem pelo Meio Ambiente e do Projeto Banana Terra do Greenpeace e da Anistia Internacional e também propositor do abaixo assinado, a intenção é que o governador reveja a lei e opte por “aplicar o desenvolvimento sustentável, sem a necessidade de supressão vegetal nativa”. Para ele, a expansão dos espaços administrativos deve ser realizado em outros locais.

Uma das defensoras do meio ambiente em Campo Grande, a ambientalista Simone Mamede atenta para as espécies de pássaros que vivem no Parque dos Poderes. Entre elas estão o gavião-pega-macaco, o gavião-pato e gavião-de-cabeça-cinza. “Estas espécies necessitam de extensas áreas conservadas para cumprir seu ciclo de vida. Tal interferência estará colocando em risco a sobrevivência destas e inúmeras outras espécies que vivem na área do Parque. Todos estarão em perigo”, alerta.

Não - Neste panorama, o Imasul continua escondendo o processo pelo qual é solicitada a supressão de vegetação. Mesmo após informações terem sido repassadas ao Campo Grande News dando conta de que seria construída a sede de uma secretaria de estado e o governador, depois, ter confirmado que a área área é destinada a um estacionamento, o órgão pelo qual tramita o pedido de autorização se nega a dar detalhes do andamento onde fica localizada tal área.

Ato mudo - Diversas entidades ligadas ao meio ambiente vão realizar um ato contra o desmatamento no Parque dos Poderes neste domingo (14). Caio explica que será uma manifestação silenciosa com placas e faixas. O grupo vai se reunir às 15h30 na recém inaugurada avenida Desembargador Rui Garcia e se dirige para o Parque das Nações Indígenas e se junta ao protesto contra o assoreamento do lago que culmina com um show na concha acústica oferecido pela Abes (Associação Brasileira de Engenharia Sanitária Ambiental).

Algumas das aves que poderão ser afetadas

Confira a galeria de imagens:

  • Gavião-pega-macaco
  • Uirapuru-laranja
  • Soldadinho
  • Mutum-de-penacho
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