Ações de preservação de rios tem custo estimado em R$ 10 milhões
Investimento deve ser revertido em medidas que evitem o lançamento de lama das lamas lavouras no leito dos rios
Um novo encontro esta tarde (11) voltou a discutir medidas para evitar a poluição nos rios de Bonito, ressaltando não só o tom emergencial de medidas de preservação, como também o alto investimento financeiro para as obras.
Na reunião que contou com a presença do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e ainda o ministro Secretaria de Governo da Presidência da República, Carlos Marun, o secretário municipal de turismo da cidade, Algusto Barbosa Mariano, informou que já há um projeto no Sudeco (Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste) solicitando R$ 10 milhões para serem revertidos nos trabalhos.
O aporte será revertido no replantio de mudas, cercamentos de áreas de preservação e construção de caixas de contenção em estradas, dentre outras medidas que ajudem a evitar que sedimentos de lavouras, continuem sendo lançados nos leitos dos rios, durante as chuvas.
No município, ainda conforme o secretário, cerca de 1,5 mil hectares exigem medidas mais urgentes de contenção da lama, mas em outras 10 mil hectares de vegetação, os trabalhos de preservação também devem ser reforçados a “médio prazo”.
O governador ressaltou a importância de um levantamento in loco, consultando empresários do turismo e fazendeiros das regiões de Bonito, Bodoquena e Jardim, durante a construção de um estudo detalhado das áreas onde seria necessário a criação de unidade de preservação ou até realocação de moradores, por exemplo, para que fossem preservados os rios.
“Bonito é reconhecida mundialmente pelo seu potencial turístico então é preciso buscar soluções para esse problema”, pontuou. O Presidente do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), Paulo Henrique Marostegan e Carneiro também apontou uma medida mais radical.
Em sua fala, sugeriu que a extensão às margens dos rios da rio da Prata, Perdido e Formoso fossem transformadas em APPs (Áreas de Preservação Ambiental), áreas onde são permitidas apenas atividades como turismo, por exemplo, evitando em definitivo o manejo de pastagens ou lavouras.“Caso o dono da área sentisse que o potencial econômico da propriedade foi esvaziado, teria de pedir uma indenização na justiça”, comentou.
No últimos anos a área destinada a lavouras em Bonito que antes era de 17 mil hectares, atualmente é de 51 mil.
Quanto a destinação da verba do Sudeco, Marun não desconsiderou a possibilidade do financiamento ser repassado “na rapa do tacho”, mesmo no período de transição de governos e disse que apesar de ser um “fã” da soja, seu cultivo deve ser desenvolvido preservando o meio ambiente.
Encontro - Além dos políticos, o encontro desta terça-feira (11) no Hotel Zagaia na cidade, reuniu representantes do sindicato rural da cidade, do Trade Turístico e teve cerca de 15 participantes. Número bem abaixo da audiência pública sobre tema similar, nesta segunda-feira (10) em que estiveram presentes cerca de 400 pessoas.
Manifestantes também se reuniram em manifestação pacífica por Bonito, durante o dia de hoje, pedindo o salvamento dos rios.
Lama – Com as chuvas dos últimos dias, a enxurrada de lavouras em propriedades às margens do rio da Prata e Formoso foram levadas para o leito dos rios, deixando a aparência límpida dos cursos de água mundialmente conhecidos, turvos.
A situação levou balneários a fecharem as portas temporariamente, causando a revolta da população e de internautas e motivando a discussão de medidas para resolução do problema também na esfera política.