Após nuvem de cinzas em MS, ministério faz reunião de emergência sobre Pantanal
Brigadista atuam para diminuir focos de queimadas no Parque Estadual; ainda há risco de o fogo chegar a MS
O Governo Federal se reuniu neste final de semana com Otaviano Pivetta, vice-governador de Mato Grosso, para definir ações emergenciais de combate aos incêndios que atingem o norte do Pantanal, como Parque Estadual Encontro das Águas. A reunião foi feita em caráter emergencial devido ao avanço das chamas e ao risco de o fogo se alastrar para o lado sul-mato-grossense do bioma.
Ainda no domingo (12), o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis) e ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) intensificaram as ações de combate com mais 90 brigadistas e 4 aeronaves nos locais atingidos. Mais 209 servidores federais atuam no combate ao fogo em outros pontos do Pantanal, totalizando 299.
De acordo com o Governo Federal, o Ibama e ICMBio atuam desde julho em todo o Pantanal com apoio de um helicóptero. Neste domingo, chegaram mais três aeronaves: do Ibama, do ICMBio e da PRF (Polícia Rodoviária Federal). Além disso, também há combate terrestre feito com equipamentos e um caminhão do Prevfogo (Centro Nacional de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais).
Para tentar ajudar na questão prevenção e combate ao fogo, o governo de Mato Grosso foi convidado a integrar o Ciman (Centro Integrado Multiagências de Coordenação Operacional Nacional) para colaborar com as ações coordenadas pelo Governo Federal na região. O centro reúne mais de uma dezena de órgãos federais ambientais.
Angelo Rabelo, presidente do IHP (Instituto Homem Pantaneiro) ressalta ao Campo Grande News que tem medo da possibilidade de o fogo chegar a Mato Grosso do Sul.
“Estamos assustados não só com o que aconteceu, mas o que está acontecendo. O fogo está alastrando a região do Rio Negro. Agora já entrou nas fazendas da região da bodoquena, no Rio Miranda. O Governo está na mobilização maior do efetivo para esse enfrentamento que se alastra. Na região do Paiaguás (Corumbá) fogo já atingiu ao menos 15 fazendas.”
Nesta sexta-feira (10), imagem capturada pelo sistema de segurança do IHP “Pantera” flagrou uma nuvem gigante de cinzas e areia sobre a Serra do Amolar, região do Pantanal sul-mato-grossense. O fenômeno climático é chamado de Dust Bowl (tigela de poeira em inglês e pelo mundo) e acontece devido a fortes queimadas ou erupções vulcânicas. O vídeo mostra a tempestade se aproximando da região por conta do fogo no estado vizinho.
As cenas do Dust Bowl, em Mato Grosso do Sul, já aconteceram em 2020 na Serra do Amolar, que está na divisa entre Mato Grosso com Mato Grosso do Sul. A área é composta por cinco reservas particulares, mais outras nas fazendas que são interligadas ao Parque Nacional do Pantanal.
Dados - O número de incêndios no bioma supera em quase três vezes o total do ano passado até a mesma data. São 3.483 focos de incêndio registrados, em 2022 foram 1.254 focos, até dia 11 de novembro, o menor índice desde 1998. Os dados são do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
Ainda pelos dados do instituto, os casos começaram a se alastrar a partir da segunda quinzena de outubro, atingindo o ápice entre 30 de outubro e 5 de novembro, quando foram registrados 875 focos. Nesta semana, já foram identificados por satélite 720 incêndios.
Histórico MT - No dia 21 de outubro, três raios atingiram o Parna (Parque Nacional do Pantanal), a RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural) Dorochê e propriedade particular próxima. Desde então, 47 brigadistas federais se concentram na região. O fogo alcançou 27 mil hectares no Parna, e 23 mil hectares na RPPN.
No Parque Estadual Encontro das Águas, o combate é realizado pelo Corpo de Bombeiros do Estado. Foram quase 36 mil hectares de vegetação queimadas.
Em maio de 2023, o governo lançou o Plano de Ação para o Manejo Integrado do Fogo no Pantanal. A iniciativa teve participação de representantes da sociedade civil e dos Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
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