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Meio Ambiente

Nuvem gigante de cinzas e areia atinge o Pantanal

Fenômeno climático na Serra do Amolar é causado pelos incêndios no bioma; fumaça está vindo de MT

Por Natália Olliver | 11/11/2023 09:26

Imagem capturada pelo sistema de segurança do IHP (Instituto Homem Pantaneiro) “Pantera” flagrou uma nuvem gigante de cinzas e areia sobre a Serra do Amolar, região do Pantanal sul-mato-grossense. O fenômeno climático é chamado de Dust Bowl (tigela de poeira em inglês) e, pelo mundo, acontece devido a fortes queimadas ou erupções vulcânicas. O vídeo feito nesta sexta-feira (10)  mostra a tempestade se aproximando da região por conta do fogo no estado vizinho.

De acordo com o presidente do Instituto, Ângelo Rabelo, a fumaça evidencia o caos verificado hoje na parte pantaneira de Mato Grosso.

“É assustador. Estava voando pela região e é gigante. Dá medo. Estamos mantendo o monitoramento junto com o Prevfogo na Serra do Amolar, mas perdeu-se o controle em MT no Parque Estadual do Encontro das Águas e está vindo para MS”, relata Rabelo.

Incêndios voltaram a atingir a região mato-grossense nesta semana. As chamas haviam sido controladas em outubro, mas voltaram às cidades de Poconé e Barão de Melgaço. Na primeira vez, o incêndio durou mais de 20 dias e queimou 23,6% da área do parque, que equivale a 25.488 hectares de vegetação.

Tempestade de cinzas na Serra do Amolar em 2020 (Foto: Angelo Rabelo)
Tempestade de cinzas na Serra do Amolar em 2020 (Foto: Angelo Rabelo)

As cenas do Dust Bowl, em Mato Grosso do Sul, já aconteceu em 2020 na Serra do Amolar, que está na divisa entre Mato Grosso com Mato Grosso do Sul. A área é composta por cinco reservas particulares, mais outras nas fazendas que são interligadas ao Parque Nacional do Pantanal.

Nessa quarta-feira (8), equipes de brigadistas de Corumbá, distante 419 quilômetros de Campo Grande, se deslocaram para a área da Serra do Amolar, por volta das 5h30, devido à fumaça no local. Os focos também foram identificados pelo sistema Pantera, do IHP.

Para chegar à Serra do Amolar, parte remota do Pantanal sul-mato-grossense, onde o Estado se aproxima da divisa com o vizinho Mato Grosso, é preciso seguir por cerca de seis horas de embarcação a partir de Corumbá, navegando contra a correnteza do Rio Paraguai, que desce rumo ao país que lhe dá o nome.

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