Biólogo de MS recebe prêmio na Holanda por iniciativa à proteção de animais
Gabriel Mossocato é também pesquisador do Programa de Conservação do Tatu-canastra
Formado em biologia pela Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), na cidade de Dourados, distante cerca de 230 quilômetros de Campo Grande, o biólogo e pesquisador do Programa de Conservação do Tatu-canastra, Gabriel Massocato receberá nesta sexta-feira (13) o prêmio internacional “Future for Nature Awards 2022”, que reconhece três iniciativas inovadoras para proteção de animais e plantas silvestres de todo o mundo. O evento acontecerá na Holanda.
Foram mais de 250 candidatos inscritos para o prêmio, que terá transmissão ao vivo a partir das 6h55 (de MS) no canal do Youtube da FNN.
O programa de Conservação do Tatu-canastra é executado pelo Instituto de Conservação de Animais Silvestres (ICAS) e o Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ). O tatu-canastra é considerado o engenheiro do ecossistema, já que desempenham um importante papel no meio ambiente, pois, suas tocas servem de abrigo para muitos outros animais, mas ele infelizmente está ameaçado de extinção pela perda de habitat e fragmentação da natureza. Há dez anos, desde quando se voluntariou ao programa tem se dedicado para a conservação da vida selvagem e assim com o compromisso de salvar o maior dos tatus no Brasil.
“Essa espécie ainda é pouco conhecida pela nossa sociedade e se nada for feito a curto e médio prazo, ela pode desaparecer das principais áreas naturais do Brasil. Por isso, acredito que através das pesquisas, da conscientização e realizando um trabalho em conjunto com as comunidades locais, nós podemos unir esforços e buscar soluções inovadoras para a conservação e tornar o tatu-canastra um embaixador da biodiversidade”, disse o biólogo.
Segundo Gabriel, além do prêmio em dinheiro a maior conquista é o reconhecimento e a oportunidade de celebrar a ciência a uma importância mundial que foi concedida a um projeto brasileiro. “Esta premiação vai possibilitar a ampliação dos nossos esforços para proteger o tatu-canastra, através da criação de Unidades de Conservação, cujo o objetivo é evitar a extinção iminente da espécie e organizar expedições de campo para estudar e monitorar esses animais e o seu habitat. Além disso, será necessário continuar estabelecendo parcerias com pesquisadores, proprietários rurais, empresas, comunidades locais e governos em prol da conservação deste e de outros animais que são impactados direta ou indiretamente pela presença do tatu-canastra”, explicou o Mossocato..
Atuação no Programa de Conservação do Tatu-canastra- Com mais de 10 anos de trabalho no projeto que teve início em 2010 e que hoje é realizado em diversos biomas da América do Sul, Gabriel ajudou a conduzir as pesquisas de longo prazo no Pantanal, onde foram identificadas as necessidades biológicas e ecológicas do tatu-canastra e também auxiliou no treinamento de mais de 80 voluntários conservacionistas.
De acordo com Arnaud Desbiez, presidente do ICAS e fundador do projeto, Gabriel participou da criação do Plano de Ação Nacional do tatu. “Ver alguém que iniciou como voluntário em nosso projeto e que hoje ocupa a posição de coordenador do projeto no Pantanal é uma imensa alegria. Além disso, o Gabriel se tornou um grande amigo e um profissional essencial na execução de muitas outras atividades do ICAS e é muito querido e respeitado por toda a nossa equipe e nós não poderíamos estar mais contentes e honrados com esse merecido reconhecimento” ressaltou Arnaud.